Quando a crise climática esbarra no racismo | Emanuely Miranda

O racismo determina como e sobre quem as crises climáticas são deflagradas com maior intensidade.

Por | Emanuely Miranda

Editora | Susana Dias

As estatísticas comprovam o que muitas pessoas sentem diariamente sobre suas próprias peles. Em 2021, um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) indicou que a temperatura média do planeta tendia a aumentar 1,5°C. No entanto, um estudo mais recente da Organização Meteorológica Mundial, advertiu sobre a probabilidade de ultrapassarmos o aumento previsto anteriormente. Estima-se que um dos próximos cinco anos seja o mais quente desde o começo dos registros históricos a respeito. Esses dados apontam para o fenômeno da crise climática, cuja manifestação não se encerra em dados quantificáveis e ameaça forças que não se medem: as vidas. Sobretudo, as vidas racializadas.

Ana Cláudia Sanches, mestra em Ciências pela Faculdade de Saúde Pública e doutoranda em Mudança Social e Participação Política na Escola de Artes, Ciências e Humanidades pela Universidade de São Paulo (USP), se insere na cena científica para pensar as intersecções entre meio ambiente, clima e raça. Ela reconhece a resistência do universo acadêmico ao debate, sobretudo pelo fato de que os eixos temáticos envolvidos ainda estão sob hegemonia branca. Sendo assim, em contrapartida, nos convoca a demarcar o racismo e o colonialismo nas problemáticas de degradação, vulnerabilidades e poder.

 

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Emanuely Miranda é mestra em Divulgação Científica e Cultural pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Email: emanuelymiranda.em@gmail.com