A Vale (amarga) e o Rio Doce em um poema (fatídico) de Drummond | Rodrigo dos Santos Dantas da Silva
Rodrigo dos Santos Dantas da Silva[1]
O discurso drummondiano em suas
várias manifestações exemplifica essa
ligação do sujeito com seu
espaço de origem
(ROSA, 2000, p. 17).
Um poema (fatídico) drummondiano em análise
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) foi um poeta, contista, cronista (além de ter sido funcionário público e jornalista), um expoente da poesia brasileira do século XX – foi ainda um dos maiores representantes do movimento modernista no Brasil, com uma poética de embate reflexivo e silencioso (Ribeiro, 2017). Embora seu primeiro livro de poemas, Alguma Poesia, tenha sido publicado em 1930, esta é uma coletânea de poemas escritos ainda na década anterior, quando de fato inicia seu percurso literário.
Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira, Minas Gerais, e o projeto literário do poeta se fundamenta em diversos núcleos temáticos, tais como a solidão, a memória, o amor e as condições humanas (Rosa, 2000). Seu trabalho poético versa entre reflexões pessoais, lirismo e crítica social. Um de seus poemas mais conhecidos, e polêmico ainda hoje, é “No meio do caminho”, publicado em 1928. O poema que trago a este ensaio é “Lira Itabirana”, publicado em dezembro de 1983, no jornal O Cometa Itabirano, nunca publicado, inclusive, em livro, o que fez muitos a questionarem essa autoria (Zero Hora, 2015). Trata-se de um texto poético em tom de denúncia à Companhia Vale do Rio Doce:
(Leia o ensaio completo em PDF)
Recebido em: 15/05/2025
Aceito em: 15/05/2025
[1] Doutorando em Letras (Estudos Literários) pela Universidade Federal do Espírito Santo; além de ser professor do componente curricular de Língua Portuguesa na educação básica. E-mail: dyghusoueu@gmail.com.
A Vale (amarga) e o Rio Doce em um poema (fatídico) de Drummond
RESUMO: Analisa-se, neste ensaio, um profético poema de Carlos Drummond de Andrade, “Lira Itabirana” (1983), sobre as mazelas sociais que a Companhia Vale do Rio Doce traz ao rio mineiro que perpassa o Espírito Santo, e nomeia a instituição. Embasa-se em notícias e artigos acadêmicos para tecer comentários acerca desse objeto estético drummondiano, o qual parece denunciar mazelas ambientais oriundas da Vale, assim como predizer o futuro acerca de tais problemáticas que ainda em tempos hodiernos agride o meio ambiente.
PALAVRAS-CHAVE: Companhia Vale do Rio Doce. Crime Ambiental. Drummond. Lira Itabirana.
Vale y Rio Doce en un (fatídico) poema de Drummond
RESUMEN: Se analiza, en este ensayo, un profético poema de Carlos Drummond de Andrade, “Lira Itabirana” (1983), sobre las aflicciones sociales que la Compañía Vale do Rio Doce causa al río mineiro que atraviesa Espírito Santo, y que da nombre a la institución. Se apoya en noticias y artículos académicos para tejer comentarios sobre este objeto estético drummondiano, el cual parece denunciar las aflicciones ambientales originadas por Vale, así como predecir el futuro de tales problemáticas que aún en tiempos actuales agreden al medio ambiente.
PALABRAS CLAVE: Companhia Vale do Rio Doce. Delitos ambientales. Drummond. Lira Itabirana.
SILVA, Rodrigo dos Santos Dantas da. A Vale (amarga) e o Rio Doce em um poema (fatídico) de Drummond [online], Campinas, ano 12, n. 28., jun. 2025. Available from: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/a-vale-amarga/