Cortejo do rio
Título: Cortejo do rio
Resumo: O ensaio poético (poema e imagens) foi produzido a partir da oficina-cortejo Rios de luz, realizada em outubro de 2015, no encontro-ação (a)mares e ri(s)os infinitos, com curadoria de Susana Dias e Sebastian Wiedemann e participação dos artistas convidados Armando Queiroz e Hellen Audrey.
Concepção:
Ensaio visual e legenda poética: Tatiana Plens (Jornalista e Fotógrafa. Mestranda em Divulgação Científica e Cultural na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É integrante do grupo de criação e pesquisa multiTÃO do Laboratório de estudos Avançados em Jornalismo (Labjor-Unicamp) e do Coletivo Cê. Desenvolve pesquisa em divulgação cultural, na experimentação com a escrita entre imagens e palavras).
Poema: Janaína Quitério (Jornalista e mestranda em Divulgação Científica e Cultural na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), integra o grupo MultiTÃO e a Subrede de Divulgação Científica da Rede CLIMA).
O cortejo foi precedido de uma oficina, realizada no Museu de Imagem e Som (MIS – Campinas), na qual os participantes aprenderam, com o artista visual Armando Queiroz, a produzir lanternas com velas que remetem ao ritual “lanternas dos afogados”, tradicional de Belém do Pará. Nesse ritual, quando acontece um afogamento no rio, são depositadas nele cabaças iluminadas para encontrar o corpo desaparecido. Também houve uma preparação com a dançarina Hellen Audrey para fazer os participantes fluírem como rio. O cortejo se deu nas ruas do centro de Campinas, onde corpos fizeram variar a permanência do rio e o convocaram para deslizar em luz pela cidade. O ensaio poético foi escrito em nove estrofes de nove versos cada – número que remete ao fim e pressagia os recomeços.
- Uma aliança com a força de lentidão das águas e com a fragilidade das luzes de vela, para ouvir o rio rir.
- Ofício de auscultar o rio, para buscar o fio invisível de sua infinitude, aproximar-se dele, iluminar sua linha, trançar os corpos por ela.
- E, convocado a um encontro em intensidade, faz transbordar água pelos olhos de quem se fez…
- Rio que, no seu murmúrio e na sua fragilidade, resiste.
- Que ciência e divulgação podem se deixar afetar pelo rio, vazar pelas superfícies da cidade, fora dos laboratórios e dos museus, e convocar outros sentidos?
- Corpo de luz.