“Podemos sim mudar e revitalizar a terra” – Entrevista com Valdelice Verón, liderança indígena Guarani Kaiowá | Emanuely Miranda

Em entrevista à Climacom, Valdelice Verón relembra sua história e fala sobre o futuro.

Por | Emanuely Miranda

Editora | Susana Dias

 

De acordo com as palavras da liderança indígena Valdelice Verón, o povo Guarani Kaiowá sofre com o genocídio, o ecocídio e o epistemicídio. As três violências se retroalimentam e causam fins de mundos. Diante desse contexto, ela se levanta dizendo que podemos sim mudar e revitalizar a terra ao reivindicar pautas urgentes para as populações originárias, como o direito ao território que, em sua etnia, leva o nome de Tekoha. 

Envolvida desde a infância com a luta pelo Tekoha, Valdelice Verón se tornou reconhecida mundialmente como representante de seu povo. Além disso, formou-se como mestra em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília (UnB), onde atualmente cursa o doutorado em Antropologia. A Climacom a convidou para uma entrevista e abordou temas como Marco Temporal, mudanças climáticas e ancestralidade. 

ClimaCom: Como liderança indígena, você está presente em eventos de envergadura planetária, como a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28). Qual a relevância da presença de saberes e pautas indígenas em arenas como essa? Quais são as próximas participações em sua agenda?

Valdelice Verón: Cumprimento a todos e todas. É muito importante a nossa presença nos espaços onde nós conseguimos levar um pouco do conhecimento, dos saberes e fazeres do nosso povo Guarani-Kaiowá, para discutirmos e falarmos de nossas preocupações e da preocupação das nossas matriarcas em relação às mudanças climáticas que têm ocorrido no mundo, porque o povo indígena Guarani-Kaiowá tem lutado contra o genocídio, contra o ecocídio e contra o epistemicídio. Os três estão entrelaçados quando se trata da morte do conhecimento, da morte das florestas e da morte das matriarcas.

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