A exposição Cosmopolíticas Vegetais convidou para relações entre múltiplos saberes e plantas | Emanuely Miranda

Em diálogo com saberes indígenas e afrodiaspóricos, buscando desviar da brutalização da vida, a exposição Cosmopolíticas Vegetais experimentava criar vínculos, ciências e artes com distintos seres e forças

Por | Emanuely Miranda[1]
Editora | Susana Dias

 

Entre os dias 16 de agosto e 28 de setembro, no Espaço Marco do Valle, em Campinas, ocorreu a exposição coletiva Cosmopolíticas Vegetais sob curadoria das pesquisadoras Carolina Cantarino e Susana Dias. A exposição foi resultante das pesquisas desenvolvidas no projetos “Perceber-fazer floresta: alianças entre artes, ciências e comunicações diante do Antropoceno” (Fapesp 2022/05981-9) e do Tema Transversal de Comunicação do INCT Mudanças Climáticas Fase 2 ( CNPq 465501/2014-1, FAPESP 2014/50848-9 e CAPES 16/2014). Com o objetivo de cultivar vínculos entre distintos seres e forças, os artistas buscaram “deslocar as plantas de suas classificações como recursos naturais, objetos de estudo e artefatos ornamentais para pensá-las como parceiras de criação e companheiras de vida”, contou Susana Dias, pesquisadora do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e uma das curadoras da exposição. As obras ali apresentadas articulavam saberes indígenas e afrodiaspóricos, bem como se desafiavam a confundir as fronteiras entre artes e ciências.

De acordo com Carolina Cantarino, também curadora da exposição e professora da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp, havia uma mobilização coletiva com o propósito de cultivar intimidade com as plantas. Dessa forma, a exposição se esforçava em escapar de perspectivas saturadas por aquilo que se estabeleceu como humanidade que, por sua vez, se caracteriza como demasiadamente branca, masculina e violenta. “Aprendemos, nos diferentes modos de se conviver com as plantas, a habitar um mundo repleto de seres viventes, que não se restringem aos humanos entre si”, explica.

(Leia a entrevista completa em PDF).

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[1] Mestra em Divulgação Científica e Cultural pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), jornalista da ClimaCom, bolsista TT Fapesp no projeto INCT-Mudanças Climáticas Fase 2 financiado pelo CNPq (465501/2014-1), FAPESP (2014/50848-9) e CAPES (16/2014), sob orientação de Susana Dias. Integra o coletivo e grupo de Pesquisa | multiTÃO: prolifer-artes sub-vertendo ciências, educações e comunicações (CNPq). Email: emanuelymiranda.em@gmail.com