Oficina “Seguir os sapos” | Natália Aranha, Rayane Barbosa e Susana Dias (Coord.)

Título | Seguir os sapos

Cururu, sapo-martelo, rãzinha-assobiadora, perereca-de-folhagem, perereca-de-colete, rãzinha-de-folhiço, sapinho-pingo-de-ouro… O amor pelos sapos nos levou a pesquisar e criar maneiras de coabitar com eles. Reconhecendo o risco de extinção desses animais, pensamos nos sapos como nossas espécies companheiras, buscando não pensar ou escrever somente sobre eles, mas com eles. Dessa forma, nos aprofundamos em seus modos de vida por meio de leituras científicas, laboratórios, trabalhos de campo, das artes e colaborações com autores de diferentes áreas, especialmente Donna Haraway, Anna Tsing e Silvio Ferraz. Essa imersão revelou interconexões entre formas de vida, resultando em um trajeto-pesquisa interdisciplinar que busca sensibilizar para a importância dos sapos e de outros seres silenciados. Diante do Antropoceno, não é suficiente investir em uma comunicação que faça apenas denúncias dos impactos das atividades humanas nas vidas desses animais. É preciso engajar o público num aprendizado sobre o que pode ser comunicar e escutar frente aos meios massificados de comunicação e ao habitar escravagista que marca nossos modos de relação entre humanos e não humanos (Ferdinand, 2022). Nesta oficina convidamos o público a se deixar afetar pelos modos de vida dos sapos, como forma de levar a sério a saída de um pensamento colonial, dicotômico, que nos leva a pensar-viver-sentir desde dentro das separações entre organismos e meios, naturezas e culturas, artes e ciências. O convite é para nos sentirmos como parte de uma rede de interações multiespécies. Para experimentar essas possibilidades nos envolvemos em “mesas de trabalho com anfíbios”, criadas a partir da articulação entre as práticas dos herpetólogos do Laboratório de História Natural dos Anfíbios Brasileiros (LaHNAB), os materiais disponibilizados pela Fonoteca Neotropical Jacques Vielliard (FNJV), obras de artistas (Rosana Torralba, Silvana Sarti, Jaime Reimer, Cildo Meireles, Breno Filo e Mauro Tanaka), os estudos multiespécies (Haraway, 2021; Tsing, 2019) e as experiências do grupo de pesquisas multiTÃO: prolifer-artes sub-vertendo ciências, educações e comunicações, do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor). Essas mesas são pequenos exercícios de “fabulação especulativa” (Haraway, 2021), uma noção que nos auxiliou a compreender como ocorrem os encontros e conexões nos emaranhados multiespécies por meio da interação entre ciências, artes e comunicação. A oficina proporá relações com os sapos através da criação de aquarelas, grafismos nos corpos e fotografias, criação de instalações e livros-objeto coletivos.


| FICHA TÉCNICA |

Concepção e realização | Natália Aranha, Rayane Barbosa e Susana Dias

Criações | Aline G. Souza Arena, Angela Maria Paes Feliciano, Elinderléia Aparecida Ferreira, João Fernando Ferreira, Leila Munhoz Silva, Luiz Felipe de Macedo Bortoleti, Maria do Socorro Oliveira, Natália Aranha, Rayane Barbosa, Talita Maiana Cardoso, Susana Dias e Susana Sara Gomes de Sousa e Silva

Projetos | Esta oficina foi oferecida como uma proposta do projeto “Perceber-fazer floresta – alianças entre artes, ciências e comunicações diante do Antropoceno” (Fapesp 2022/05981-9), coordenado por Susana Oliveira Dias para o Programa de Educação Ambiental da Rede (ProgEA) da Rede Municipal de Ensino de Campinas.

Grupo | Grupo multiTÃO (CNPq) do Labjor-Unicamp.

Local | Labjor-Unicamp

Data | 18 de junho de 2024

ARANHA, Natália; BARBOSA, Rayane; DIAS, Susana (Coord.). Oficina “Seguir os sapos”. ClimaCom – Territórios e povos indígenas [online], Campinas, ano 11, nº.26. jun. 2024. Available from:  https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/seguir-os-sapos-oficina/

SEÇÃO ARTE | TERRITÓRIOS E POVOS INDÍGENAS | Ano 11, n. 26, 2024

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