Livros
Susana Oliveira Dias, Sebastian Wiedemann e Antonio Carlos Rodrigues de Amorim (Orgs.)
SOBRE O LIVRO
Sétima edição do Seminário Conexões: Deleuze e Cosmopolíticas e Ecologias Radicais e Nova Terra e…
Um seminário que chega à sua sétima edição, sempre com um título seguindo de “e” três pontos: nova terra e… máquinas devires e… territórios e fugas e… Desta vez o Antropoceno, tempo “marcado pelas catástrofes, pelas mudanças climáticas e nossa ação irreversível sobre as condições materiais de existência, sobre Gaia; parece que nos joga em direção ao fim do mundo”. Mas a leitura do livro fará o leitor tomar outro rumo. Luiz Orlandi, Whitehead, Brian Massumi, Charles Sanders Peirce, Aylton Krenak, uma lista de nomes entre autores e citados… e autores citados… e citados autores… A questão via Deleuze e a filosofia da diferença é que a flecha inexorável e irreversível do tempo não vai no sentido que se acreditava, nem é uma só. A flecha vem do futuro, não vai ao futuro, ela também vem do passado, mas de um passado que é presente, lugar em que uma verdadeira pororoca temporal atravessa os que nela conseguem sobreviver. Vivemos hoje e sempre vivemos no entre, acontecemos no meio, como lembra Whitehead; a todo tempo são novos tipos de encontros, como diz Luiz Orlandi. O sujeito nasce do evento, e que evento é este? O encontro, o “entre” forças irreversíveis de futuro, forças irreversíveis de virtuais, forças de encontros entre Caos, Gaia, Chronos e Aion. Se o senso comum propaga a ideia de um mundo que é levado ao fim, o “fim do mundo”, “o fim do tempo de chronos”, o que este livro aponta é outra coisa, uma leitura necessária: não se trata de um fim do mundo, mas de um mundo inacabado. Só tem fim o que está acabado e é isto que nos relembra a todo tempo a filosofia do eterno retorno das condições do diferente. Daí o “e” três pontos, “e…”. Referência direta a um dos últimos textos de Deleuze, “Imanência: uma vida…”, imanência-doispontos-uma-vida-três pontos, como já nos lembrava Agamben, ideia que agora reverbera neste livro, neste resultado impecável da organização de Antonio Carlos Amorim, Susana Oliveira Dias e Sebastian Wiedemann. A universidade se mantendo aberta, uma frase que resume todo o livro e que vem em meio ao texto daquele que abriu às leituras brasileiras o denso Diferença e Repetição de Gilles Deleuze, Luiz Orlandi.
Silvio Ferraz (USP)
AUTORES DOS TEXTOS
Adrián Cangi, Ailton Krenak, Alda Regina Todnini Romaguera, Almires Martins Machado, Ana Carolina Brambilla Costa, Antonio Carlos Rodrigues de Amorim, Brian Massumi, Camilla Borini Vazzole, Bruno de Sousa Moraes, Carlos Augusto Silva e Silva, Carlos José Martins, Carolina Cantarino Rodrigues, Davina Marques, Déborah Danowski, Eduardo Pellejero, Entrefios e Memórias, Érica Speglich, Erik Bordeleau, Erin Manning, Glauco da Silva, Gabriel Cid de Garcia, Gustavo Torrezan, Isaltina Mello Gomes, Leandro Belinaso, Leiliane Aparecida Gonçalves Paixão, Luiz B. L. Orlandi, Marcelo Moscheta, Marco Antonio Valentim, Marcus Pereira Novaes, Maria dos Remédios de Brito, Marko Monteiro, Michele Fernandes Gonçalves, Nayara Santos Perovano, Nilcéa Elias Rodrigues Moreira, Rafaele Paiva, Renato Salgado de Oliveira, Sebastian Wiedemann, Sara Melo, Sofia Karam, Steferson Zanoni Roseiro, Stelio Marras, Susana Dias, Tamiris Vaz, Tarcisio Moreira Mendes, Tatiana Oliveira, Tim Ingold, Vivian Marina Redi Pontin, Wenceslao Machado de Oliveira Jr, Wescley Dinali.
Este livro é produto do projeto INCT-Mudanças Climáticas Fase 2 financiado pelo CNPq projeto 465501/2014-1, FAPESP projeto 2014/50848-9 e a CAPES projeto 16/2014.