Re-existências sensíveis
TÍTULO: Re-existências sensíveis – técnicas de produção audiovisual afetadas pela floresta
O que pode uma divulgação científica e cultural que prefere não falar sobre a floresta, antes propor-se como encontro com as potências-floresta? Esta é uma proposta para experimentarmos coletivamente a produção de composições sensíveis (fotografias, colagens, performances etc.) que ativem relações entre artes, ciências, tecnologias e comunicações e que sejam capazes de celebrar potências-floresta, tais como: gerar encontros entre abundantes e diversos modos de existência (orgânicos, inorgânicos, naturais e sobrenaturais) em co-evolução e co-criação incessantes; instaurar infinitas e complexas relações sempre inacabadas; ativar forças de cura, contemplação e transformação; fazer mundos, constituir refúgios e afetar afirmativamente as dinâmicas da Terra nas mais diversas escalas; gerar um gigantesco arquivo vivo, sempre aberto à morte e renascença constantes… Tal celebração pede uma interação inédita entre as mais diversas práticas e abordagens daqueles que têm buscado ganhar intimidade com a floresta (artistas, filósofos, cientistas, jornalistas, educadores, escritores etc.) e exige de nós uma abertura para fazer do encontro um laboratório-ateliê de uma divulgação porvir. Compartilharemos técnicas no Laboratório-Ateliê da Revista ClimaCom <http://climacom.
Ficha técnica
Oficina realizada durante o 5o. EDICC – Encontro de Divulgação e Cultura a convite dos alunos do Mestrado em Divulgação Científica e Cultural Labjor-IEL-Unicamp
Concepção e coordenação: Susana Dias
Artista e pesquisador convidado: Rodrigo Reis Rodrigues
Organização, oficina e criações: Andressa Boel; Angélica Lucía Mamián López; Carolina Scartezini; Glauco Roberto Silva; Érica Araium; Lavínia Rangel; Maria Rita Salzano Moraes; Maria Luiza Canela de Almeida; Rodrigo Reis Rodrigues; Thamires Mattos; Vaneza Macellari; Sara Melo; Susana Dias.
Fotos: Glauco Silva, Susana Dias e Thamires Vaz
Local: Praça da Paz – Unicamp
Data: 24/04 de 16:00 às 19:00
Esta atividade fez parte da proposta da disciplina “Arte, ciência e tecnologia” – MDCC-Labjor-IEL-Unicamp primeiro semestre de 2018
Disciplina: JC012 Arte, ciência e tecnologia
Professora – Dra. Susana Dias
Nesta disciplina experimentaremos as florestas como parceiras de pensamento e escrita, ou seja, a transformação das florestas em material de pensamento e escrita. Um pensar e escrever (seja por imagens, palavras, sons, tintas, corpos…) que busca se afetar pelos não-humanos – uma ênfase muito importante hoje dos estudos de ciência e tecnologia, nos estudos multiespécies, nas chamadas linhas de pensamento pós-humanistas. Trata-se de ganhar intimidade com as florestas, conviver com as coisas, seres, mundos e correr o risco de ser devorado por eles. Co-evoluir perto-dentro-junto às florestas, em que nada está só e tudo se converte numa complexidade viva, numa multirelacionalidade em constante transmutação. Talvez assim, acordar uma divulgação científica e cultural que prefere não falar sobre as florestas, mas antes propor-se como encontro com as potências-florestas. Pois que seria menos pensar em comunicar florestas já dadas, e mais um entrar em comunicação com florestas que estão (e precisam estar) em constante formação e movimento. Quem sabe, deste modo, nos tornemos dignos de que as florestas entrem em comunicação conosco, nos tornemos dignos de que elas proliferem por textos, fotografias, pinturas, esculturas, criações sonoras etc., em novas e originais emoções, em novos modos de existir e afetar. A disciplina será dividida em três blocos: 1. Da intimidade com os materiais; 2. Do aprender a pensar com a Terra; 3. Da atentividade e re-ligação com múltiplos modos de existência. Em cada bloco estão propostas leituras e encontros com práticas singulares de distintos ofícios (cineasta, escultor, cientista, babalorixá e ialorixá), pois nos interessam as artes, ciências e tecnologias – com minúsculas e no plural – envolvidas em um fazer. Trata-se de um enfoque mesopolítico (Stengers) em que o foco não são as abstrações e idealizações, mas as técnicas, procedimentos e materiais. Por isso as leituras serão experimentadas nas aulas não apenas através de uma conversa/debate, mas por meio da invenção de passagens incessantes entre o ler-falar-escrever-desenhar-pintar etc. durante a criação coletiva de composições sensíveis. Uma aposta na necessidade de colocarmos o corpo para pensar e escrever, de fazer corpo com as coisas-seres-mundos. Uma aposta que levamos a sério em nosso grupo de pesquisa multiTÃO, no ateliê Orssarara e na revista ClimaCom. Uma aposta de quem trabalha com comunicação-divulgação para quem só faz sentido uma ideia de leitura ligada à escrita (ler é escrever), assim como uma ideia de escrita expandida, que passa não apenas pelas palavras, mas pelos mais diversos materiais e procedimentos, pelos mais diversos problemas.
Programa de Pós-Graduação Mestrado em Divulgação Científica e Cultural (MDCC) do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Grupo de pesquisa multiTÃO e Orssarara Ateliê
Projetos:
– Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC) – (Chamada MCTI/CNPq/Capes/FAPs nº 16/2014/Processo Fapesp: 2014/50848-9)
– “Por uma nova ecologia das emissões e disseminações: como a comunicação pode modular a mais intensa potência de existir do humano diante das mudanças climáticas?” (CNPq).
– “Imediações aberrantes: processos de pesquisa-criação entre artes, ciências e filosofia para experimentação da comunicação como ecologia de afetos” (Pibic-Faepex)
– Revista ClimaCom: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/
DIAS, Susana (Coord.). Re-existências sensíveis: técnicas de produção audiovisual afetadas pela floresta. ClimaCom – Diálogos do Antropoceno [online], Campinas, ano. 5, n. 12. Ago. 2018 . Available from: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/?p=9525
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SEÇÃO LABORATÓRIO-ATELIÊ |DIÁLOGOS DO ANTROPOCENO |Ano 5, n. 12, 2018
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