Modos de ocupação da terra no Brasil intensificam as mudanças climáticas

Impactos nas emissões de gases de efeito estufa estão entre os principais efeitos e exigem ações de mitigação e adaptação

A agricultura, o desmatamento, as queimadas, as pastagens e a própria urbanização estão entre as práticas de ocupação da terra no Brasil que têm impactado principalmente os biomas da Amazônia e do Cerrado brasileiro. Com as mudanças climáticas, tais impactos têm se intensificado, exigindo iniciativas de mitigação e adaptação que repensem esses usos da terra e a conservação da biodiversidade.

Diante desse complexo cenário é que a sub-rede Usos da Terra, da Rede Clima, preocupa-se em levantar as maneiras pelas quais os usos da terra podem causar impactos nas emissões de gases de efeito estufa (GEE) e, ao mesmo tempo, busca compreender como as mudanças nos usos da terra são capazes de contribuir para estratégias de mitigação e de adaptação. “O uso da terra oferece potencial para a remoção de GEE, e não apenas emissões”, argumenta Mercedes Bustamante, coordenadora da sub-rede e professora do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB).

Políticas de papel, do Coletivo multiTÃO, 2015. A instalação fez parte da exposição Aparições realizada no MIS-Campinas em maio de 2015. Veja esta notícia também no link: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/?p=1900

Políticas de papel, do Coletivo multiTÃO, 2015. A instalação fez parte da exposição Aparições realizada no MIS-Campinas em maio de 2015. Veja esta notícia também no link: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/?p=1900

Uma das principais atividades da sub-rede consiste em dar suporte à elaboração do Inventário Brasileiro de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa. A colaboração da sub-rede para o inventário centra-se nas emissões e remoções de GEE oriundas das mudanças de cobertura e uso do solo, a partir da revisão dos parâmetros que influenciam as emissões nos diferentes biomas brasileiros. “O inventário nacional é uma obrigação do país para com a Convenção Quadro das Nações Unidas para Mudança Climática e uma importante ferramenta da Política Nacional de Mudança Climática”, destaca Bustamante.

Outro problema que mobiliza os pesquisadores da sub-rede Usos da Terra é o levantamento dos fatores determinantes da degradação florestal na Amazônia. Esses dados são utilizados em modelagens computacionais: “O objetivo da modelagem é fornecer subsídios para estudos e análises de emissões de CO2 provenientes do desmatamento em escala regional, como, por exemplo, o modelo de Emissões Inpe – EM”, pontua Bustamante. A avaliação e síntese da literatura científica, análise de imagens de satélite e modelagem ambiental são as metodologias empregadas nesses trabalhos.