Ilé Ifè, cidade do amor, primeira morada de òrìsà na Terra, bem antes da diáspora africana | Maria da Glória Feitosa Freitas

A cidade de Ilé Ifè, centro de um grande reino africano há 25 séculos, teve grande influência em várias etnias naquele continente, refletindo de forma marcante na formação do povo brasileiro.

Por | Maria da Glória Feitosa Freitas/Yeye Oribato Obàtálá Ilé Ifè[1]

 

Para entender a importância histórica, cultural, cosmológica da cidade de Ilé Ifè, nos mais diversos mundos, tempos e colonizações, é necessário lembrar que é um reino antigo africano, com evidências históricas da origem em torno de 500 a.C e considerado como um centro relevante de produção artística entre 700 até 900 d.C.. Já no Brasil, ninguém escapa das influências de uma das principais matrizes formadoras do povo brasileiro, os diversos povos africanos que vieram escravizados ao Brasil, incluindo pessoas do povo Yorùbá[2].

Sendo importante descolonizar o pensamento e tomar uma posição antirracista e admitir: “Foi na parte oriental da África que a humanidade surgiu, há aproximadamente 3 milhões de anos” (KI-Zerbo, 2010, p. 511), percorrendo jornada de um modo ereto e criando os apetrechos. No geral, nós, os brasileiros, nos dedicamos muito ao samba, muita gente já ouviu falar em Ogum ou Iemanjá, divindades das diversas religiões afro-brasileiras, sendo que alguns dizem que essas divindades ou orixás vieram da África.

Nos nossos contatos com alguns brasileiros, atuando com o sacerdote Obà Oribato Obátálá Ilé Ifè, como sacerdotisa, encontramos pessoas que concebiam a África como remota, com referências que já se perderam no tempo e alguns até concebendo como um país só atrasado e pobre. Demandando alargamento de políticas públicas que englobem a difusão de conhecimentos sobre reais e atuais sobre histórias e culturas africanas, sendo assim antirracistas.

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