Cartografia com as águas | Luíza Câmara Maret

Título | Cartografia das águas

A oficina “Carto grafias: escutas, leituras e escritas criativas”, foi oferecida no CEMAC, Centro Municipal de Artes e Cultura “Thomaz Ceneviva”,sede do Departamento de Artes e Cultura do Município de São Carlos-SP, durante o período de maio a novembro de 2024, em encontros semanais. Neste período foi realizado um processo cartográfico com os tempos, as memórias, os ritmos e as águas, através de leituras de autoras mulheres, da escrita por participantes mulheres e pela escuta e leituras das escritas feitos durantes os encontros, compartilhadas em roda. Assim, cartografias com os tempos, as memórias e as águas, feita por mulheres de forma singular/individual e coletiva. Cada uma escutou, leu, escreveu, produziu pequenos cadernos, palavras escritas e inscritas, atravessou e foi atravessada, registrou em voz, palavra em papel, na memória e afeto com as outras, seus tempos e águas de corpas humanas e corposd’água. Criamos e recriamos caminhos expressivos com o corpo, linguagem, voz: manifestamos com as águas.
Em cada encontro, um dispositivo relacional e de encontro afetivo. Assim, inspiramo-nos com materialidades de papeis, canetas, tintas, recortes e textos poéticos literários. Alguns deles foram: o livro “A água é uma máquina do tempo” (2022), de Aline Mota; livro “Poemas da Recordação e outros movimentos”(2008), a novela “Sabela”, do livro “Histórias de leves enganos e parecenças” (2016) e o conto “Olhos d’água” (2014), todos de Conceição Evaristo; o vídeo performance “Loess” (2016), de Marise Maués; o lyric video “Joguei minhapalavran’água”, do álbum “Língua”, de Alessandra Leão; o livro “Rito” e o “Lábios espelhos”, de Marize Castro; entre outras tantas palavras molhadas. Também realizamos um encontro-oficina com as chuvas e a cachoeira, do município vizinho, em Ribeirão Bonito. Destes dispositivos diversos, entre leituras, escutas e vozes, escrevemos, escutamosesentimos, produzindo relações.


| FICHA TÉCNICA |

Facilitadora/mediadora, arte-educadora daoficina | Luíza Câmara Maretto

Criações | Participantes escritoras cartógrafas | Maria de Fátima Dias Costa, Vanessa Mantovani Bedani, Julia  Aparecida Rodrigues da Silva, Luíza Câmara Maretto.

Projeto | Esta oficina foi oferecida através do edital Chamada Pública 04/2022 (CEMAC) para seleção de projetos culturais,do município de São Carlos – SP.

Local | Centro Municipal de Artes e Cultura “Thomaz Ceneviva”, sede do DepartamentodeArteseCulturado Município de São Carlos – SP.

Período de realização: maio a novembro de 2024.


À nossa divindade, a poesia 

Ritualizar-nos é ritualizar a escuta, a leitura, a escrita, a ficção, a voz.
…com uma caminhada errática…
Oração ao divino, que é a palavra…
escrever é orar, oração, sagrada poesia
Quais palavras me levam à fonte da minha voz?
Em silêncio escrevo, no ruído das vírgulas, poema.
Encantarias da fonte: sentir bem dentro, raiz fome desejo morte e jorrar versos, imagens, poesias.
Santificai meu prazer, ó poesia! Em desejos a céu aberto, com o cio da terra, molhada natureza!
Caminho entre lábios espelhos no contorno errático da voz entoada, dela, delas…
Assim seja sacra palavra, rogai. Assim seja corpo molhado, água da chuva, rio, prazer. Assim seja, mulher, rogai.
Devolver nós. Envolver eu mim encantação entrega prazer alegria voz.
Foz que sacia-me, o desejo das palavras, é fazer acertos, que levam a vida.
Sonhos para criar, palavras para cantar, eu, ritual. Nós, poesia.
Orações para cantar em rituais.
Do segredo da cabaça, água som sementes. Palavras mulheres.
Nuas cruas
Conexão que percorre, escorre, encontra, entrecruza.
Santo de casa: iluminai-me, alimentando meu caule, as folhas que trazem sombra, água que inunda, nossa terra.
Espelhar-me em ti, espelhar nós nas linhas, curvado teu corpo, encontro-me, a mim, só eu.
Água da chuva, alimenta-me. A caneta no papel, preencha-me.

Poema coletivo – Julia Silva e Luíza Maretto.


Meu eu

Do nordeste foi de onde iniciei
aos 7 anos me mudei,
Em um novo caminho eu tracei,
A vida foi mudando e eu crescendo, até que descobri algo dentro de mim: um amor pela escrita,
contos, poemas, e poesias… Quem diria, hein Maria?!
Foi uma professora que me iniciou nesse mundo de fantasias, pensamentos e de muito amor.
Depois de um tempo me desconectei,
Me tornei adulta e me deixei,
Deixei de lado a escrita, a leitura e a arte.
O tempo continuou e os dias não pareciam fazer mais sentidos para mim, mas eu ainda sentia algo aqui
até que na capoeira eu me (re)encontrei e decidi começar tudo outra vez.
Voltei a escrever, a cantar e o meu corpo movimentar. Quero e espero que essa fase seja infinita e
que dure por toda minha vida.

Texto de Maria de Fátima Dias Costa.


Água: elemento habitante de flutuar meu agora em passado, presente e futuro.

É bússola do meu sentir.
Caminho de dentro que pulsa as águas carregadas, sentidas e habitadas.
Travessia de ser água viva em si.
Quantas linhas banhadas de desejo me habitam?
O desejo é fim ou imPULSO?
O fim traz impulsos.
Desejo é fim e impulso.
Pulsos novos.
Mergulho.
maré imPULSO.
Pulso lar. Salgado pulso.
Sal é lar. Lar salgado lar.
Travessia.
A travessia é busca. (?)
ou
encontro (.) (?)
busca gera encontro.
Encontro.
Olho.
Me molho.
Vejo parte da travessia desaguando ondas das minhas linhas desejantes.
Habito o desejo com o ritmo da vida.
O desejo pulsa no encontro. O desejo faz o encontro.
Encontro a mim por meio de outros encontros.

O desejo é movimento de encontros de marés.
Desaguo em fluxos.
Sou água viva, em mim.

Texto de Vanessa Montovani Bedani.


Das minhas águas

Quando pequena, antes dos 3 anos, minha mãe me contou que eu gostava de ficar bebendo a água que gotejava das roupas que estavam secando no varal. Eu queria colher a água em mim. Servar aldas gotas.
De gota em gota meu corpo foi mergulho cotidiano – água meu contorno em vida.
Não sei com qual idade conheci o mar. Preciso perguntar isso para minha mãe. Sei que meu pai me ensinou a nadar no rio. Rio foi meu primeiro caminho para o mar.
“dentro do mar tem rio”
Ainda pequena, um pouco maior, a piscina azul de plástico no quintal era imensa. Eu mergulhava contornando seu retângulo como se ela me oferecesse todos os mistérios e mundos aquáticos.
Água de bacia de alumínio. No quintal da casa da vó era banho. Escalda-pé. Lugar de quarar roupa. Era lugar de gestos de cuidados. Era afeto desaguado.
Nadei na barriga da minha mãe. Em piscina. Em rio. Em cachoeira. Em mar. Todos lugares lares. Todos: travessias das minhas águas.
As águas me conduzem – meu corpo é atravessado de água. E em cada mergulho estou submersa em mim.
As águas de fora me oferecem silêncio-aconchego para que eu nade nas minhas águas de dentro.
Sempre que estou diante das águas: doce ou salgada, meu corpo se banha em sábios sussurros devocionais.
Resplandece o que me compõe e o que ainda está chegando…
As águas acontecem o que está me acontecendo.

Texto de Vanessa Montovani Bedani.


Corpo / Água / Mulher / Tempo

E o tum tum do coração batendo em desespero, preocupação, alegria e medo
Sentindo as mudanças em meu corpo
De algo que ainda não aconteceu
Sentindo o tempo passando e eu pensando,
Será apenas eu?
E o tum tum do coração batendo em desespero, preocupação, alegria e medo
As transformações vêm chegando com calma, fluida e tranquila como a água.
O ser crescente no meu ventre me faz perceber, o tempo que falta para que eu finalmente possa te ver.
E o tum tum do coração batendo em desespero, preocupação, alegria e medo
Não me leve a mal estou feliz ponto
mas não posso negar que com tantas mudanças eu venha me sentir assim.
Os será, os quando os como estão presentes
Será que darei conta?
Quando irei te ver sentir acolher?
Como fazer para ser o melhor de mim para você.
E o tum tum do coração batendo em desespero, preocupação, alegria e medo

Texto de Maria de Fátima Dias Costa.


A mulher, encharcada por dentro, grávida, se encontra no meio de muita água, em um barco.

Homens estão ao seu redor, em outros barcos. É muita água, e o seu companheiro de jornada está ali, ao lado, em outro barco.
Ela e ele não têm medo das ondas. Ela levanta nua e seu corpo é revelado pelo contorno da luz.
É bela, é belo o útero que se preenche. Toda circular ela está. Ela fica em pé e isso não a desequilibra, mesmo com a força das águas que aumentam.
Ela precisa ir embora. Precisa?
As águas se movimentam forte e ela está indo, em seu barco, em pé.
Como regar as raízes? Como plantar essas águas? Bordar o tempo de cultivo.
E a presença da música de cada lugar, vento, chuva, águas.
Se inspirar com as palavras de outras, com a vida personagens mulheres.
Sonhar… Ela continua em pé.
Escrever o roteiro de ficções imaginadas e vividas.
Lê, escuta, escreve.
Como e pra quê você escreve?
Água da palavra. Palavra n’água. Palavra da água.
Pra onde a mulher será levada com as águas?

Texto de Luíza Maretto.


Cachoeira

Barulho que acalma, água, cachoeira.
Ao observar os pequenos redemoinhos se formando na cachoeira, eu penso na vida: é como se ela
dissesse que mesmo depois das voltas que damos, que mesmo depois das diferentes direções e
decisões que devemos tomar e muitas vezes tomamos, a vida segue seu curso rumo ao seu destino.
As voltas que damos, muitas vezes nos deixam mais longe de onde devemos estar. Em outros
momentos, queremos tanto chegar que não vivemos o processo.
Às vezes não vemos o fim do caminho para que possamos nos concentrar no
percurso, no processo.

Texto de Maria de Fátima Dias Costa


PALAVRA PEIXE PÁSSARO

FEIXE PASSAGEM EMOÇÃO
DESEJO DESÁGUE DENTRO
CIRCULA QUENTE CORAÇÃO
ENVOLVE CUIDA NASCE
PERFORMANCE PROFUNDA ENLACE
MOVE MUDA DESFIGURA
MOLHA SOLTA MISTURA
LEMBRA ESQUECE AMA
DEIXA SEGUIR A TRAMA

Texto: Luíza Maretto.


CAMINHOS CARTOGRAFADOS EM VOZ, ÁUDIOS
Link para escutar:
https://drive.google.com/drive/folders/1mcH989b9KOa-_sYnbXGjw9lkYB5ZeH1S?usp=sharing

PERCURSO CARTOGRÁFICO:
Dos encontros com a oficina, segue um recorte de alguns dias e momentos, contorno com a cartografia criativa e
afetiva com as águas. Não vemos todo o percurso, mas fotografias dele. Possíveis dispositivos para outras aberturas,
em outros locais e tempos, com outros encontros.

Encontro/oficina 12.08.2024 [décimo primeiro encontro]


VAI E VOLTA CORPO ÁGUA FLUXO INCORPORÁGUA
relações com as águas e o tempo

  • Dispositivo: vídeo performance “Loess”, de Marise Maués.

  • Proposição cartográfica: escrita performática; imagens palavras – tempo, ir e vir, corpo, mulher, água;
    escrever em relação de performance com as águas

Para assistir o vídeo-performance “Loess”:
https://diariocontemporaneo.com.br/o-corpo-que-habita-a-floresta-ou-a-floresta-como-parte-constitutiva-do-corpo/

Encontro 19/08/24 [décimo segundo encontro]


JOGAR A PALAVRA N’ÁGUA
escrita aguada palavra molhada fluxo criativo

  • Dispositivos: leitura do livro com ilustrações em aquarela: “A água e a águia”, Mia Couto e Dantas
    Wojciechkwska; o videoclipe lyrics “Joguei minha palavra n’água” e outros do álbum “Língua”, de
    Alessandra Leão.

  • Proposição cartográfica: experimentar o fluxo escrita com as águas e aquarela – seguir palavras que vão
    surgindo uma atrás da outra, sem parar e “refletir” muito, ir escrevendo. Usando aquarela para
    escrever/fluir/pintar. Leituras escutas compartilhadas.

  • Motes para inspiração na escrita:
    “se colocar a memória n’água, no que ela se transforma?”,
    “se colocar a palavra n’água, o que acontece?”,
    “o que uma palavra molhada me provoca, faz lembrar, sonhar, imaginar?”,
    “quais palavras as águas me lembram, me molham… de palavras?”,
    “palavras memórias imagens águas”

Para escutar:
https://youtu.be/g0Iq3p59oMU?si=RoEaxvNOJ3g6bag2 – música “Joguei minha palavra n’água”
https://youtube.com/playlist?list=PLdNhAemqqrjUZ9UlVxcbvufqCup1Zfwug&si=B9W2_aRTNThGBU6h – trilogia “LÍNGUA”

Indicação vinda depois desse encontro:
https://youtu.be/kllPR5iI1Lc?si=r80cqQoROAnTXAj7
“Novo álbum da Liniker. Um poema cantado, ou uma música recitada, não sei ao certo hahaha mas eu gostei.”


Encontro dia 26.08.24 [décimo terceiro encontro]
A ÁGUA É UMA MÁQUINA DO TEMPO
acontecimento, cenas, imagens e poesia

  • Dispositivo: leitura de trechos do livro “A água é uma máquina do tempo”, de Aline Motta.

  • Proposição cartográfica: escrita de cenas intercaladas – escrever uma cena-acontecimento-sentimento;
    escrever outra cena-acontecimento-sentimento; voltar na primeira cena, depois na segunda; ir intercalando
    essas cenas; se quiser incluir e intercalar mais imagens na narrativa. Leituras e escutas compartilhadas.

  • Mote poético afetivo: poesia cinema, poesia imagens, poesia performance do tempo espiralar, poética do
    tempo espiralar. TEMPO DEPOESIA – poesia do tempo em tempo de poesia.
    Indicação após o encontro:
    https://www.instagram.com/reel/C-8q3DCv2-X/?igsh=ZHAzNGFmcjN5ejRp


Encontro 02.09.24 [décimo quarto encontro]
POESIAS DA RECORDAÇÃO
o que desejo que volte a passar pelo coração, sempre diferente?

  • Dispositivo: Livro “Poemas da Recordação”, de Conceição Evaristo, leituras de trechos do livro.

  • Proposição cartográfica: escrita “O que desejo que volte a passar pelo coração, sempre diferente?”. Leituras
    e escutas compartilhadas.


Encontro 09.09.24 [décimo quinto encontro]
OLHOS D’ÁGUA DO ESQUECIMENTO
o que lembro porque esqueço?

  • Dispositivo: conto “Olhos d’água”, de Conceição Evaristo.

  • Proposição cartográfica: escrever aprofundando no esquecimento. “O que me lembro do que esqueci?” ou “O
    que a gente lembra, porque esqueceu?”

    O conto Olhos d’água traz a lembrança através dos olhos da mãe, que
    a faz percorrer o fio da memória e chegar nos olhos da filha.


Encontro 16.09.24 [décimo sexto encontro]
E SE A MEMÓRIA FOSSE UM SONHO?
ficcionar a memória, narrar sonhos, criar imagens, imaginações

  • Dispositivos: leitura trechos conto/novela “Sabela”, do livro “Histórias de leves enganos e pareceranças”, de
    Conceição Evaristo; leitura poesia “Um pássaro rio todo colorido”, poema facilitador da oficina, que está na
    dissertação “Cartografia dos envolvimentos”; álbum de música “Águas”, Perota Chingó.

  • Proposição cartográfica: escrever com – “E se a memória fosse um sonho?”, “E se o sonho fosse memória?”;
    ficcionar a memória, narrar/lembrar sonhos, criar imagens, imaginações. Leituras e escutas compartilhadas.

  • Motes poéticos afetivos: corpos natureza, corpos-água, natureza-natureza, natureza humana, natureza
    divina.
    Para escutar:
    https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=Q3ev4ibvJIgÁGUAS – PEROTA CHINGÓ


Encontro 23.09.24 [décimo sétimo encontro]
ENTRE O SILÊNCIO E O GRITO, A VOZ
inundação de palavra (d)e narrativa, escutar e dizer com

  • Dispositivos: leitura trechos segunda parte da novela “Sabela”, do livro “Histórias de leves enganos e
    parecenças”
    , de Conceição Evaristo; troca sobre encontro passado, sonhos, memórias, sexualidade,
    criatividade e prazer; música Interlúdio Garganta, de Xênia França.

  • Proposição cartográfica: escrita/contação de sua história “Entre o silêncio e o grito, a voz”; escrever com as
    histórias da outra, com a escuta das histórias da outra, com a escrita das histórias das outras. Escreveram
    lendo e escutando a história/narrativa da outra. Fabularam, com suas próprias formas de escrever e narrar,
    escutar e narrar com a outra. Uma conta, escreve. A outra escuta e depois escreve, fabula com. Leituras e
    escutas compartilhadas.
    Para escutar:
    https://open.spotify.com/track/4xkJaPwxJlqNw5MkNzhvGz?si=9LVHC9o9Rb2FdmPb29gGMQ
    INTERLÚDIO GARGANTA, Xênia França.


Encontro 07.10.24 [décimo oitavo encontro]
ENCANTAÇÕES ÁGUAS RITUAIS
cabaça, sexualidade, criação, poesia sagrada, fluxo entre mulheres

  • Dispositivos: poesias dos livros “Rito” e “Lábios-espelhos”, de Marize Castro. Escutamos durante a escrita o
    álbum de Renata Rosa, “Encantações”.

  • Proposições cartográficas: cortar uma sulfite em 8 pedaços; escrever 2 poemas curtos, cada um em um papel
    cortado, colocar dentro de uma cabaça; cada uma pega o poema da outra e escreve, inspirada pelo papel e
    pela poesia já lida, e coloca novamente dentro da cabaça; assim seguimos entre poemas da outra,
    escrevendo pequenos trechos, vamos tirando de dentro da cabaça. Depois dos 16 papeis escritos, cada um
    vira a sequência do nosso poema coletivo, que foi nomeado como “Orações e encantarias – encantações”.
    Leitura conjunta, cada uma um trecho.

  • Mote poético afetivo: Escrita fluxo sagrado – a criação a criatividade a sexualidade o prazer de cria com.
    Para escutar: álbum Encantações, de Renata Rosa.
    https://open.spotify.com/album/5FYBBY4heFkCPii0s3oIXI?si=Iwv9pdb5Q0qdR5TlVMUJvA


Encontro 14.10.24 [décimo nono encontro]
HAIKAI, IMAGENS POESIA NATUREZA
tempo e espaço cenas cotidianas poéticas do detalhe

  • Dispositivos: conversamos sobre o Haikai, origem e fundamentos Zen – caminhos, caminhada e escuta
    cartográfica, territorial, territórios e imagens em palavras, silêncios; sobre formas de escrever – cada frase
    uma imagem (a primeira – cosmos, cena / a segunda – o que movimenta na cena / a terceira – a conclusão, o
    que acontece desse encontro; lemos textos do livro “Vida: Cruze” Souza, Bashir, Jesus e Trótski – 4 biografias”
    de Paulo Leminski / “Outro silêncio”, de Alice Ruiz / “Haikais para Raffaella”, de Marcos Cordeiro / “Conversa
    de Passarinhos – haikais para crianças de todas as idades”
    , de Alice Ruiz e Maria Valéria Rezende

  • Proposição cartográfica: escrita através das imagens e dispositivos dos haikais
    Indicação de filme “Primavera, Verão, Outono, Inverno, Primavera…”
    https://youtube.com/watch?v=DleScjeVX7U&feature=shared


Encontro 28.10.2024 [vigésimo primeiro encontro]
CARTOGRAFIA COM AS ÁGUAS DA CACHOEIRA E DA CHUVA
o que escuto, vejo, sinto, penso, imagino e faço

  • Dispositivos: ida até a cachoeira do Santana e vivenciamos encontros com as águas da cachoeira e das
    chuvas.

  • Proposição cartográfica: escrever com as águas – o que vejo e escuto? o que sinto e penso com o que eu
    vejo e escuto? o que faço com isso? O que imagino com isso? Depois de escrita, selecionar frases que
    chamam mais, e depois palavras dentro das frases. Produção de imagens poéticas, fotografias.


 


MARET, Luíza Câmara. Cartografias com as águas. [online], Campinas, ano 12, n. 28 jun. 2025. Available from: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/cartografia-com-as-aguas/

SEÇÃO ARTE | MANIFESTO DAS ÁGUAS | Ano 12, n. 28, 2025

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