CHAMADA PARA PUBLICAÇÕES: Dossiê “Ciência. Vida. Educação.”

Editoras: Tiago Amaral Sales (Universidade Federal de Uberlândia – UFU), Alice Copetti Dalmaso (Universidade Federal de Santa Maria – UFSM) e Fernanda Monteiro Rigue (Universidade Federal de Uberlândia, Campus Pontal – UFU).

Os artigos, ensaios, resenhas e produções artísticas e culturais devem ser adequados às normas para publicação e enviados à Comissão Editorial até o dia 25 de abril de 2023 por meio eletrônico para climacom@unicamp.br. O dossiê será publicado a partir de maio de 2023.

Leia a proposta do dossiê e conheça as normas de publicação da ClimaCom.

 

 

Ciência. Vida. Educação.

Habitar este mundo tem se mostrado uma tarefa complexa, forçando-nos a experimentar e inventar novos modos de pensar, agir e de existir, diariamente. As bárbaras ruínas do Antropoceno podem, em muitos momentos, nos assustar, mas é preciso estarmos atentos e lúcidos às surpresas que possam emergir (TSING, 2019) a partir dos múltiplos encontros os quais estamos expostos: abrir-se ao novo, ao mundo, à vida. Ciência. Vida. Educação. Palavras-máquina, vastidão de possibilidades. Convocar múltiplas conexões é o que esta chamada intenta mobilizar, na produção de formatos variados – artigos, ensaios, escritas imagens, desenhos, vídeos, músicas e… e… e… – os quais tecem e testemunhem poéticas inventivas, inomináveis e contagiantes entre Ciência, Vida e
Educação. Ensino de Ciências, divulgação científica, educação formal, não-formal, informal, a-formal, (de)formativa, indisciplinada, profana, decolonial, desviante, desescolarizante, desvairada, rizomática, e, quiçá, em flertes com discursos e práticas científicas… Nominações que dizem das linhas de fuga que arrastam e convidam a mobilizar a vida e vidas em educação. Como aliar ciência, educação e vida? Que experiências têm criado condições para que essas alianças aconteçam? O que essas experiências podem dar a pensar, sentir, viver? Quais os modos pelos quais temos nos imbricado na tarefa de criar com/pela/na vida, aprendizagens e ensinagens possíveis com as ciências? Como esses testemunhos são capazes de dizer e pensar sobre educação? Que práticas, pensamentos, experimentações são capazes de serem ensaiadas nos territórios da educação e da ciência quando se combinam, misturam-se, lambuzam-se da vida mesma? É preciso celebrar e dar a ver narrativas que assinam condições alegres de uma pedagogia científica capaz de inaugurar dimensões das existências “[…] que foram anestesiadas, massacradas, desonradas em nome de um progresso hoje reduzido ao imperativo de crescimento” (STENGERS, 2015, p. 152), congregando ações que gritam copiosamente para a invocação das vidas que habitam, alimentam, contaminam e soerguem múltiplos cenários em educação. Pedagogias pragmáticas que, sobretudo, congregam modos de atenção que implicam dividir a vida em coabitação com humanos e não humanos, em conexões com naturezas-culturas (HARAWAY, 2021), envolvendo situações de irremediável força e aprendizagem. Irromper as camadas de impossibilidades do viver, arrebatado pelas danças dos gestos dos inadaptáveis e desajustados, das práticas e discursos não colonizados, dos afetos inauditos e proibidos, arrastando os territórios educacionais e científicos. Revitalizar as heterogeneidades ativadas dentro dos dispositivos — científicos, educacionais, escolares, e… — com os quais necessitamos compor, experimentar e resistir, construindo relações e comunicações que gerem uma produção de dimensões sem fim de pensar e sentir outras ciências no campo educacional, as quais nos ajudem a produzir meios práticos de fabricar respostas sobre seres-e-coisas-do-mundo. Construir a confiança contra o tagarelismo das políticas neoliberais coloniais-capitalísticas que cafetinizam o nosso desejo e força vital (ROLNIK, 2018), de negação das expressões mentais e corporais das vidas em educação, da ensinagem a qualquer custo, dos efeitos da censura e do medo, da produção de desigualdade, do fraco compromisso com a empreitada do viver junto, da impotência gerada através dos discursos científicos salvacionistas, desqualificando saberes e comunicações que permeiam manifestações e narrativas plurais, dissensuais e disruptivas de crianças, adolescentes, jovens e adultos. Criar refúgios (HARAWAY, 2016) pelas múltiplas formas de habitar, vividamente, a ciência e a educação, rizomando-as, contaminando-as, em uma ética desejosa do encontro, do contágio (DIAZ, 2020) e da mistura (COCCIA, 2020). Uma educação e uma ciência que suscite, como afirma Stengers (2015), o gosto pelo pensamento e pela experimentação. Uma ciência e uma educação recheada de singularidades culturais e elementos discursivos de diferentes disciplinas, ofícios e fazeres, fomentando relacionamentos multiformes, delicados, porém não menos contraditórios, desviante e trabalhosos. Uma educação e uma ciência, afinal, a serviço da afirmação da vida e ativação do viver. Assim se configura a proposição deste Dossiê, um compilado exploratório de práticas, tensionamentos, interferências necessárias que mobilizam oportunidades multifacetadas para habitar a existência a partir de uma ética do encontro (CORRÊA, 2014) no contemporâneo. Nosso desejo inelutável é, sobremaneira, este: imaginar, fabricar, testemunhar futuros entre educação e ciências, revelações de aprendizados inesgotáveis, inescapáveis e imponderáveis da/com/em meio à vida.

 

| Bibliografia | 

COCCIA, Emanuele. A Vida das Plantas: uma metafísica da mistura. Florianópolis: Cultura e Barbárie Editora, 2018.
COCCIA, Emanuele. Metamorfoses. Rio de Janeiro: Dantes Editora, 2020.
CORRÊA, Guilherme Carlos. EJA, educação e escolarização. In: ANPED Sul, 10, 2014. Anais… X Reunião Científica da ANPED, Florianópolis, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), 2014, p. 01-12.
DIAZ, Santiago. Contra-pedagogia do contágio. Ecos: Estudos Contemporâneos da Subjetividade, v. 2, n. 10, p. 169-172, 2020.
HARAWAY. Donna. Antropoceno, Capitaloceno, Plantationoceno, Chthuluceno: fazendo parentes. Trad. Susana Dias, Mara Verônica e Ana Godoy. ClimaCom – Vulnerabilidade, Campinas, ano 3, n. 5, 2016.
HARAWAY, Donna. O manifesto das espécies companheiras: cachorros, pessoas e alteridade significativa. Tradução: Pê Moreira. 1. ed. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.
ROLNIK, Suely. Esferas da insurreição: notas para uma vida não cafetinada. 2. ed. São Paulo: N-1 Edições, 2018.
STENGERS, Isabelle. No tempo das catástrofes – resistir à barbárie que se aproxima. Tradução: Eloisa Araújo Ribeiro. São Paulo: Cosac Naify, 2015.
TSING, Anna. Viver nas ruínas: paisagens multiespécies no Antropoceno. Brasília: IEB Mil Folhas, 2019.

 

Tiago Amaral Sales, Alice Copetti Dalmaso e Fernanda Monteiro Rigue, verão de 2023.

 

 

ClimaCom – NORMAS PARA A PUBLICAÇÃO

SEÇÃO PESQUISA

SUBMISSÃO DE ARTIGOS, ENSAIOS E RESENHAS

A Revista ClimaCom recebe artigos, ensaios e resenhas originais para publicação nos Dossiês para os quais faz chamadas temáticas, e também recebe artigos, ensaios e resenhas originais em fluxo contínuo. Os autores deverão observar o tempo de 2 anos para nova publicação na ClimaCom.

As contribuições são avaliadas pela Comissão Editorial e por pareceristas ad hoc, por meio de revisão às cegas, reservando-se o direito da Revista de propor modificações com a finalidade de adequar os artigos e demais trabalhos aos seus padrões editoriais.

Os originais submetidos à Revista não podem estar em processo de avaliação simultânea em outra publicação e devem ser inéditos no Brasil, cabendo ao Conselho Editorial avaliar a conveniência de publicar ou não trabalhos já divulgados em outros idiomas por revistas e órgãos editoriais de outros países.

Cabe à Comissão Editorial uma análise preliminar dos originais recebidos, a fim de verificar a conformidade com as linhas editoriais e as normas da Revista, podendo recusá-los ou encaminhá-los, caso aprovados, para processo de avaliação com vistas à sua publicação ou não. Poemas e outras modalidades de produção artístico-literária e iconográfica são também publicados, mas unicamente mediante convite da Comissão Editorial.

É condição para a publicação dos materiais a adequação à linha editorial da revista, o cumprimento das normas e a revisão prévia.

Instruções aos colaboradores:

Apreciação pela Comissão Executiva Editorial

Os trabalhos serão, primeiramente, apreciados pela Comissão Editorial Executiva, que solicitará pareceres aos Consultores ad hoc, que permanecerão anônimos. Os artigos serão encaminhados aos consultores sem identificação. Os autores serão notificados da aceitação ou recusa de seus artigos.

Quando forem indicadas modificações substanciais, o autor será notificado e poderá realizá-las, devolvendo o trabalho reformulado dentro do prazo estabelecido pela Comissão. Antes da publicação dos trabalhos, os pareceres serão enviados aos autores. Caso os autores não levem em consideração os apontamentos e sugestões de correção contidas nos pareceres, o texto não será publicado.

A decisão final acerca da publicação ou não do trabalho caberá sempre à Comissão Editorial Executiva.

ARTIGOS

Serão aceitos artigos inéditos em português, espanhol e inglês com o mínimo de 5 páginas (para as áreas de exatas e biológicas) e 10 páginas (área de humanas) e o máximo de 30 páginas, excluindo as referências finais.

ENSAIOS

Serão aceitos ensaios inéditos em português, espanhol e inglês entre 2 e 15 páginas, excluindo as referências finais. Os ensaios caracterizam-se pela maior liberdade formal na exposição do tema de interesse do autor e de seus argumentos. Seu caráter é o de um exercício do pensamento, mas não desprovido de rigor.

RESENHAS

Serão aceitas resenhas de livros indicados pela Comissão Editorial Executiva em português e espanhol de até 8 páginas, incluindo as referências finais.

FORMATAÇÃO PARA ARTIGOS, ENSAIOS E RESENHAS

Os artigos, ensaios e resenhas deverão obedecer estritamente à formatação apresentada nos respectivos templates (margens, tamanho da folha, espaçamentos, tamanho de fonte, estilos etc.), que trazem também exemplos das normas para citação e referenciação. Os casos não exemplificados deverão ser consultados nos documentos da ABNT linkados abaixo.

Template para artigo ClimaCom

(baixe o template em word aqui)

Template para ensaio ClimaCom

(baixe o template em word aqui)

Template para resenha

(baixe o template em word aqui)

1) Serão aceitos arquivos somente nos formatos Microsoft Word 97-2003 ou versão superior.
2) A avaliação dos pareceristas ad hoc será anônima, por isso deverão ser enviados dois arquivos: um com autoria e outro sem os nomes dos autores e sem qualquer informação que identifique autoria. No lugar dessas informações deverá ser usada a palavra AUTOR.
3) As citações deverão seguir a NBR 10520 – 2002;
4) As referências deverão seguir a NBR 6023 – 2002;
5) Para o uso de Figuras ver tópico 5.9 da NBR 14724 – 2011;
6) Para os artigos, havendo o uso de Quadro e Tabela devem deve ser consultadas as Normas IBGE completo, ou Normas IBGE simplificado;
7) As únicas expressões latinas que poderão ser usadas no corpo do texto e nas notas ao final, quando necessário, é apud e a abreviatura et al.

SEÇÃO ARTE

SUBMISSÃO DE PRODUÇÕES ARTÍSTICAS E CULTURAIS

Esta seção atua como um espaço expositivo da revista, no qual podem ser publicadas produções artísticas e culturais nas mais diversas modalidades (vídeo, áudio, fotografia, escrita, pintura, desenho, etc.) que possam multiplicar pensamentos em torno das mudanças climáticas na relação com o tema proposto por cada edição da revista.  Também podem ser submetidos registros de produções (instalações, oficinas, exposições, intervenções, etc.), em formato digital para publicação.

A comissão julgadora das produções artísticas e culturais é composta pelo Conselho Editorial e avaliará as submissões com base nas seguintes normas:

1) A Revista ClimaCom é uma publicação eletrônica, por isso TODAS as produções submetidas devem ser convertidas em formato digital (áudio, vídeo ou imagem).

2) As produções devem vir acompanhadas de arquivo em doc do word contendo:

  • dados do(s) autor(es) (nome, instituição, e-mail, telefone);

  • título da produção;

  • resumo de no máximo 500 palavras;

  • no caso das produções audiovisuais, deve conter ainda o link em que o arquivo se encontra disponível para avaliação;

  • FICHA TÉCNICA da produção no arquivo com as seguintes informações, quando for pertinente ao trabalho: título da obra, autor, diretor, roteirista, editor, coordenador, técnica, fotógrafo/câmera, música original, financiamento, projeto, país de produção, ano de produção.

3) As produções audiovisuais serão analisadas através de endereço eletrônico gerado pelo youtube ou vimeo, e, no caso das produções aceitas para publicação, o arquivo deve ser encaminhado via CD/DVD para o endereço da revista.

4) As produções submetidas em imagem digital devem possuir resolução mínima de 72 dpi, e com 1024 pixels no maior lado da imagem, nos formatos JPEG, GIF ou PNG.

5) O(s) autor(es) poderão submeter até 1 série de imagens, é aconselhado que cada série seja composta de até 10 imagens (se necessário a equipe da revista poderá efetuar alterações na qualidade e tamanho das imagens, para melhor adequação aos parâmetros da revista, após consultar os autores).

6) Caso seja necessário, um representante da revista entrará em contato com os responsáveis pelas obras selecionadas, por e-mail ou telefone, solicitando o envio de cópias autenticadas dos documentos exigidos por lei, tais como licença ou cessão de direitos autorais, autorização das pessoas filmadas para exibição de sua voz e imagem, autorização para uso de fonograma, músicas, obras audiovisuais, fotográficas ou de outros direitos autorais que sejam relacionados com o vídeo inscrito.

7) O produtor é responsável pela utilização de imagens ou músicas de terceiros em seus trabalhos. Todos e quaisquer ônus por problemas de direitos autorais recairão exclusivamente sobre o realizador do trabalho inscrito.

8) As submissões serão realizadas através do e-mail: <climacom@unicamp.br>, até 15 de julho de 2019. O(s) autor(es) deve(m) encaminhar no e-mail o arquivo PDF com os dados, título, link, resumo e ficha técnica da produção, junto às imagens que compõem a série.

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