Qual doutorado não seria coorientado por Exu? Uma fuga à nossa coautoria; e as referências que não cabem | Rafael Manfrinatto de Carvalho
Rafael Manfrinatto de Carvalho[1]
Agô.
É assim que começamos. Pedimos licença. E a bença também.
Festejamos um espaço como este. Um baita dossiê. Uma revista aberta, afim. Dispostos ao sem fim das coisas; da Vida. Assim mesmo, fica a dúvida com este texto: um ensaio, um artigo? Não sabemos. Entretanto, o chamemos por ensaiartigo – com tanto fazendo; num ótimo sentido.
Isto porque Exu é e não é. Ou seja: tanto faz. Como faz tanto.
Todavia, é um desafio – não deixa de ser – estarmos neste mundo. Quando lemos os sete pontos relativos às submissões desejáveis nesta chamada, imaginamos: nóis estamos pelos sete. E assim há de ser o tempo todo; cada vez mais. Setenta vezes sete e além disto. Tudo está em relação. Felizmente, a revista não nos pede que apontemos em qual item tudo se enquadra, como fazem ainda muitos sistemas mundanos. (Não)há-final: a Vida quer viver. Nóis podemos ser; assim. Simplesmente sendo. Sem enquadramentos. Este texto como um Exu; Seo Sete-Tópicos – com tantos mais.
Já dissemos por aí que Exu talvez não desse muita trela ao drama shakespeariano do ser ou não ser. Inclusive: qual a cor de seu chapéu? As sabenças exúdicas transmitidas nas oralidades nos ensinam.
(Leia o ensaio completo em PDF)
Recebido em: 15/09/2025
Aceito em: 15/10/2025
[1] Universidade Estadual de Campinas. Email: contatorafacarvalho@gmail.com
Qual doutorado não seria coorientado por Exu? Uma fuga à nossa coautoria; e as referências que não cabem
RESUMO: Ensaiartigo experimental de um devir exúdico na escrita; como na leitura. Por um texto-encruzilhada que se faz ebó à fuga – nossa – por uma coautoria no in-possível. Remixa todos os sete pontos, tópicos descritos na chamada deste dossiê, considerando relatos de experiência e assentamentos conceituais atravessando e sendo atravessados pela pesquisa doutoral que se dá no RoLê das Domésticas, uma prática e tecnologia de roda do Coletivo Cultural Comunitário Encruzilhada Estrela Dalva, em que vários outros projetos e agenciamentos se encruzilham com as narrativas de si que, como vemos nesta escrita: são de nóis. Onde tudo comunga o fazimento de comunidade; o aumento das potências de Vida. Considerando Exu e outras presenças, sempre a mesma, para além dos nomes, entidades e identidades. Numa lida esta, trabalho de grupo, por sermos a Terra… em devir-amor.
PALAVRAS-CHAVE: Exu. Encruzilógica. Kaligrafia. Rotas de fuga. Coautoria.
What doctorate (PhD) wouldn’t be co-supervised by Exu? An escape to our co-authorship; and the references that don’t fit
ABSTRACT: An experimental article/essay on an “exudic” becoming in writing, as in reading. Along the crossroad-text that becomes an “ebó” itself to our escape through a co-authorship in the “in-possible”. It remixes all seven points, topics described in the call for papers within this dossier, considering experience reports and conceptual settlements that both traverse and are traversed by the doctoral research taking place in “RoLê das Domésticas”, a “wheel technology” run by “Encruzilhada Estrela Dalva”, a community cultural collective where various other projects and agencies intersect with narratives of self that, as we see in this paper: are ours. Where everything shares for the community making; the increase in the powers of Life. Considering Exu and other presences – always the same – beyond names, entities, and identities. In this endeavor, as a group work, for us to be Earth… in becoming-love.
KEYWORDS: Exu. “Encruzilogic”. “Kaligraphy”. Escape routes. Co-authorship.
CARVALHO, Rafael Manfrinatto de. Qual doutorado não seria coorientado por Exu? Uma fuga à nossa coautoria; e as referências que não cabem. ClimaCom – Exu: arte, epistemologia e método [online], Campinas, ano 12, n. 29., dez. 2025. Available from: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/coorientado-por-exu/
