Por | Renata Hanae Nagai[1] e Tatiana Massaro[2]
Editora| Susana Dias
Quando ouvimos a palavra “testemunho”, ela costuma nos remeter a relato ou depoimento que descreve a experiência de uma pessoa. Curiosamente, é sem dizer nenhuma palavra que os sedimentos marinhos “testemunham” a história do oceano. Composto por pequenas partículas acumuladas ao longo do tempo no fundo do oceano, esses sedimentos guardam informações por meio das quais é possível compreender inúmeros processos que conectam o oceano com outros sistemas do planeta (atmosfera, biosfera e geosfera).
Os sedimentos marinhos, que podem ter origem nas rochas dos continentes ou nas conchas dos organismos marinhos que habitam o oceano, guardam em suas características físicas e químicas informações diversas. Ao analisá-los, é possível entender quais as condições climáticas onde os sedimentos continentais foram formados, a velocidade das correntes que os transportaram até o oceano, ou até mesmo as condições ambientais (como a temperatura e salinidade da água do mar) quando as conchas destes organismos foram estruturadas. Assim, apesar de não conseguirmos medir diretamente a velocidade das correntes ou a temperatura da água do mar no passado, conseguimos estimar essas condições por meio de análises do tamanho dos grãos ou da composição química de conchas de organismos, o que definimos como proxies.
(Leia a entrevista completa em PDF).
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[1] Professora Doutora do Departamento de Oceanografia Física, Química e Geológica do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. Pesquisadora associada do Projeto SanBif. Email: renatanagai@usp.br
[2] Doutora em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Integrante do Programa Formação em Gestão Acadêmica da Universidade de São Paulo (USP) e colaboradora do SanBif USP-FAPESP. E-mail: ttmassaro@gmail.com