Como contar o incontável | Emanuely Miranda

Narrar os desastres é um dos desafios para a divulgação científica perante a crise climática.

Por | Emanuely Miranda

Editora | Susana Dias

 

Em onze de janeiro de dois mil e onze, uma enchente avassaladora tomou Nova Friburgo (RJ) e entrou para a história como a maior tragédia climática até então. A estudante de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Felícia Canella tinha nove anos de idade e crescia sob o céu da cidade quando o viu despencar. Sua história ficou para sempre dividida em antes e depois. O desafio de contá-la chega para o jornalismo científico como o desafio de escrever uma experiência que não cabe em palavras: a cheia e o vazio que a sucede.

Os períodos de cheia configuram eventos frequentes na vida de um rio. Conforme divulga o Centro Nacional de Monitoramento e Desastres Naturais (Cemaden), inundações são processos de submersão que envolvem áreas fora dos limites normais de água, sobretudo em zonas que normalmente não se encontram submersas, a partir da recorrência de chuvas e do alto volume de acúmulo nas bacias. No entanto, a ebulição global está alterando o modo como esses acontecimentos se manifestam e agravando drasticamente suas consequências. Com isso, as mudanças climáticas fomentam – de acordo com as palavras do coordenador do Setor de Cultura, Comunicação e Divulgação Científica e Cultural (Secult) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Gabriel Cid Garcia – uma encruzilhada para a ciência e afetam histórias como a de Felícia para sempre.

(Leia a reportagem completa em PDF).