Por | Gláucia Pérez
Editora | Susana Oliveira Dias
A pesquisa realizada por Marina Tomás, do Observatório InCiTe (Inovação, Cidadania e Tecnociência, feita durante o mestrado realizado no Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, dividiu a população em quatro perfis diferentes relacionados aos entendimentos sobre a emergência climática: antenados, perdidos, desligados e incrédulos. “Os antenados são a maioria da população (66%), caracterizados por serem muito preocupados e informados sobre o tema, os perdidos(29%) também se preocupam, mas ainda estão um pouco confusos e não tão seguros no tema, os desligados (2%) acreditam que as mudanças climáticas estão acontecendo, mas não acham que vão afetá-los, e os incrédulos são realmente aqueles que não acreditam na emergência climática, mas são felizmente apenas 3% da população”, explica Marina em entrevista à ClimaCom.
A análise foi feita a partir dos dados da pesquisa “Mudanças climáticas na percepção dos brasileiros”, realizada no ano de 2020 em território nacional, por telefone, com 2.600 entrevistados. O questionário eletrônico com 36 perguntas foi desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia & Sociedade do Rio – ITS, em parceria com o Programa de Mudança Climática da Universidade de Yale (Yale Program on Climate Change Communication) e a Inteligência em Pesquisa e Consultoria – IPEC. Essa pesquisa se baseou em um estudo que vem sendo realizado desde 2008 por pesquisadores do Yale Project on Climate Change Communication (YPCC). Alguns pontos importantes, entre outros, que foram abordados no questionário, são os das queimadas no Brasil, aquecimento global, atitudes para preservação do meio ambiente e mudanças climáticas.
Marina apresentou sua pesquisa na série online “Ciência, riscos e debates”, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais – CEMADEN, com o tema “Dimensões sociais da mudança do clima no Brasil – percepções e perspectivas”, no dia 24 de março de 2022, ressaltando a importância de sua pesquisa no entendimento de como “a população percebe as mudanças climáticas, e de que como podemos agir para comunicar sobre o tema ou pensar ações para essa população”.
O pesquisador Renzo Taddei, um dos coordenadores do Tema Transversal de Comunicação do INCT Mudanças Climáticas Fase 2, que também participou do webinário, ressaltou a “importância de compreender como as pessoas entendem o problema climático e a ciência, e o que elas fazem com essas informações. Destacou que, para cada grupo da população, como demonstram os grupos da pesquisadora Marina é necessária uma abordagem adequada para informar e conscientizar sobre as mudanças climáticas. E acrescentou que “se vemos as mudanças climáticas como uma ‘condição’, isso induz a uma outra atitude frente a questão da emergência climática”. Ele comentou, ainda, sobre o sexto relatório do grupo II do IPCC, que foi lançado em fevereiro de 2022, que ratificou que o “desenvolvimento sustentável implica na promoção do bem-estar social e da saúde ambiental e planetária”.(Link com a notícia completa em pdf)
Outras bibliografias consultadas:
TOMÁS, Marina. Quatro ‘Brasis’ frente às mudanças climáticas. Revista Ciência Hoje, 03 de março de 2022. Disponível em: <https://cienciahoje.org.br/artigo/quatro-brasis-frente-as-mudancas-climaticas/>
Gláucia Pérez é bolsista TT Fapesp no projeto INCT-Mudanças Climáticas Fase 2 financiado pelo CNPq pro- jeto 465501/2014-1, FAPESP projeto 2014/50848-9 e CAPES projeto 16/2014, sob orientação de Susana Oliveira Dias.
Coletivo e grupo de Pesquisa | multiTÃO: prolifer-artes sub-vertendo ciências, educações e comunicações (CNPq)
Projetos | Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC) – (Chamada MCTI/CNPq/Capes/FAPs nº 16/2014/Processo Fapesp: 2014/50848-9); Revista ClimaCom: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/ e Revista ClimaCom.