Uma escola ribeirinha em Manaus/AM e outra em São Lourenço do Sul/RS: reflexões sobre educação ambiental ancoradas na educação dos sentidos e nos estudos da performance | Francisco de Paulo D’Avila Júnior


 

Francisco de Paulo D’Avila Júnior[1]

 

O século XXI tem sido marcado por uma série de eventos climáticos catastróficos, que cada vez mais se intensificam, levando ao limite a necessidade de uma ação urgente e coordenada para desacelerar o impacto humano sobre o meio. Enquanto a emergência climática bate à nossa porta, torna-se imperativo que governos, empresas e indivíduos tomem ações decisivas para reduzir as emissões de carbono, proteger os ecossistemas e promover a sustentabilidade, garantindo um futuro habitável para as atuais e próximas gerações.

O debate ambiental internacional ganhou corpo oficialmente na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo em 1972. Desde então, têm se desdobrado de diversas formas, o que inclui, capítulos próprios em constituições federais, cúpulas internacionais, parcerias entre nações e normativas para as mais diversas áreas, como por exemplo, a Educação. O primeiro grande evento internacional dedicado a Educação Ambiental (EA), foi a Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, realizada em 1977 em Tbilisi- Geórgia. 

É completamente natural, que um dos espaços mais importantes na formação da pessoa humana, a escola, seja um espaço em que o debate ambiental deva estar inserido. Desde a conferência de Tbilisi, uma série de documentos normativos, ao redor do globo, são elaborados, com a justa finalidade de auxiliar na elaboração de normas e procedimentos que possam assegurar que a EA seja, de fato, implementada nas escolas. No Brasil, na Constituição da República Federativa do Brasil (1988), encontramos um capitulo próprio sobre meio ambiente, e menções sobre a educação ambiental, como vemos no Título VIII, capítulo VI, seção VI: “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente” (Brasil, 1988, p. 64).

(Leia o ensaio completo em PDF)

 

Recebido em: 15/09/2024

Aceito em: 15/11/2024

[1] Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), vinculado à linha de pesquisa Linguagem, Corpo e Estética na Educação (LiCorEs). Membro do grupo de pesquisa Labelit Laboratório de Estudos em Educação, Linguagens e Teatralidades (UFPR/CNPq). Mestre em Artes pelo Programa de Pós-Graduação da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Bolsista Capes Proex (2024-2028).

Uma escola ribeirinha em Manaus/AM e outra em São Lourenço do Sul/RS: reflexões sobre Educação Ambiental ancoradas na Educação dos Sentidos e nos Estudos da Performance

 

RESUMO: Este artigo investiga a importância da percepção sensorial e das práticas performativas na educação escolar para promover a consciência ambiental dos estudantes, a partir de uma análise de atividades pedagógicas realizadas por dois professores — do norte e do sul do país — comprometidos com essa abordagem em suas aulas. Diante dos desafios ambientais que cada vez mais são recorrentes em todo o mundo, e da necessidade de formar sujeitos mais responsáveis ecologicamente, torna-se necessário pensar novas abordagens do tema na escola, em que seja possível colocar o corpo e os sentidos na centralidade dos processos de ensino-aprendizagem. Para colaborar na discussão, recorremos aos Estudos da Performance e da Educação dos Sentidos como aporte teórico. Entende-se que, ao valorizar os sentidos, a imaginação e a capacidade de maravilhar-se com o mundo, é possível formar indivíduos mais conscientes e sensíveis para as questões ambientais.

PALAVRAS-CHAVE: Corpo. Educação dos sentidos. Educação performativa. Sustentabilidade.

 


A riverside school in Manaus/AM and another in São Lourenço do Sul/RS: reflections on Environmental Education anchored in the Education of the Senses and Performance Studies

 

ABSTRACT: This article investigates the importance of sensory perception and performative practices in school education to promote students’ environmental awareness, based on an analysis of pedagogical activities carried out by two teachers — from the north and south of the country — committed to this approach in their classes. Faced with the environmental challenges that are increasingly recurring throughout the world, and the need to train more ecologically responsible individuals, it is necessary to think about new approaches to the topic at school, in which it is possible to place the body and senses at the centrality of teaching-learning processes. To collaborate in the discussion, we resorted to Performance Studies and Education of the Senses as a theoretical contribution. It is understood that, by valuing the senses, imagination and the ability to marvel at the world, it is possible to form individuals who are more aware and sensitive to environmental issues

KEYWORDS: Body. Education of the senses. Performative education. Sustainability.

 


JÚNIOR, Francisco de Paulo D’Avila.Uma escola ribeirinha em Manaus/AM e outra em São Lourenço do Sul/RS: reflexões sobre educação ambiental ancoradas na educação dos sentidos e nos estudos da performance. ClimaCom – Desvios do “ambiental” [online], Campinas, ano 11, n. 27., dez. 2024. Available from:https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/uma-escola-ribeirinha/