Até no meu evaporar, há sempre um rio | Vatsi Meneghel Danilevicz, Vinicius Augusto da Silva Vasconcelos Nunes, Rafael Baumhardt e Letícia de Oliveira Souza
Título | Até no meu evaporar, há sempre um rio
Essa série fotográfica foi criada pela técnica de sobreposição de duas camadas fotográficas: uma delas relacionada aos percursos aquáticos dos autores: fluências pelo Brasil que incluem a vivência de enchentes no Rio Grande do Sul, a erradicação em outros estados até chegar na Bahia, onde os povos têm uma relação particularmente sagrada com suas águas, sejam salga das, doces, suburbanas ou florestais. A segunda camada fotográfica é composta por escritos, em sua maioria urbanos, mas também de autoria nossa, em processos de dissolução das palavras, que se conectam subvertendo o sentido original da imagem transposta. A técnica de sobreposição, enquanto ferramenta metodológica, foi executada com o programa GIMP 2.10.32, software livre; e, fundamentada filosoficamente como montagem, indo ao encontro da teoria de Didi-Huberman. Para o autor, a montagem acontece através da transparência que agrega certa porosidade às superfícies permitindo aproximar elementos distantes ou distanciar proximidades. Assim, é pelos poros que evaporamos. Evaporamos, invisivelmente, as águas do corpo, evaporamos para expelir toxinas, para reduzir a própria temperatura interna, evaporamos partículas inomináveis do que ingerimos, do que nos alimenta e do que nos degrada. É pelo nosso evaporar que somos nuvens, somos mar, somos tormenta azul.
| FICHA TÉCNICA |
[Imagem 1]
Até
Autoria coletiva.
Fonte: Acervo pessoal. Sobreposição de trecho do poema de Letícia de Oliveira Souza em papel encharcado em água e Iemanjá pintada em muro de rua em Salvador.
Ano | 2025
[Imagem 2]
Germinou
Autoria coletiva.
Fonte | Acervo pessoal. Sobreposição de trecho do poema de Durval Nunes com dendê e flores de Bougainvillea glabra e o mar de Salvador.
Ano | 2025
[Imagem 3]
Em segredos
Autoria coletiva.
Fonte | Acervo pessoal. Sobreposição de momento de oferendas no Rio Vermelho e sinalização no Museu de Arte Contemporânea da Bahia
Ano | 2025
[Imagem 4]
A cada gota
Autoria coletiva.
Fonte | Acervo pessoal. Sobreposição de trecho do poema de Letícia de Oliveira Souza e estacionamento de canoas.
Ano | 2025
[Imagem 5]
Anatomias do alagamento
Autoria coletiva.
Fonte: Acervo pessoal. Sobreposição de destroços pós-enchente em Porto Alegre e sinalização no Museu de Niemeyer em Curitiba Brasil
Ano: 2025
[Imagem 6]
Nem tudo
Autoria coletiva.
Fonte | Acervo pessoal. Sobreposição de escultura da Baiana de Amaralina e placa de brechó em São Paulo
Ano | 2025
[Imagem 7]
Anatomias do alagamento II
Autoria coletiva.
Fonte | Acervo pessoal. Sobreposição de destroços pós-enchente em Porto Alegre e graffiti em Boipeba, Bahia.
Ano | 2025
[Imagem 8]
Quem abraça?
Autoria coletiva.
Fonte | Acervo pessoal. Sobreposição rosa branca de oferenda e escritos numa escada.
Ano | 2025
[Imagem 9]
Em seis anos
Autoria coletiva.
Fonte | Acervo pessoal. Sobreposição de trecho do poema de Durval Nunes com dendê e flores de Bougainvillea glabra e perfil das folhas e galhos de uma árvore de rua.
Ano | 2025
[Imagem 10]
Pés d’água
Autoria coletiva.
Fonte | Acervo pessoal. Sobreposição dos pés de um menino Tupinambá que confeccionou seus chinelos com garrafas de água vazias e o perfil de folhas molhadas pela chuva.
Ano: 2025
[Imagem 11]
Isto não é
Autoria coletiva.
Fonte | Acervo pessoal. Sobreposição pequeno barco descansando e um cartaz de rua encontrado em um muro de Porto Alegre.
Ano | 2025
[Imagem 12]
Uma cidade
Autoria coletiva.
Fonte | Acervo pessoal. Sobreposição de duas cenas do bairro Rio Vermelho: um cartaz de rua e
os barcos descansando.
Ano | 2025
[Imagem 13]
A segunda margem do oceano
Autoria coletiva.
Fonte | Acervo pessoal. Sobreposição de barcos ancorados e graffiti de olhos invertidos
Ano | 2025
[Imagem 14]
A última margem do oceano
Autoria coletiva.
Fonte | Acervo pessoal. Sobreposição de imagem da preta velha e trabalhador contemplando a linha do oceano.
Ano | 2025
[Imagem 15]
Aos sete anos
Autoria coletiva.
Fonte | Acervo pessoal. Sobreposição de trecho do poema de Durval Nunes com dendê e flores de Bougainvillea glabra e as flores de um ipê-roxo plantado por uma de nossas mães
Ano | 2025
[Imagem 16]
Evaporar
Autoria coletiva.
Fonte | Acervo pessoal. Sobreposição de trecho de poema de Letícia de Oliveira Souza em papel encharcado em água e corais habitados por ouriços-do-mar e outras criaturas
Ano | 2025
Autoras |
Vatsi Meneghel Danilevicz, programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (UFBA). Doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente (UESC). Mestre em Psicologia Social (UFS). Graduada em Psicologia (UFCSPA). E-mail: vdanilevicz@gmail.com
Vinicius Augusto da Silva Vasconcelos Nunes, mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente (UESC). Pós-graduado em direito processual (PUCMINAS). Graduado em Direito (UCSAL). E-mail: viniciusanunesadv@gmail.com
Rafael Baumhardt, programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas (UFBA). Professor de música, multi-artista: música, teatro, audiovisual. Graduado em Música (IPA). E-mail: ererafa@gmail.com
Letícia de Oliveira Souza, mestra em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente (UESC). Pós-Graduada em Direito Ambiental (UNIFACS), Direito Público (BAIANA) e Direito Constitucional (CERS). Graduada em Direito (UNEB). E-mail: leticia-oliiveira@hotmail.com
DANILEVICZ, Vatsi Meneghel. NUNES, Vinicius Augusto da Silva Vasconcelos. BAUMHARDT, Rafael. SOUZA, Letícia de Oliveira. Até no meu evaporar, há sempre um rio. ClimaCom – Manifesto das águas. [online], Campinas, ano 12, n. 28. jun. 2025. Available from: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/ha-sempre-rio/
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