Epistemandingas de Exu* | Benjamin Abras

* Este ensaio resulta de transcrição da fala de Benjamin Abras na aula magna “Exu: arte, epistemologia e método, a lembrança de si mesmo”, organizada por Déa Trancoso e disponível em https://www.youtube.com/watch?v=8m-pgKLO8aM. A transcrição foi feita por João Victor de Oliveira Murer, bolsista BAS-Unicamp da ClimaCom, sob supervisão de Susana Dias.

Benjamin Abras[1]

 

Peço licença à maneira das tradições de candomblé Angola e Ketu: Quimanda Gira! Agô! E peço a benção ao meu Pai Exú por essa oportunidade de encontrar vocês, por reencontrar amigas e amigos, encontrar Déa [Trancoso], encontrar a Mestra, poeta e Rainha da Irmandade do Rosário do Homens Pretos Leda [Maria Martins], pela oportunidade de fazer novas amizades, novas conexões. Eu sou um artista interdisciplinar e a base do meu trabalho é o legado das tradições afro-brasileiras, das quais eu sou discípulo. Eu sou sacerdote de umbanda, sou iniciado no candomblé da nação Ketu, sou filho de Exu. Exu é o meu orixá. Em breve vou tomar minha obrigação de 7 anos de iniciação no Ile Ogumfunmilayo, mas já sou èbomi pelo meu tempo no templo (èbomi é uma designação de pessoa mais velha, para quem tem mais de 7 anos de iniciado no candomblé Ketu), mas ainda tenho meu ritual para realizar que, com o desejo de meu orixá, se realizará no tempo que ele organizar e será feito aí no Brasil. Atualmente, eu vivo na França, estou fora do Brasil há 8 anos, experimentando muitas encruzilhadas. Faz muitos anos que faço essas idas e vindas e agora eu tenho vivido esse tempo mais longo aqui, longe da nossa terra mãe, essa terra maravilhosa. E estive vivendo um tempo no norte da África, na cidade de Tunis, capital da Tunísia, onde trabalhei no Teatro Nacional da Tunísia como professor de Afro Butoh e de consciência corporal.

 

(Leia o texto completo em PDF).

 

[1] Artista contemporâneo interdisciplinar. E-mail: benjaminabras@gmail.com