Decolonialismo indígena a partir de Álvaro Gonzaga | Emanuely Miranda
Emanuely Miranda[1]
GONZAGA, Álvaro. Decolonialismo Indígena. São Paulo: Matrioska, 2022.
O que vem a ser o Decolonialismo
Enquanto o descolonialismo tem a ver com o encerramento da colonização como sistema de governo e a independência formalizada de territórios outrora colonizados, o decolonialismo se desafia a questionamentos mais profundos e intervenções mais estruturais. Trata-se de uma prática ontoepistemológica que indaga sobre o legado que a colonização deixou e sobre o modo como ela se atualiza nos dias atuais, visto que dominações continuam em vigor e, não obstante, em ardor. Nesse sentido, a colonização não se apresenta como um processo de fato encerrado, pois ainda se manifesta em nossas vivências, estruturando-as e determinando-as. Para muito além do acréscimo ou retirada de uma letra, há desdobramentos filosóficos e políticos que urgem como necessários e vêm à tona a partir do que o decolonialismo propõe. Para o filósofo indígena Ailton Krenak, a colonização se deu (e se dá) a partir da ideia de que aquilo que vem a ser chamado de humanidade se dividiu e se divide em pólos dicotômicos: de um lado, os civilizados e, de outro, aqueles que supostamente necessitam de iluminação. “Esse chamado para o seio da civilização sempre foi justificado pela noção de que existe um jeito deestar aqui na Terra” (KRENAK, 2020, p. 11)
(Leia a resenha completa em PDF).
Recebido em: 01/03/2024
Aceito em: 01/06/2024
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