Nas encruzilhadas de Ouro Preto com Olhares (Im)Possíveis: as aparições de Exu nos fios desencapados das criações | Arthur Medrado
Arthur Medrado[1]
“A liberdade só acontece no tempo
exusiático,
que é uma temporalidade cíclica e
espiralada
para todas as direções”
(Castiel Vitorino Brasileiro,
Exú Tranca Rua das Almas, 2022).
Abre caminhos
Salve sua força, Zé Pretinho! Salve a malandragem!
Agradeço por abrir os caminhos e por autorizar a escrita desse texto. Pedimos a licença ao Rei do Morro e aos/as seus/suas camaradas para escrever as palavras-encruzilhadas a seguir. Laroyê!
“Exu da meia noite
Exu da encruzilhada
Salve o povo da encruza
Sem Exu não se faz nada”
Sem Exu não se faz nada. Exu é quem chegou antes, saiu depois, mas nunca esteve lá. Caminha sobre a areia sem deixar pegadas, pois sua presença é invisível (será?!) e, justamente por isso, funda a possibilidade de criação. Escapa à lógica do “mundo como conhecemos” porque encontra sentido no que pouca gente vê: no fragmento, na contradição, no barulho do mafuá, na encruzilhada que se abre em Ouro Preto quando jovens inventam imagens com o coletivo Olhares (Im)Possíveis.
(Leia o ensaio completo em PDF)
Recebido em: 15/09/2025
Aceito em: 15/10/2025
[1] IFMG (Pós-doutorado/PROEXT-PG). Doutor em Cinema e Audiovisual (UFF). Mestre em Educação e Bacharel em Jornalismo (UFOP). Idealizador e um dos coordenadores do projeto Olhares (Im)Possíveis. Email: arthurmedrado@gmail.com
Nas encruzilhadas de Ouro Preto com Olhares (Im)Possíveis: as aparições de Exu nos fios desencapados das criações
RESUMO: Este ensaio explora as aparições de Exu nas práticas e teorizações do coletivo Olhares (Im)Possíveis, em Ouro Preto (MG). Entre a dissertação “A encruzilhada da educação audiovisual” (Vilela, 2022) e o livro “Cinema e Contra-Monumentos” (Medrado, 2023), emergem leituras de Exu como operador estético, pedagógico e político. A encruzilhada, o caos criador e a recusa da monumentalidade estruturam modos de pensar e fazer cinema em grupo que subvertem hierarquias coloniais, instaurando pedagogias da invenção, da pluralidade e do trânsito. O texto articula citações e imagens em um percurso espiralar, assumindo a própria escrita como prática exusíaca: experimental, fragmentária e aberta.
PALAVRAS-CHAVE: Exu. Encruzilhada. Cinema de grupo. Contra-monumento. Olhares (Im)Possíveis.
En las encrucijadas de Ouro Preto: las apariciones de Exu en los cables desencapados de las creaciones en Olhares (Im)Possíveis
ABSTRACT: Este ensayo explora las apariciones de Exu en las prácticas y teorizaciones del colectivo Olhares (Im)Possíveis, en Ouro Preto (MG). Entre la disertación “La encrucijada de la educación audiovisual” (Vilela, 2022) y el libro “Cine y Contra-Monumentos” (Medrado, 2023), emergen lecturas de Exu como operador estético, pedagógico y político. La encrucijada, el caos creador y la negativa a la monumentalidad estructuran modos de pensar y hacer cine en grupo que subvierten jerarquías coloniales, instaurando pedagogías de la invención, de la pluralidad y del tránsito. El texto articula citas e imágenes en un recorrido en espiral, asumiendo la propia escritura como práctica exusíaca: experimental, fragmentaria y abierta.
KEYWORDS:Exu. Encrucijada. Cine de grupo. Contra-monumento. Olhares (Im)Possíveis.
MEDRADO, Arthur. Nas encruzilhadas de Ouro Preto com Olhares (Im)Possíveis: as aparições de Exu nos fios desencapados das criações. ClimaCom – Exu: arte, epistemologia e método [online], Campinas, ano 12, n. 29., dez. 2025. Available from: http://climacom.mudancasclimaticas.net.br/encruzilhadas-ouro-preto/
