INTERVALAR – Imagens em diferenciação

Título: INTERVALAR – Imagens em diferenciação


Não penetre mais em mim: idioma estrangeiro, e não digo em relação a este que me chegou de herança com o ventre de minha mãe, se não o de todos vocês que, antes de me dizerem respeito, apenas me impedem de respirar, de pensar livremente.

A obra de Gilles Deleuze nos fornece a possibilidade de interpretar os signos da arte como redescoberta do artista e de seu próprio tempo, a qual é consequência de seu processo de aprendizado enquanto inventor do mundo. Tal reflexão nos permite apreciar a obra de videoartistas mulheres enquanto criadoras de imagens da diferença e, por assim dizer, de fraturas em um cenário anestesiado por anacronismos. Tendo em vista que, segundo Deleuze, o artista em seu processo de apreensão caminha de encontro a si mesmo enquanto participante de um mundo múltiplo, e, portanto, não enquanto subjetividade subjugada a uma lógica da identidade, busquei ­me aprofundar em tal relação com as imagens em diferenciação produzidas por algumas artistas mulheres selecionadas.  Dentro da linguagem, e do seu limite, surge a própria linguagem como veia liberta de uma veia mastigada e sofrida pela limitação de suas correntes familiares e civilizatórias. É nesta mesma linha que busco encontrar nas artistas mulheres do mundo das artes audiovisuais, os seus espectros sensíveis de almas criadoras.


Autora: Fernanda Nunes

Projeto Intervalar

OLHO-FE-Unicamp

Orientador Prof. Dr. Antonio Carlos Rodrigues de Amorim


Intervalar

Quando a palavra escrita convidou as imagens para a acompanharem nos deslizamentos de significados? Essa questão aglutina este projeto em rede de colaboração com universidades brasileiras e estrangeiras, congregando sentidos propulsores de um movimento de ruptura e de atravessamentos potentes da produção científica e sensível da educação e divulgação científica e cultural. Neste projeto de pesquisa coletivo, buscam-se aproximações entre educação, arte e divulgação científica e cultural e as teorizações de Gilles Deleuze pela via das visualidades, particularmente as marcas da era das produções artísticas midiáticas contemporâneas em que se salientam dois aspectos: a imersão no cotidiano, na qual as questões referentes às culturas de massa, de mercado e de homogeneização são um dos pontos tensionadores e as possibilidades de pensarmos as produções audiovisuais fora dos binômios: palavra e imagem; enunciável e visível; significado e sentido. Como um conceito, a audiovisualidade é um espaço inabitado do paradoxo. O paradoxo das diferenças e das disjunções entre o texto e a imagem, ou entre o enunciável e o visível. Pensar a educação e a divulgação como signo no meio, num campo de forças e vetores da arte (em especial pelas audiovisualidades), gerando um plano de composição, em diálogo com os conceitos da filosofia da diferença de Gilles Deleuze e com a imersão analítica  em imagens de produções audiovisuais contemporâneas denominadas cinematográficas, videoinstalações ou de outras naturezas. No projeto, são inventados e criados artefatos visuais e audiovisuais  destinados à exposições em espaços públicos.

Integrantes: Antonio Carlos Rodrigues de Amorim – Coordenador / Erica Speglich / Elenise Cristina Pires de Andrade / Carlos Eduardo Ferraço / Janete Magalhães Carvalho / Nilda Alves / Bia Porto / Susana Oliveira Dias / Alda Regina Tognini Romaguera / Alik Wunder / Leandro Belinaso Guimarães / Pamela Zacharias Sanches / Juliana Aparecida Jonson Gonçalves / Davina Marques / Ana Godinho / Juliana Soares Bom Tempo / Marcus Pereira Novaes / Lilian Barbosa / Ian Buchanan / Pasi Väliaho / Barbara dos Santos/ Fernanda Nunes / Murilo Collange/ Waldirene de Jesus / Edvan Lessa / Rodrigo Marcondes.

Financiador(es):  Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo / Fundo de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão da Unicamp / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Edital Universal N. 484908/2013-8.