Pesquisa aponta as dificuldades atuais e futuras da segurança hídrica no Brasil | Gláucia Pérez

O Brasil por sua dimensão continental possui um grande potencial hídrico com características diversas, a depender da região. O estudo considerou a situação atual da segurança hídrica no país para que não falte a gerações futuras. Levantou ainda os desafios e quais as possibilidades para sanar os problemas.

Por | Gláucia Pérez

Editora | Susana Oliveira Dias

 

De acordo com o artigo “Segurança hídrica no Brasil: situação atual, principais desafios e perspectivas futuras” da Revista DAE de setembro de 2020, a segurança hídrica tem como objetivo garantir e fornecer água de qualidade e com quantidade satisfatória para a população atual e futura, e preservar o ecossistema. Assunto esse bem discutido nas últimas décadas em movimentos sociais, por ambientalistas, em temas econômicos, sociais e políticos. O texto da pesquisa nos diz: “Esse tema está ganhando cada vez mais espaço entre os líderes mundiais e nas discussões ambientais, econômicas e sociais”.

O estudo considerou que a dimensão continental do Brasil faz com que cada região tenha problemas e fatores relevantes que devem ser levantados especificamente para se realizar pesquisa sobre a segurança hídrica. Ressalta também a importância dos seguintes temas para o estudo: a disponibilidade hídrica, o uso da água, a captação e tratamento de esgoto, e a gestão hídrica. Indicou ainda como desafio o uso do solo e as mudanças climáticas, e por fim colocou as perspectivas futuras levantadas ao logo do estudo.

Imagem | Figura 1. Fluxograma metodológico da pesquisa

 

Os pesquisadores Alessandra Campos dos Santos, Alan Reis e Eduardo Mario Mendiondo do artigo indicam que o crescimento urbano sem planejamento, a industrialização, e as atividades agrícolas são fatores que podem contribuir para o esgotamento hídrico. Em um estudo do Contas Econômicas Ambientais da Água, de 2013 a 2017, divulgado em parceria com o IBGE e a Agência Nacional de Águas (ANA), informa que o principal responsável pelo consumo da água foram a Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (97,4%), em destaque a agricultura de sequeiro (não irrigada) que ocupa 90% da área agrícola do país; a pesquisa considera que a atividade agrária é o setor econômico que mais usa água para produzir riqueza.

Ainda de acordo com o artigo: “A água é o principal recurso por meio do qual os efeitos das mudanças climáticas serão sentidos. Temperaturas mais altas e condições climáticas extremas e imprevisíveis afetarão os processos hidrológicos e a qualidade da água”. Corroborando com essa afirmação do artigo, recentemente o secretário-executivo do Observatório do Clima Márcio Astrini, na notícia “O que liga o aumento na conta de luz ao desmatamento da Amazônia e à emergência climática? Tudo”, do El País Brasil, de 06 de julho de 2021, disse: “O aquecimento global muda a dinâmica do clima em todo o mundo, e o desmatamento da Amazônia também age nesse sentido, mas mexe diretamente com os ciclos hidrológicos no país, que tanto depende deles para a geração de energia, a produção agrícola e abastecimento das cidades”. (Link com a notícia completa em pdf)

 

Gláucia Pérez é bolsista TT Fapesp no projeto INCT-Mudanças Climáticas Fase 2 financiado pelo CNPq pro- jeto 465501/2014-1, FAPESP projeto 2014/50848-9 e CAPES projeto 16/2014, sob orientação de Susana Dias e Antonio Carlos Amorim.

Coletivo e grupo de Pesquisa | multiTÃO: prolifer-artes sub-vertendo ciências, educações e comunicações (CNPq)

Projetos | Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC) – (Chamada MCTI/CNPq/Capes/FAPs nº 16/2014/Processo Fapesp: 2014/50848-9); Revista ClimaCom: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/ e Revista ClimaCom.