Sonh(ar)-Exu em movimentos: educações matemáticas amazônicas em devir-fabulação | Guilherme Araújo Soares

A poesia ‘Sonh(ar)-Exu em movimentos: educações matemáticas amazônicas em devir-fabulação’ propõe um olhar performático sobre o ensino da matemática a partir da figura de Exu e da corporeidade. O movimento transforma a sala de aula em encruzilhada, onde o aprender acontece nos gestos, nos passos e nas pausas, convertendo o corpo em diagrama vivo. A matemática se reinventa no movimento, na transgressão e na improvisação: passos medem distâncias, giros desenham ângulos, respirações marcam o tempo. O acontecimento aparece como método de invenção, onde a surpresa e o inesperado se tornam currículos. Assim, a poesia desloca a matemática do papel para a pele, do caderno para o chão, traduzindo o abstrato em experiência sensível, múltipla e criativa, em sintonia com a potência de Exu como tradutor e transgressor.

Guilherme Araújo Soares[1]

 

1. A encruzilhada como sala de aula: 

A encruzilhada não é um lugar: é gesto.

É o pé que hesita antes da direção,

o tronco que gira sondando caminhos,

o coração que acelera diante da escolha.

Na sala de aula, a encruzilhada pode ser performada:

estudantes que se movem em diferentes direções,

exploram hipóteses com o corpo,

fazem do passo um cálculo,

da pausa, uma vírgula,

do giro, um parêntese.

O corpo torna-se diagrama vivo.

 

(Leia o ensaio completo em PDF)

 

Recebido em:  15/09/2025

Aceito em:  15/10/2025

 

[1] Universidade do Estado do Amazonas. Email: guilhermearaujo.soares18@gmail.com