Mojubá | Correnteza Braba Rocha Ribeiro
Título | Mojubá
A aparição “Mojubá” é uma pesquisa cênico-performativa iniciada no ano de 2021 (durante a pandemia de Covid-19) como pesquisa de iniciação científica no curso de Licenciatura em Teatro. Em um processo exulístico, a obra comeu de muitos ebós, foi tecida por várias mãos, caminhou por diversas terras e se transmutou em diversasfaces, o seu caminho de criação envolveu a vivência com entidades de Exús e Pombas-gira no terreiro da autora – o Recanto de Preta Mina Ilê de Iansã (Manaus/AM) – onde germinaram escritas performativas que foram expostas em cartazes lambe-lambe por encruzilhadas do centro da capital amazonense em zonas de bohemia, de comércio, de prostituição e regiões portuárias, espaços os quais para os povos de terreiros são campos de força dessas entidades. Com as obras entregues para as ruas, a pesquisa se encaminhou para o corpo e para o palco, com a criação de uma cena curta de 5 minutos, onde foram organizados como dramaturgia pontos-cantados e as músicas “Exú nas escolas” de Elza Soares e “Exú” de Serena Assumpção, a obra foi apresentada na 5o edição do Festival 5 Minutos em Cena – outros caminhos em 2022 (Panorando Produções) no palco do Teatro Amazonas e em duas escolas públicas dos municípios de Manacapuru e Iranduba para alunos do ensino fundamental e médio. Em 2024, com apoio da Lei Paulo Gustavo, o trabalho se expandiu para novas cabeças em intercâmbio com artistas negros do Amazonas de outras regiões do Brasil que foram referências para a obra: na dramaturgia Kelsson Succi (RJ), na preparação corporal de Kanzelu Muka (SP/DF) e o Coletivo das Liliths (BA), além do elenco da Café Preto Produções Artísticas (AM) em cena Correnteza Braba, Paulo Martins, Marcelo Rosa, Ana Paula Mady e Enos Lopes. A obra é uma gira aberta às experimentações, contradições, gingas e estados alterados de consciência como bem nos ensina Exú. O som percussivo e orgânico se encruzilha com o PC music das gravações e captações ao vivo; a iluminação joga no palco com o corpo da atriz e compõe o cenário com a mesa de luz em cena; o texto é regurgitado e há improvisações e diálogos com a platéia, os objetos cênicos são criados ao longo do espetáculo e possuem aromas e texturas. “Mojubá” é a saudação a Exú, essa obra é uma demarcação do território Amazônico como um espaço também pertencente a estes encantados. A Amazônia também é morada de Exú, Exú também ginga pela vida dessa terra.
| FICHA TÉCNICA |
Concepção e corpo: Correnteza Braba
Assistência de direção: Wellington Douglas
Preparação Corporal: Kanzelu Muka
Direção musical: Marcelo Rosa e Mady
Direção de arte: Francisco Ricardo
Iluminação: Paulo Martins
Figurino: Ariska Derìì
Provocação cênica: Coletivo das Liliths (BA)
Dramaturgia: Kelson Succi (RJ)
Designer: Jaú Ribeiro
Fotografia: Alex Costa
Videomaker: Rafael Farias
Social Midia: Bianca Catarina
Produção: Randy Souza
Intérprete de Libras: Liliane Araújo e Larissa Dantas
Audiodescrição: Marcos Corrêa
Assessoria de Imprensa: Vivian Oliveira
Assessoria jurídica: Lucimar Prata
Realização: Café Preto
Financiamento: Edital Povo Negro no 04/2023 através da Lei Paulo Gustavo e do
Conselho Estadual de Cultura/Fundo Estadual de Cultura/ Secretaria de Estado de
Cultura e Economia Criativa do Amazonas.
Ano de produção: 2021 – 2025
RIBEIRO, Correnteza Braba Rocha. Mojubá. ClimaCom – Exu: arte, epistemologia e método [online], Campinas, ano 12, n. 29 dez. 2025. Available from: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/mojuba/
SEÇÃO ARTE | EXU: ARTE, EPISTEMOLOGIA E MÉTODO | Ano 12, n. 29, 2025
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