Docências rodantes: movimentos espiralares e encantados | Natalia Francisca Pereira Franco, Hannyn Barbara Alves Garcia, Fanuela de Oliveira Vasconcelos, Nereida Tavares Neves Benevides, Caroline Barroncas de Oliveira, Mônica de Oliveira Costa e Daniela Franco Carvalho
Natalia Francisca Pereira Franco[1]
Hannyn Barbara Alves Garcia[2]
Fanuela de Oliveira Vasconcelos[3]
Nereida Tavares Neves Benevides[4]
Caroline Barroncas de Oliveira[5]
Mônica de Oliveira Costa[6]
Daniela Franco Carvalho[7]
Docências rodantes
A tinta começa a escorrer na folha do nosso almanaque, misturamos o suor de corpos que dançaram até cansar e gargalhar. É assim que rodamos em produzir docências que giram em torno da vida, que se misturam entre o fazer das tarefas domésticas e as atividades acadêmicas, num ir e vir de conquistas, alegrias, desafios e frustrações, afinal, acreditamos que a vida entendida como
aquela que acontece fora das instituições educacionais não está separada do nosso fazer docente. Nossa docência de vários femininos em movimentos coletivos onde nos damos as mãos enquanto professoras que ensinam ciências evocando espaços de convívio singulares e respeitosos a quem somos. Nós: nossos corpos-nossos escritos-nossas artes-nossos pensamentos-nossas vidas, desse modo, entendemos que a docência não cabe em uma linha linear e nem em um único espaço tempo, reiteramos que ela se faz em giros, encruzilhadas e passagens. Nos entre-nós dessas travessias, materializamos aqui a nossa gira-escrita como um corpo-território (Gago, 2020), pensando o corpo como a extensão da própria terra, isto é, da vida, corpo este que é coletivo.
Assim, admitimos que aquilo que acontece com o território também acontece conosco, de tal modo que se manifestam saberes que vêm do nosso próprio corpo em luta, sendo que este não tem limites previsíveis, ele é uma potência aberta e indeterminada (Gago, 2020). Essa luta não é de ressentimento ou combate, mas de alianças que se apresentam como potências incontornáveis, portanto, coletivas.
(Leia o ensaio completo em PDF)
Recebido em: 15/09/2025
Aceito em: 15/10/2025
[1] Mestranda do Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências na Amazônia (PPGEEC). Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM). Email: nfpf.mca24@uea.edu.br
[2] Mestranda do PPGEEC. Bolsista FAPEAM. Email: hbag.mca24@uea.edu.br
[3] Mestranda do PPGEEC. Bolsista FAPEAM. Email: fdov.mca24@uea.edu.br
[4] Mestranda do PPGEEC. Bolsista FAPEAM. Email: ntnb.mca24@uea.edu.br
[5] Doutora em Educação em Ciências e Matemática. Professora da Universidade do Estado do Amazonas. Email: cboliveira@uea.edu.br
[6] Doutora em Educação em Ciências e Matemática. Professora da Universidade do Estado do Amazonas. Email: mdcosta@uea.edu.br
[7] Doutora em Educação. Professora do Instituto de Biologia da Universidade Federal de Uberlândia. Email: danielafranco@ufu.br
Docências rodantes: movimentos espiralares e encantados
RESUMO: Estes escritos ritualizam nossos corpos-territórios femininos por meio de uma costura circular de um almanaque de afetos do grupo de pesquisa Vidar em In-tensões em meio a pinturas, danças, poesias e conexão com a presença de humanos e não-humanos, no intuito de adiarmos o fim do mundo em referência à filosofia ameríndia de Ailton Krenak. Elaboramos esse texto com base na pesquisa narrativa autobiográfica coligadas com os saberes tradicionais de povos originários e por cotidianos que nos rodam coletivamente e que possibilitam uma docência sensível, amalgamada a uma ciência de possíveis encantos e sonhos. Trazemos reflexões na percepção de que Exu é força que conecta corpo e território. A partir das metamorfoses cotidianas e a busca de nos tornarmos obras de arte, constituímo-nos em coletivo-mulher na união em clarezas e considerações de que as práticas de cuidado conosco precisam se amplificar a todas nós, em espirais e redes de apoio e de solidariedade sem fim.
PALAVRAS-CHAVE: Pesquisa narrativa autobiográfica. Educação em ciências. Cotidianos. Feminino.
Nomadic Teachings: Spiral and Enchanted Movements
ABSTRACT: These writings ritualize our female bodies-territories through the circular sewing of ane almanac of affections by the Vidar em In-tensões research group, amidst paintings, dances, poetry and a connection with the presence of humans and non-humans, with the aim of postponing the end of the world, in reference to Ailton Krenak’s Amerindian philosophy. We wrote this text based on autobiographical narrative research connected to the traditional knowledge of native peoples and to the daily life that collectively surrounds us and enables sensitive teaching, amalgamated with a science of possible enchantments and dreams. We bring reflections on the understanding that Exu is a force that connects body and territory. Through everyday metamorphoses and the quest to become living works of art, we shape ourselves as a collective-woman—woven in clarity and care, understanding that the act of nurturing ourselves must ripple outward, expanding in endless spirals and interwoven networks of support and solidarity.
KEYWORDS: Narrative autobiographies research. Science education. Everyday. Feminine.
FRANCO, Natalia Francisca Pereira; GARCIA, Hannyn Barbara Alves; VASCONCELOS, Fanuela de Oliveira. BENEVIDES, Nereida Tavares Neves; OLIVEIRA, Caroline Barroncas de; COSTA, Mônica de Oliveira; CARVALHO, Daniela Franco. Docências rodantes: movimentos espiralares e encantados. ClimaCom – Exu: arte, epistemologia e método [online], Campinas, ano 12, n. 29., dez. 2025. Available from: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/docencias-rodantes/
