Daniela Klebis
A Rede CLIMA levou para a 66ª. reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) o projeto de comunicação e engajamento público da recém-criada Sub-rede Divulgação Científica e Mudanças Climáticas. Com o estande-oficina “Estação Experimental de Divulgação Científica”, exposto na feira de ciências e tecnologia, a Expot&c, a Sub-rede propôs ao público recriar as notícias sobre as mudanças climáticas em forma de peças de arte, que posteriomente se tornarão materiais de estudos e de criação de imagens. O estande recebeu uma média de 500 visitantes por dia, entre estudantes, professores do ensino básico e médio, famílias e universitários, que produziram mais de duzentas peças para exposição.
Com materiais simples, como revistas, tesoura, cola e palitos, o projeto da Sub-rede, que é uma parceria entre o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Universidade Estadual de Campinas (Labjor-Unicamp), o Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Rede CLIMA, propõe ao público refletir sobre como tema das mudanças climáticas é tratado na mídia, ao mesmo tempo em que busca incentivar a sua participação na invenção de novas formas de comunicar ciências.
Formas que vão além da coleta e divulgação de dados alarmistas. “Com este projeto da Sub-rede Divulgação Científica e Mudanças Climáticas buscamos possibilidades para criar conexões inéditas entre pesquisa e pesquisadores da Rede CLIMA e de outras instituições, artistas, filósofos e estudiosos de diversos campos do conhecimento, bem como com o público em geral, para explorar e problematizar as chamadas dimensões humanas das mudanças climáticas”, explica Carolina Cantarino, uma das coordenadoras do projeto que estava no evento.
Os visitantes encontravam no estande uma mesa com diversas revistas de circulação nacional e internacional e, após uma introdução ao projeto, eram convidados a dar suas contribuições. Munidos de tesoura e páginas impressas, os participantes recriavam narrativas sobre o meio ambiente a partir de recortes e colagens de imagens e palavras de papel. Para muitos, uma oportunidade de apresentar suas próprias perspectivas sobre o tema. “Eu não achava que a gente podia fazer notícia assim, do jeito que a gente gostaria que fosse”, comentou Tálisson, aluno do sexto ano.
Para Aline, estudante do terceiro termo do curso de matemática da UFAC (Universidade Federal do Acre), a oficina proporcionava um novo entendimento sobre a comunicação. “A possibilidade de rasurar a revista nos incentiva a querer participar mais, a dar a nossa voz, a demonstrar se eu estou ou não de acordo com o modo com que a grande mídia se comunica conosco”, concluiu.
*Daniela Klebis cobriu a 66ª. SBPC como parte das atividades da Sub-rede Divulgação Científica e Mudanças Climáticas da Rede CLIMA e INCT para Mudanças Climáticas.