Qual o grau de influência das alterações do clima na agenda de desenvolvimento socioeconômico do Brasil? Quais seriam os custos associados às mudanças em curso – ainda que se tenha um grau de incerteza – para se pensar ações de adaptação e mitigação? Esses são os principais problemas levantados pelos pesquisadores da sub-rede de Economia, da Rede Clima. “A partir do momento em que conseguimos quantificar seus impactos econômicos potenciais, identificando setores, regiões e populações mais vulneráveis, é possível dar mais racionalidade às ações de adaptação e mitigação em um contexto em que os recursos econômicos estão cada vez mais escassos”, explica Eduardo Haddad, coordenador da sub-rede.
Os pesquisadores vêm trabalhando em três linhas de pesquisa. A primeira diz respeito à elaboração de cenários futuros para o Brasil, em que se busca avaliar não apenas os custos de longo prazo da inação, mas também as implicações econômicas de medidas relacionadas a ações de adaptação e mitigação. “Há uma preocupação adicional com a repercussão regional dos impactos econômicos de longo prazo”, alerta Haddad.
A segunda linha de pesquisa trata da mensuração dos custos associados a eventos extremos, cuja ênfase, até agora, tem sido dada a eventos climáticos extremos que afligem as megacidades brasileiras, principalmente inundações.
Já a terceira linha de pesquisa da sub-rede está associada à experimentação metodológica com modelos integrados de grande escala: “As pesquisas nessa área dão suporte aos estudos que são desenvolvidos para a economia brasileira e, mais recentemente, utilizados em estudos para outros países como Áustria, Colômbia, Egito e Líbano”, complementa o professor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (FEA/USP).
[Esta matéria integra a série dedicada às pesquisas desenvolvidas pelas sub-redes da Rede Clima]