Em/tre arte(s)aúdes: pensa(movi)mentos radicais, cosmicidades, __voracidades e ter(r)apêuticas | Sebastian Wiedemann & Alexis Milonopoulos

Título | Em/tre arte(s)aúdes: pensa(movi)mentos radicais, cosmicidades, __voracidades e ter(r)apêuticas

Nascidas da colaboração entre Sebastian Wiedemann e Alexis Milonopoulos através da co(m)posição Lab a-PTSE – Atelieu Cuí-Clareira, as Oficinas de Lentificação e Presentificação são uma das proposições que tem se des(d)obrado a par(t)ir (d)a hibridação “arte(s)aúd(e)ducação” e da noção de “pesquisa-cuidado-in(ter)venção”, consolidadas formalmente enquanto a linha de pesquisa “Investigación-Cuidado-Invención en arte(s)aludes” no contexto institucional do Laboratório articulador de Práticas Transdisciplinares, Sensíveis e Ecológicas (Lab a-PTSE, Universidad Nacional de Colombia, Medellín); do Nodo de “Investigación-Creación Y

Ecología De Prácticas” da Red Abya Yala de Estudios de la Cultura Visual, além do atelieu de pesquisa-cuidado-in(ter)venção independente Cuí-Clareira. Na ocasião do “IX Seminário Conexões: Deleuze e Linhas e Cosmos e Educação e…”, elas ganharam cor/po por meio da colaboração com o grupo de pesquisa PACTO – Produção de Subjetividade, Arte, Corpo e Terapia Ocupacional (Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, Brasil) que, através de Renata Buelau, Elizabeth Lima e Erika Inforsato, desenvolveu, co(m)juntamente conosco, essa pro/posição de des/ativação colaborativa enquanto o workshop de pensa(movi)mentos radicais que a(com)teceu no contexto do evento e do III Encontro Internacional do Lab a-PTSE. Intitulada “Cosmicidades, (in)voracidades e ter(r)apêuticas com/o Pesquisa-cu[í]dado-invenção”, a proposição procurou desarticular as velocidades habituais da percepção e da experiência no invent(ari)ar de outras temporalidades, ritmologias e lentificações onde processos de presentificação do pensamento e da vida possam se dispor às cosmicidades e __voracidades que pedem passagem, cuidando, assim, dos ritmos do pensamento, fazendo do corpo in-site ressonante e ter(r)apêutico.

E, de fato, para nós, arte, educação e saúde comungam de uma mesma função: multiplicar e produzir mundos possíveis, tanto quanto territórios e comunidades. “Territórios” em sentido amplo: geográficos, afetivos, existenciais, biológicos, cósmicos, etc. Tanto quanto “comunidades”: humanas, mais-que humanas, outras que humanas, multi-trans-específicas, etc. Bem como de “arte”, englobando também artes de viver, individual, coletivamente, com/unitariamente e e(m)tre multipli/cidades, terra(tó)rios e cosm(und)os.

Nossas propost(a)postas sustentam-se, nesse sentido, na cocriação de pro/posições, situ/ações, disposições e ambi/entes com/unitários, de terra(tó)rios multitudinários onde pessoas-e(u)cologias-com/unidades-g(eu)grafias participantes podem re/descobrir, com/partilhar e/ou cultivar (seus) ritmos, velocidades, percepções, histórias, cri/atividades, si(m)gularidades, re(l)ações, com/posições e territórios. Desenvolvendo suas próprias artisticidades, sensibilidades, imaginários, cri/atividades, si/deralidades, cosmo/vivências e pedagogias para experimentar (com) a vida, individual e/ou coletivamente, entre aquilo que realmente importa, o cuí, o óleo essencial de sua existência, com aquilo que anima, sonha, vibra, (re)vitaliza e até mesmo dói, incomoda ou sente deslocado, fora ou sem lugar, e que a hibridação arte(s)aúd(e)ducação pode a/colher, cuí/dar, facilitar e potencializar.

Esses alargamentos e(m)/volvem, não por acaso, a experimentação com essa hibridação arte(s)aúd(e)ducação e com uma territorialidade-co(s)mum que co/necta[r] comunidades-territórios, especialmente latino-americanos, e suas dore(s)onho(s)aúdes. Dores que são também coloniais e saúde(s)onhos que, por sua vez, são vitais e que nos conectam telúrica e espiritualmente. Daí a própria motivação desse coletivo-proposição, que fundamentam-se na necessidade de se levar ainda mais a sério a intersecção arte-compromisso social ao alongar-ampliar os sentidos de ambos os termos ao seu limi(n)ar, quando a arte e o social viram uma questão de saúde(s) coletiva(s)-pública(s) enquanto arte(s)aúdes do cuidar e do viver em um entre, um entre/tecer-e(m)trete(s)er individualcoletivo onde se deve a/firmar, preservar e dar consistência a um campo intersticial
emergente de pedagogias e práticas do cuidado, bem-estar e bem viver que temos chamado de arte(s)aúd(e)ducação.

Camp(l)o que atua, em sua natureza híbrida e trans/criativ(ersal)idade, em planos diferen(cian)tes, onde arte, cuidado e compromisso social convergem pragma(gma)ticamente na produção de outros possíveis diante de violências, conflitos, desigualdades, memórias, reparações, etc, já no presente, inclusive no presente mesmo de se estar vivo, aqui e agora. Favorecendo, assim, fazer da arte um modo efetivo de formular, ocupar, trans/criar e e(m)frentar problemas fronteiriços que atendem urgências de nossa contemporaneidade e precariedade em uma chave latino-americana e também, fundamentalmente, est/éticoafetivosensível.


| FICHA TÉCNICA |

Oficina de pesquisa-cuidado-invenção no contexto do III Encontro Internacional do Lab a-PTSE / IX Seminário Conexões: Deleuze e Linhas e Cosmos e Educação e aberta a participantes de ambos os eventos.

Pais de produção |Brasil

Ano de produção | 2024


WIEDEMANN, Sebastian; MILONOPOULOS, Alexis. Em/tre arte(s)aúdes: pensa(movi)mentos radicais, cosmicidades, __voracidades e ter(r)apêuticas. ClimaCom – Desvios do “ambiental”. [online], Campinas, ano 11, n. 27 dez. 2024. Available from: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/entre_artes/

SEÇÃO ARTE | DESVIOS DO “AMBIENTAL” | Ano 11, n. 27, 2024

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