Notas sobre A Privacidade dos Outros, de Daniel Lie: paisagem suspensa e fragmentária de mortos e vivos | Guilherme Barbosa Ferreira | ClimaCom


Notas sobre A Privacidade dos Outros, de Daniel Lie: paisagem suspensa e fragmentária de mortos e vivos | Guilherme Barbosa Ferreira


Guilherme Barbosa Ferreira[1]

Notas sobre A Privacidade dos Outros, de Daniel Lie: paisagem suspensa e fragmentária de mortos e vivos

Em 2020, os incêndios na floresta amazônica aumentaram 30% em relação a julho do ano passado, 77% em relação aos territórios indígenas. As queimadas no pantanal também cresceram, alcançando o maior número de ocorrências desde os anos 1990. No ano de 2021, o Brasil ultrapassou o número de três mil humanos mortos todos os dias diagnosticados com corona vírus. Trata-se da morte coletiva de seres vivos, e também de entidades, mundos e pontos de vista.

Em Arts of Living on a Damaged Planet (2017), a antropóloga Anna Tsing escreve que, no Antropoceno, a vida persiste na sombra da morte em massa (Tsing et al., 2017). Que a morte não é o fim da vida, mas marca o início de uma nova existência: a vida dos fantasmas, “after death comes the strange life of ghosts” (Tsing et al., 2017, p. 8). Em convite aos espectadores para visitarem a exposição The Negative Years (2019), Daniel Lie apresenta questões semelhantes:

Quando a morte acaba? Quando olhamos uma fruta podre, se olharmos mais de perto podemos ver muita vida ali. Então aquilo está realmente morto? O que nós consideramos morto? E como expandimos os limites entre morte e vida? (Lie, 2019b).

 

(Leia o ensaio completo em PDF)

 

Recebido em: 20/11/2021

Aceito em: 10/12/2021

 

[1] Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura, da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: guilherme1ferreira11@gmail.com

Notas sobre A Privacidade dos Outros, de Daniel Lie: paisagem suspensa e fragmentária de mortos e vivos

 

RESUMO: Este ensaio tematiza os limites entre morte e vida, arte e ciência, humanos e não humanos. A partir da instalação de Daniel Lie intitulada A privacidade dos outros, pensamos sobre o colonialismo, ancestralidade, espiritualidade e tempo. A instalação compõe a primeira exposição dx artista fora do Brasil – Os Anos Negativos, que ocorreu na Escócia, Reino Unido. Com Anna Tsing e Dipesh Chakrabarty, tratamos da emergência da vida em nossa época, o Antropoceno, marcada pelas extinções em massa. Com Claire Bishop e Maria Angélica Melendí, será feita uma breve exposição da relação entre o sujeito observador e a arte instalativa.

PALAVRAS-CHAVE: Arte Instalativa. Morte. Vida.

 

Notes about The Privacy of Others, by Daniel Lie: suspended and fragmentary landscape of the dead and the living

ABSTRACT: This essay discusses the boundaries between death and life, art and science, humans and non-humans. Based on Daniel Lie’s installation entitled The privacy of others, we reflect upon colonialism, ancestry, spirituality and time. The installation is part of their first exhibition outside of Brazil – The Negative Years, which took place in Scotland, United Kingdom. With Anna Tsing and Dipesh Chakrabarty, we address the emergency of life in our time, the Anthropocene, which is marked by mass extinctions. With Claire Bishop and Maria Angélica Melendí, there will be a brief exposition of the relation between the observer subject and the installation art.

KEYWORDS: Instalation art. Death. Life.

 


FERREIRA, Guilherme Borbosa. Notas sobre A Privacidade dos Outros, de Daniel Lie: paisagem suspensa e fragmentária de mortos e vivos. ClimaCom – Diante dos Negacionismos [Online], Campinas, ano 8, n. 21,  dezembro. 2021. Available from: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/notas-sobre-a-privacidade/