Marina Lopes e Gomes | Sonigráficos
Título: “Sonigráficos” – entre as dunas e a cidade [1]
Resumo: A série dos cinco Sonigráficos aqui apresentados são frutos de uma dissertação de mestrado em educação na Universidade Federal de Santa Catarina, cursada entre os anos de 2017 e 2019. Ao se incomodar com a forma puramente visual e cognitiva dos infográficos – mídia altamente disseminada nos meios atuais, que hibridiza texto e imagem – a autora, através de experimentações artísticas, se esforçou para levar este conceito até o limite, numa tentativa de fazer que algo novo pudesse surgir deste território endurecido. Inspirada pelos sons e pela música, a ideia foi aliar o visual ao auditivo, convidando seus leitores-ouvintes a treinar a audição, sentido que vem sendo anestesiado e esquecido pela maioria de nós. Povos das florestas, por exemplo, ainda se orientam pelo som, é ele que os faz compreender e sentir a natureza em que vivem, afinal a visão em meio a uma mata fechada não é assim tão boa aliada. É buscar no treino de outros sentidos, para além da visão, que a autora aposta numa educação mais sensível, deixando de lado, nem que brevemente, a perspectiva puramente cognitiva que os infográficos apresentam. Deixando que a arte presente neles não possua uma finalidade certa, ou seja, que ela possa ser potência em si, despertando sensibilidades e permitindo a criação de outras relações com o ambiente que vivemos. Através de caminhadas pelas dunas e pela cidade, a autora coletou imagens e sons, para posteriormente cultivá-las e permitir a criação dos Sonigráficos. Palavra esta criada para designar algo que não é mais infográfico, mas que se tornou outra coisa, palavra que surge sem pretensões de ser algo maior ou melhor. A retirada da parte “info” da palavra, que remete à informação, foi necessária já que era este o elemento que a autora buscou subverter em seu processo de pesquisa, excluindo o texto escrito e trazendo a percepção através dos sons – uma aposta no cultivo de sensibilidades e da contemplação. A união de “som + gráfico”, Sonigráfico, tornou-se então a imagem que surge do som, ou quase que, uma tentativa de realizar a grafia do que se escuta. O encantamento pelos sons não é exclusivo da autora, pelo contrário, povos, desde vikings até maoris, têm descrições dos sons como divindades, como seres místicos, o que para autora, é mais uma evidência de que o som nos aproxima das nossas raízes, da nossa essência. Um movimento de aproximação com a natureza que não depende de nenhum pensamento prévio, mas sim das sensações, de uma abertura em nós.
FICHA TÉCNICA
“Sonigráficos” – entre as dunas e a cidade
Artista: Marina Lopes e Gomes
País: Brasil
Sonigráfico – Dunas I https://youtu.be/lV1qvn_o93Q
Sonigráfico – Dunas II https://youtu.be/JFgceFeZOGY
Sonigráfico – Dunas III https://youtu.be/9sv3gB1P8SQ
Marina Lopes e Gomes
Universidade Federal de Santa Catarina
Programa de Pós-Graduação em Educação
e-mail: maobjd@hotmail.com Celular: 048 9 96521882
[1] Toda produção é de autoria própria, tanto as imagens quanto os sons gravados.
Sonigráfico – Dunas I
Sonigráfico – Dunas II
Sonigráfico – Dunas III
GOMES, Marina Lopes e. “Sonigráficos” – entre as dunas e a cidade. ClimaCom – A Linguagem da Contingência [online], Campinas, ano. 6, n. 15. Ago. 2019 . Available from: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/?p=11804
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SEÇÃO ARTE | A LINGUAGEM DA CONTINGÊNCIA | Ano 6, n. 15, 2019
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