Vídeo | Marcelo Moscheta | Ecologias das práticas artísticas: emaranhando naturezas e ciências

Título: Ecologias das práticas artísticas: emaranhando naturezas e ciências


Desde o início da sua carreira artística, no ano 2000, o artista tem realizado obras e exposições que nascem de seus deslocamentos por lugares remotos, onde coleta objetos que provêm da natureza e que ele reproduz por meio do desenho e da fotografia, criando instalações e objetos.

Recentemente tem voltado seu interesse para pesquisas com fronteiras e limites impostos a territórios e também na relação que os rios estabelecem com a paisagem ao longo de seu curso.

Em 2015 desenvolveu o projeto Arrasto em que percorre toda a extensão do Rio Tietê coletando minerais em suas duas margens e também pesquisa camadas ancestrais de memórias no Rio Trebbia, na Itália e na fronteira do Canadá e Estados Unidos. Em 2014 participa como residente nas Bienais de Vancouver e Montevideo, onde também realiza a expedição Oriente, ao longo do Rio Uruguay.

Ampliando a escala das intervenções iniciadas nos trajeto ao longo dos rios e depois nas paredes e estantes que receberem as coletas, abre-se um o leque de questionamentos possíveis: fronteiras líquidas, identidades construídas, geografia e geopolítica, novas cartografias, questões de escala e coordenadas geográficas como determinantes do atual/real.

Diante de migrações em massa e explorações desenfreadas dos recursos minerais do planeta a arte contemporânea transformou o histórico e bucólico gênero paisagem numa das principais arenas de reflexão e entendimento do nosso lugar no mundo, um território onde são construídas as relações entre homem e meio, tecnologia e memória, identidades e nomadismo.

 

Conversa com artista
Ecologias das práticas artísticas: emaranhando naturezas e ciências.
Local – Auditório do Centro de Convenções – Unicamp
Marcelo Moscheta | artista visual | São Paulo |
Mediador: Prof. Dr. Wenceslao Machado de Oliveira Jr.
29 de novembro de 2017
Campinas/SP – Brasil

 


 

Este vídeo foi gravado durante o VII SEMINÁRIO CONEXÕES: DELEUZE E COSMOPOLÍTICAS E ECOLOGIAS RADICAIS E NOVA TERRA E…realizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) entre 27 e 29 de novembro de 2017. Veja a proposta do evento abaixo e saiba mais acessando a página oficial do Seminário: 

VII SEMINÁRIO CONEXÕES chega em 2017 a sua sétima edição. Desde 2009 o evento propõe proliferações com o pensamento do filósofo Gilles Deleuze em interseções as mais inusitadas. Embora nosso dever seja o de ser intempestivos a nosso tempo, é ele na sua condição de contemporâneo que nos força a pensar. O Antropoceno, como tempo marcado pelas catástrofes, pelas mudanças climáticas e nossa ação irreversível sobre as condições materiais de existência, sobre Gaia; parece que nos joga em direção ao fim do mundo. Um beco sem saída onde a comunicação e educação se tornam cúmplices de nossa miséria. No entanto, não acreditamos no fim do mundo, como um Grand Finale, pois para quem acredita nas potências criativas da vida e do humano, o Novo, sempre advém do fim de um mundo que dá lugar a um outro. O mundo como uma cosmogênese constante. Uma comunicação entendida como multirelacionalidade que se diz potente ao afetar e ao se deixar afetar abrindo novas individuações e transformações na matéria; assim como uma educação como possibilidade de deslocar a aprendizagem para uma condição de ambiências imanentes que colocam o humano e não humano em processos de apreensão, de se apre(e)nderem mutuamente como encontro entre heterogêneos, podem ser os mais potentes aliados para um mundo que se resiste a acabar. É por isso, que este ano o Conexões pretende se jogar em experimentações a partir do conceito de Deleuze e Guattari de Nova Terra. Acreditamos que a infindável procura por reinventar e refazer o mundo, por compor uma nova imagem do pensamento é sempre a procura por uma Nova Terra, por povoar uma e outra vez, por fazer diferir a mecanosfera que não para de afirmar seu des-fundamento como potência criadora e onde uma constelação de conceitos outros emerge e estes fazem contato dando consistência a possíveis e impensadas Cosmopolíticas e Ecologias Radicais. O que pode o humano nos seus devires em tempos de catástrofe? É talvez a pergunta que tem nos des-orientado no pensamento com as mudanças climáticas na Revista ClimaCom – Labjor e no OLHO Laboratório de Estudos Audiovisuais da FE e que nos instiga a querer fazer deste VII Seminário um experimento em estar junto onde modos e lógicas de pensamento as mais díspares e aberrantes façam funcionar o pensamento de Deleuze e Guattari, na vontade de farejar faíscas dos modos como essa Nova Terra, suas Cosmopolíticas e Ecologias Radicais, podem aparecer e…

  

 

 

 

 

MOSCHETA, Marcelo. Ecologias das práticas artísticas: emaranhando naturezas e ciências. ClimaCom – Ecologias Radicais [online], Campinas , ano.  5, n. 11. Abr. 2018 . Available from: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/?p=9138


 

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