Entre Mundos

“A escrita é um ato fisiológico”: entrevista com Flavia Neves | Daniela Feriani
Flavia tem 35 anos, é capixaba e mora em Vila Velha, ES, com três gatos e uma dúzia de plantas. Graduada em Letras pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), é educadora, artista e escritora. Se ninguém parecia entendê-la ou ampará-la, encontrou na escrita uma possibilidade de existir a seu modo. Flavia faz da própria arte um modo de vida – ou da própria vida uma obra de arte. De uma sensibilidade crítica e poética, a artista nos convida a mergulhar na vida, sentir as coisas de maneira plena e, por vezes, ousada.

“A escrita é a minha língua nativa”: entrevista com Gustavo Rückert | Daniela Feriani
Gustavo é “autista, mas não só”, como ele mesmo diz. Também é poeta, pesquisador e professor. É através da escrita que Gustavo se sente à vontade para se expressar; as palavras são uma espécie de laboratório ou ateliê, em que ele experimenta as sensações do próprio autismo, como a ecolalia, a sinestesia, as repetições, o movimento, a sonoridade. Escreve, assim, com o seu autismo, e não apesar dele, numa relação indissociável entre vida e obra, palavra e corpo,
linguagem e mundo.

“Eu penso por textos”: entrevista com Fernando Murilo Bonato | Daniela Feriani
Com apraxia severa em função do autismo, Murilo não se comunicou verbalmente por 14 anos. Durante a pandemia de COVID, descobriu os textos como uma forma potente de se expressar. Se a sua fala “falhada” o faz ficar quieto na maior parte do tempo, a escrita possibilita que a sua voz alcance um número cada vez maior de ouvintes e admiradores.

Os desenhos da escrita | Daniela Feriani
Palavras-círculos. Palavras-espirais. Palavras que desabam. Palavras que desaparecem. Palavras que deliram. Quando não é para ser decifrada, quando deixa de ser um código semântico, o que a escrita se torna?

Quando as palavras se apagam, o que brilha? | Daniela Feriani
Quando a linguagem verbal não é uma opção, a interação e comunicação precisam se abrir para outras dimensões, como o corpo, a dança, a poesia, a imaginação, o silêncio. A inclusão só é possível quando estivermos dispostos a mudar as posições e os nossos próprios meios de acesso.