SATÉLITE

Mandakaru: divulgação científica é resistência em tempos de pandemia

Carolina Carettin [1]

Grupo formado por pesquisadores da Unicamp desconstrói estereótipos em relação aos cientistas e à ciência.

Em março de 2020, o Sars-CoV-2, vírus responsável pela Covid-19, começou a fazer as primeiras vítimas no Brasil. O noticiário e as redes sociais foram tomados por máscaras, isolamento social, mortes, vacinas, respiradores. Nesse cenário, a divulgação científica passou a ser cada vez mais importante, trazendo pesquisas e cientistas mais perto da sociedade.

Muito antes da Covid-19 chegar ao país, no final de 2018, os jovens Jasmim Oliveira, Welington Luis Sachetti Júnior e

Segundas com as florestas – Mulheres e Ancestralidades

A ClimaCom tem o prazer de anunciar o primeiro encontro da série “Segundas com as florestas” que será transmitido dia 24 de agosto às 19h no facebook e youtube da Revista ClimaCom.

Com o tema “Mulheres e ancestralidades” este primeiro encontro trará:

Marli Wunder, mãe, fotógrafa, artista visual que tem as árvores como parceiras de criação, coordenadora do grupo “Entrefios e Memórias” e cozinheira de festas populares do Centro Cultural Casarão.

Alessandra Ribeiro, historiadora, doutora em urbanismo, coordenadora da pós-graduação em matriz africana na Univida e mestre da comunidade Jongo Dito Ribeiro.

Márcia Tait,

Segundo encontro “SIMBIOSES – Refúgios para espantar o Antropoceno”

Convidamos todos para o “2o. SIMBIOSES – Encontro de artes, ciências, filosofias e mudanças climáticas” que terá como tema “Refúgios para espantar o Antropoceno” e vai receber: Claudia Tavares (artista visual e doutora pela UERJ), Antonio Carlos Amorim (professor da FE-Unicamp e do grupo OLHO) e Vitor Chiodi (antropólogo e doutorando do IFCH-Unicamp), na sexta-feira 22/11, das 14h às 17:30, na sala ED06 da Faculdade de Educação da Unicamp.

Programação | 2o. SIMBIOSES “Refúgios para espantar o Antropoceno”

Claudia Tavares “Uma artista e duas florestas”

A proposta é apresentar duas experiências artísticas próprias

SELVAGEM – ciclo de estudos sobre a vida mediado por Ailton Krenak

https://www.facebook.com/events/2598561470200322/

https://www.instagram.com/selvagem_ciclodeestudos/

Canal youtube do Selvagem : https://bit.ly/2n0abKu

Selvagem é um ciclo de estudos que inclui rodas de conversas e publicação de livros.
Pesquisadores de culturas aparentemente distantes entre si, e que se valem de mecanismos próprios de estudo, reúnem-se em rodas de conversas francas e abertas ao público onde são apresentadas suas perspectivas e conhecimentos sobre a vida. Com a mediação de Ailton Krenak, um dos mais importantes pensadores brasileiros, são criadas, em torno de eixos temáticos, as correspondências entre saberes científicos, indígenas, artísticos, acadêmicos e ancestrais.

Lançamento de livros
Selvagem é um espaço de

Fórum Permanente: Governança para a Sustentabilidade

Data do evento: 26/11/2019 – Período de inscrição: 15/10/2019 a 25/11/2019

O processo de transição para um mundo sustentável parece ser muito mais um novo marco civilizatório do que um simples processo de mudança.  Demanda a integração de esforços de inúmeras formas e naturezas, do global ao regional e local, das formas de produção e organização das atividades humanas, e, em especial, as regras, valores, leis, comportamentos e formas de viver.

São Igualmente inúmeros os agentes que participam deste processo.

Como então pensar a “governança” deste processo de mudança?

Qual é o papel das

Primeiro encontro “SIMBIOSES – Água, matéria viva” acontece na Unicamp nesta sexta

O primeiro “SIMBIOSES – Encontro de Artes, ciências, filosofias e mudanças climáticas” acontece na próxima sexta-feira, dia 25/10, das 14h às 17:30, sala ED06 da Faculdade de Educação da Unicamp. O tema proposto para o encontro é “Água matéria viva” e terá como convidados Ernesto Bonato (artista visual, mestre pela USP), E. Mário Mendiondo (engenheiro da USP São Carlos), Carolina Rodrigues (cientista social da FCA-Unicamp) e Susana Dias (bióloga sensorial do Labjor-Unicamp). Confira a programação:

1o. SIMBIOSES – Água, matéria viva

Ernesto Bonato | “Somos o rio”

O artista visual apresentará dois projetos

“Devir negro-música-festa-cura” é tema de encontro para pensar a relação entre a comunicação e a floresta

O próximo encontro da Série “Ecologias de Devires – comunicar como chamado a perceber-fazer floresta” acontecerá na Casa de Cultura Fazenda Roseira, em Campinas, SP, dia 09 de outubro, das 14 às 18h, e terá como tema: “Devir negro-música-festa-cura”.

Confira a programação:

– Conversas na Roseira

Alessandra Ribeiro | Cosmovisão de Matriz Africana da Casa de Cultura Fazenda Roseira

mãe de santo, doutora em urbanismo, professora na Univida e líder da Comunidade Jongo Dito Ribeiro

Cris Monteiro (Cridão) | A vibração sônica do Crau

batuqueiro, pesquisador de percussão e amante do tambor

Paula Batista | Comunicar para

Experimentações artísticas e filosóficas com as linhas movem próximo encontro “Ecologia de devires”

O próximo encontro da série “Ecologia de devires”, dia 25 de setembro das 14 às 18, trará Tatiana Plens de Oliveira, fotógrafa, mestre em Divulgação Científica e Cultural e doutoranda da Faculdade de Educação da Unicamp, e Sylvia Furegatti, artista e professora do Instituto de Artes da Unicamp, para conversas e experimentações que envolvem linhas, plantas, desenhos e fotografias no Laboratório de Estudos Avançados da Unicamp.

Esta série de encontros está sendo desenvolvida no âmbito da disciplina “JC012 – Arte, ciência e tecnologia”,  ministrada pela professora Susana Dias, no Mestrado em

Palestra: Programa AmazonFACE: mudanças climáticas, meio ambiente e sociedade na Amazônia

Esta atividade fez parte da proposta da disciplina “Arte, ciência e tecnologia” – MDCC-Labjor-IEL-Unicamp primeiro semestre de 2018

Disciplina: JC012 Arte, ciência e tecnologia

Professora: Dra. Susana Dias

Ementa: Nesta disciplina experimentaremos as florestas como parceiras de pensamento e escrita. Um pensar e escrever (seja por imagens, palavras, sons, tintas, corpos…) que busca se afetar pelos não-humanos – uma ênfase muito importante hoje dos estudos de ciência e tecnologia, nos estudos multiespécies, nas chamadas linhas de pensamento pós-humanistas. Trata-se de ganhar intimidade com as florestas, conviver

Evento: “Transições para uma sociedade sustentável: ciência, ativismo e políticas públicas”

O evento busca reunir, nos dias 2 e 3 de julho de 2018 em São Paulo, representantes do mundo acadêmico, ONGs e da esfera política para juntos com o público debater temas fundamentais aos desafios atuais colocados pelas mudanças ambientais e climáticas. As mudanças climáticas e seus desdobramentos no campo da economia, da agricultura, da segurança hídrica e dos nossos futuros energéticos colocam desafios intelectuais e práticos cada vez maiores e mais urgentes.

Construir formas inovadoras de ação e promover reflexões críticas a partir das experiências em curso são fundamentais para

Lançamento do Livro “Planejamento da Produção de Cana-de-Açúcar no Contexto das Mudanças Climáticas Globais”

Será lançado no final do mês, dia 30 de agosto de 2017, o livro “Planejamento da Produção de Cana-de-Açúcar no Contexto das Mudanças Climáticas Globais” no Mini-Auditório do Centro Cultural do IEL. Organizado pelos pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Jurandir Zullo Junior, André Tosi Furtado e Claudia Castellanos Pfeiffer, o livro materializa um dos resultados do Projeto Temático Fapesp, com o mesmo nome, realizado no interior do Programa Fapesp de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais. O projeto envolveu pesquisadores de diversas instituições da Unicamp e de fora dela. Na oportunidade do

Fórum Permanente Sociedade e Desenvolvimento: “Impactos sociais, econômicos e ambientais de eventos meteorológicos extremos”

Aprofundar a discussão sobre eventos extremos, seus impactos e os desafios colocados para as ciências, em suas articulações multi e interdisciplinares. Essa é a proposta do Fórum Permanente Sociedade e Desenvolvimento: “Impactos sociais, econômicos e ambientais de eventos meteorológicos extremos”, que ocorrerá no dia 22 de junho, no Auditório do Centro de Convenções da Unicamp.
Organizado por Ana Maria H. de Ávila (CEPAGRI), Claudia C. Pfeiffer (LABEURB/NUDECRI), José Teixeira (FEAGRI), Luiz Vieiria (FEC) e Marta Azevedo (NEPO), o evento conta, em sua programação, com uma série de temas relativos à vulnerabilidade,

Evento: Litoral em Mudança – Impacto, vulnerabilidade e adaptação das cidades costeiras brasileiras às mudanças climáticas

No próximo dia 5 de junho, no auditório do Museu do Amanhã (Rio de Janeiro-RJ), ocorrerá o evento Litoral em Mudança: Impacto, vulnerabilidade e adaptação das cidades costeiras brasileiras às mudanças climáticas.
A programação inclui o lançamento do Relatório Especial do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) cujo objetivo é apresentar o estado atual das pesquisas sobre riscos e respostas das cidades brasileiras a eventos climáticos extremos e fornecer subsídios para políticas públicas e para o Plano Nacional de Adaptação. O evento também vai reunir vários pesquisadores, representantes da sociedade civil

Meteorologistas e profetas da chuva – conhecimentos, práticas e políticas da atmosfera

Lançado no início de maio, o livro de Renzo Taddei – antropólogo, professor da Universidade Federal de São Paulo e pesquisador da Sub-rede Divulgação Científica e Mudanças Climáticas (Rede Clima) – explora como as narrativas e práticas humanas ligadas ao clima – as previsões, as profecias e mesmo os rituais mágicos – estão imbricadas no Brasil contemporâneo. Os estudos antropológicos reunidos na obra apresentam um caleidoscópio rico, em que ciência, cultura, espiritualidade, política e meios de comunicação se relacionam e se transformam reciprocamente. As análises tratam dos vínculos

Chamada pública para atuação em projeto de pesquisa – Subrede Divulgação Científica e Mudanças Climáticas – Rede Clima

A subrede Divulgação Científica e Mudanças Climáticas, da Rede Clima, convida à apresentação de propostas para atuação em projeto de pesquisa que visa a problematização das relações entre percepção, risco, vulnerabilidade socioambiental e comunicação quando se trata de pensar as mudanças climáticas em cidades do baixo curso do rio São Francisco.

Através da pesquisa e desenvolvimento de uma série de experimentos interativos – condensados na revista ClimaCom -, esta subrede busca tornar a divulgação científica um espaço-tempo de pesquisa, produção de conhecimentos e encontro entre cientistas, artistas, pensadores e público em

Clima em transe: a vulnerabilidade da agricultura familiar

Acaba de sair o livro O clima em transe: a vulnerabilidade da agricultura familiar, organizado por Marcel Bursztyn e Saulo Rodrigues Filho, coordenadores da Subrede de Desenvolvimento Regional da Rede Clima – Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas. O livro apresenta os resultados alcançados ao longo de sete anos de pesquisas interdisciplinares sobre vulnerabilidade e adaptação da agricultura familiar num contexto de transição climática. A partir de um amplo levantamento de dados e informações sobre a dinâmica do clima, seus efeitos e o modo como as populações percebem seus efeitos e

VII Seminário Conexões: Deleuze e Cosmopolíticas e Ecologias Radicais e Nova Terra e…

INSCRIÇÕES ATÉ 15 DE MAIO DE 2017

O Seminário Conexões chega a sua sétima em 2017. Desde 2009 o evento propõe proliferações com o pensamento do filósofo Gilles Deleuze em interseções as mais inusitadas e este ano pretende propor experimentações a partir do conceito de Deleuze e Guattari de “Nova Terra” dando consistência a possíveis e impensadas “Cosmopolíticas” e “Ecologias Radicais”.

O Antropoceno, como tempo marcado pelas catástrofes, pelas mudanças climáticas e nossa ação irreversível sobre as condições materiais de existência, sobre Gaia; parece que nos joga em direção ao fim

VI Reunião de Antropologia da Ciência e da Tecnologia tem inscrições abertas

INSCRIÇÕES PRORROGADAS ATÉ DIA 18 DE DEZEMBRO DE 2016!

Com o tema “Entreviver” a VI Reunião de Antropologia da Ciência e da Tecnologia (ReACT) abre inscrições até 15 de dezembro para trabalhos nos vários Seminários Temáticos propostos. Alguns deles, inclusive, abrem diálogos diretos com temas e problemas que têm sido tratados pelas ClimaCom. Por exemplo, “A ecologia política das paisagens mais-que-humanas: etnografias, engajamentos e práticas de conhecimento”; “Mudanças Climáticas: Conhecimentos, Políticas e Intervenções” e “Aliar-se às nuvens para que o céu não caia”. O evento acontecerá ano que vem em

Geoengenharia, radiação solar e mudanças climáticas são tema de workshop

A geoengenharia de gerenciamento de radiação solar (SRM em inglês) é uma proposta controversa voltada à redução dos efeitos dos impactos das mudanças climáticas. No dia 22 de novembro o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), realizará o “Workshop on Science and Governance of Solar Radiation Management”, com o objetivo de reunir especialistas de diversas áreas do Brasil e exterior, tanto ligados às universidades, institutos de pesquisa, como às ONGs etc., para debaterem o tema. Inscrições poderão ser feitas

Incerteza viva

Exigimos que a arte se torne uma força transformadora da vida.

Franco Berardi Bifo

Habitualmente, no que diz respeito à vida, em todas as suas expressões, quando falamos de incerteza falamos de medo. Como se fossem palavras sinônimas, ou como se uma fosse a causa da outra ou a explicasse, aprendemos – nas escolas, em casa, nas universidades, nas ruas da cidade, nos jornais e televisão – que incerteza é o que não devemos ter, sentir ou experimentar. Herança de uma época em que os contornos da certeza

A política dos afetados: o que resta quando a água já se foi?

Por Michele Gonçalves

2016, Rio Xingu: Belo Monte, a (futura) terceira maior usina hidrelétrica do mundo, está prestes a ligar sua primeira turbina, mesmo após inúmeras denúncias de irregularidades ambientais, étnicas e sociais cometidas durante sua implantação; 2016, rio Doce: o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) suspende o inquérito que apurava as responsabilidades pelo maior acidente ambiental do país, o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco na cidade de Mariana, MG, que despejou, sobre alguns distritos e povoados, cerca de 62 milhões de litros de lama com resíduos tóxicos,

Desastres naturais como problema de saúde pública

Por Janaína Quitério

Ano de 2004: ciclone atinge o litoral norte do Rio Grande do Sul e o sul de Santa Catarina; 2005 e 2010, secas atingem a região de maior disponibilidade hídrica do planeta, o Estado do Amazonas; em 2009 e 2012, esse mesmo estado sofre inundações graduais que superam os níveis históricos. 2008: Santa Catarina é afetada por inundações bruscas, o que acontece também em Pernambuco e Alagoas no ano de 2010; em 2011, a região serrana do Rio de Janeiro é atingida por inundações e deslizamentos. 2013: três

EXIT. Ou de como a informação não pode conter a vida

Por Sebastian Wiedemann

O cineasta Harun Farocki já nos dissera que a imagem não é inocente, pelo contrário: é um composto sensível que, na atualidade, diz-se majoritariamente informação que propaga palavras de ordem. Nesse sentido, o cineasta alemão aposta na prática de desmontagem para conjurar a imagem. Mas, e se apostássemos em conjurar a imagem por sobre-montagem, na qual a informação é implodida desde dentro pela insistência em exacerbar sua condição? Levar ao limite a informação, ou como vemos e escutamos em EXIT, fazer da infografia uma potência expressiva. Nesta videoinstalação

Testemunhos do clima: tese investiga ligações fogo-clima-vegetação na Floresta Amazônica

Por Fernanda Pestana

Vestígios do passado, indicadores do futuro… Camadas sedimentares se adensam nos testemunhos coletados no solo para estudos paleoclimáticos e paleoambientais. São muitas as variáveis (coloração, densidade, teor de água, composições químicas, etc) que dão aos cientistas pistas de um passado milenar e permitem revisitar os ecossistemas sedimentados no tempo que se acumula na superfície terrestre. A partir deste passado que se desenha pela análise das camadas sobrepostas, é possível encontrar ainda indícios para um modelo climático futuro.

Na tese Incêndios florestais e mudanças ambientais na Amazônia Sul. Comparativo entre

The Golden Record [O Disco de Ouro]. Ou da impossibilidade de explicar “nosso” mundo aos alienígenas

Por Sebastian Wiedemann

Em 1977, duas naves, Voyager 1 e 2, saem da Terra com destino ao espaço interestelar. Ambas levam uma mensagem, num disco de ouro, que explicaria “nosso” mundo aos alienígenas. Parte da mensagem estaria dada por 116 imagens que, supostamente, sintetizariam nossa antropogênese.

Pouco podemos dizer do que acontecerá quando O Disco de Ouro chegar às mãos alienígenas. Mas podemos, sim, aqui destacar o que este gesto-artefato faz ou nos força a pensar. O Disco de Ouro expõe uma síntese dupla. De um lado, certa ideia de homem totalizante

Vulnerabilidade, mais um termo retórico?

Por Michele Gonçalves

As mudanças climáticas são um campo problemático repleto de termos e expressões veiculados insistentemente na mídia. Em muitos casos, esses termos perdem sua potência ao serem largamente repetidos e/ou restritos a determinadas conceituações. É o que o capítulo “A Retórica da Vulnerabilidade e as Mudanças Climáticas” – elaborado por Eduardo Marandola Júnior para integrar o volume População e desenvolvimento em debate: contribuições da Associação Brasileira de Estudos Populacionais –, discute ao colocar os problemas enfrentados pelo termo vulnerabilidade, amplamente utilizado nas discussões atuais do campo. Segundo o pesquisador,

Que planeta você quer salvar?

Janaína Quitério

Segundo a filósofa Déborah Danowski, embora não haja mais controvérsia científica sobre as mudanças climáticas, há ainda aqueles que “se atrevem a negar abertamente a realidade do aquecimento global ou a sua origem na ação humana”, como aponta  em O hiperrealismo das mudanças climáticas e as várias faces do negacionismo. Mas o foco de Danowski não foi dado a esse tipo de negacionista durante o debate que fez, em 2010, com estudantes de filosofia da Universidade Federal de Goiás (UFG) – e adaptado em texto pela Sopro 70, em

Ecossistemas, biodiversidade e mudanças climáticas: quando as aves são os informantes

Por Ana Godoy

Muitas vezes, para entender e dimensionar os desafios enfrentados pelos pesquisadores, é preciso estar atento não apenas à literatura produzida sobre determinado tema, mas a multiplicidade de ações de pesquisa, instituições, técnicas, tecnologias e pesquisadores que ele envolve, e que a literatura torna visível na forma de dados, argumentos e recomendações.

Quanto se trata de ecossistemas e biodiversidade e de sua relação com as mudanças climáticas, é preciso ter em mente que aquilo sobre o que os pesquisadores se debruçam não é um objeto inerte. Ao contrário, é justamente

Nos extremos da conexão global: efeitos compartilhados nos caminhos do rio ao mar

Por Michele Gonçalves

Todo rio caminha para algum mar e leva com ele vestígios de seu percurso. Sejam nutrientes, resíduos, espécies animais, catástrofes: tudo flui para algum delta de águas globais, numa partilha de informações e transformações que se constrói no tempo. Por serem movimento, os rios também dividem os efeitos das alterações ambientais. O aumento da temperatura global, por exemplo, tem mudado de forma significativa várias das dinâmicas fluviais em diferentes regiões do planeta. Uma dessas alterações é o aporte de água para os estuários, que, segundo pesquisadores da Rede

Tese de Economia ajuda a elaborar Modelo Climático Brasileiro

Por Janaína Quitério

Premiada em 2013 pela Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober) como melhor tese de doutorado em Economia Rural, a pesquisa intitulada Modelagem e avaliação de fenômenos relacionados ao uso da terra no Brasil  desenvolveu um modelo de equilíbrio geral computável (EGC), com especificação detalhada do uso da terra no Brasil. Weslem Rodrigues Faria, hoje professor-adjunto da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), explicou, em artigo publicado no site de notícias do Núcleo de Economia Regional e Urbana da USP (Nereus), onde desenvolveu a pesquisa,

Simpósio A vida secreta dos objetos – Ecologia das mídias

A próxima edição do Simpósio acontece de 5 a 8 de agosto na Fundação Casa Rui Barbosa no Rio de Janeiro.

“Focando a ideia de “ecologias de mídia”, pretende-se abordar questões que se tornaram prementes nos últimos anos, como a catástrofe ecológica e climatológica (incluindo a descartabilidade dos materiais tóxicos utilizados em nossos aparelhos eletrônicos), a integração contínua entre dispositivos de mídia e espaços urbanos, o desenvolvimento de novas técnicas de pesquisa dedicados à análise de nossos ambientes de mídia e as novas formas complexas de inter-relação entre cultura e natureza.”

O Simpósio

Abecedário de Criação Filosófica

O que cabe numa definição? Qual o limite entre o adequado e o impossível de uma palavra? Por quantos caminhos pode vagar um conjunto de letras antes de se definir numa classe gramatical ou em algum significado? São a questionamentos desse tipo que a leitura do livro Abecedário de Criação Filosófica, organizado por Walter Omar Kohan e Ingrid Muller Xavier, nos instiga. Publicado em 2009 pela Autêntica, o livro lança seus leitores a conexões impensadas com a proposta de pensar a filosofia, a escrita e o próprio pensamento como uma

A onda do filme-catástrofe “O impossível”

A história real de uma família espanhola que sobreviveu ao tsunami na Tailândia em 2004 virou filme em 2012, com direção do espanhol Juan Antonio Bayona. “O impossível” (The impossible) coloca em cena a tragédia que matou quase 230 mil pessoas e desabrigou mais de um milhão e meio não apenas na Tailândia, mas também na Indonésia, Sri Lanka e Índia.

O foco está na superação de um casal e seus três filhos (no filme, trata-se de uma família inglesa) que, em vez de se desligarem dos problemas cotidianos em um

Documento: Carta de São Paulo

Que possíveis ações podem ser tomadas face à crise hídrica instalada no Brasil? Que políticas públicas se mostram interessantes para aumentar a resiliência das áreas mais afetadas? Estas são perguntas para as quais a Carta de São Paulo traz proposições de ações concretas. Além de redução do consumo e investimento em saneamento básico, o grupo que elaborou o documento, coordenado pelo hidrologista e professor da USP José Galizia Tundisi, sugere que sejam feitos investimentos de longo prazo em novas fontes de suprimento hídrico e no desenvolvimento de tecnologias de reuso

Base de dados: “Desenvolvimento de Matriz de Coeficientes Técnicos para Recursos Hídricos no Brasil”

Em março de 2012, Ministério do Meio Ambiente (MMA) publicou uma base de dados sobre usos da água no setor industrial e na agricultura irrigada. O estudo, chamado “Desenvolvimento de Matriz de Coeficientes Técnicos para Recursos Hídricos no Brasil”, foi encomendado pelo Ministério em 2009 e conduzido pela Fundação de Apoio à Universidade de Viçosa, com financiamento do Banco do Brasil, foi concluído em outubro de 2011.

A pesquisa procurou fazer um mapeamento do gasto de água por atividade econômica e região brasileira, observando, por exemplo, a quantidade de água usada nas

Exibição virtual: “The city’s currents: a history of water in 20th-century Bogotá”

“The city’s currents: a history of water in 20th-century Bogotá” examina os papéis da água nas relações sociais, de poder e de gênero nos espaços urbanos ao longo da construção de Bogotá, capital da Colômbia, entre fins do século 19 e ao longo do século 20.

A relação entre meio ambiente, trabalho e gênero com foco no trabalho de lavadeiras e a construção de infra-estrutura sanitária na cidade são alguns dos aspectos investigados pela exibição, organizada pelas historiadoras colombianas Stefania Gallini, Laura Felacio, Angélica Agredo e Stephanie Garcés. A mostra investiga as experiências diárias

Vídeo: “Let’s prepare for our new climate”, TED Talk de Vicki Arroyo

No vídeo “Let’s prepare for our new climate” (Vamos nos preparar para nosso novo clima), gravado em junho de 2012, em Edimburgo, Escócia, durante a conferência TED Global, a advogada norte-americana Vicki Arroyo vislumbra formas possíveis e exemplos concretos de adaptação às mudanças climáticas em cidades ao redor do mundo. De construções resilientes em Nova Orleans, após o furacão Katrina, a novas formas de economizar água em agricultura, na Etiópia, Arroyo destaca políticas adaptativas locais que podem servir de inspiração para o surgimento de novas ações em ambientes urbanos e

Entrevista: “Science: Art Appreciation”

Senso estético e conhecimento científico, para o físico Richard Feynman, caminham juntos e não são, de forma alguma, excludentes entre si. Ele conta, em uma entrevista concedida à BBC em 1981, sobre uma ocasião em que um amigo, artista, considerava que Feynman, como cientista, talvez apreciasse menos a beleza de uma flor porque o conhecimento científico poderia lhe subtrair um pouco da magia de ver o mundo. Feynman discorda.

O vídeo, feito pelo artista visual Douglas Gautraud, sobrepõe imagens ao excerto da entrevista – dando uma dimensão aproximada do porquê Feynman

Estudos do clima: primeiro relatório do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas

Após quatro anos de trabalho, foi divulgado, no último dia 15 de janeiro de 2015, o Primeiro Relatório de Avaliação Nacional (RAN1), do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, que conta com a participação de cerca de 360 especialistas no tema, ligados a diversas instituições de pesquisa e universidades brasileiras. Composto por três volumes – “Base científica das mudanças climáticas”, “Impactos, vulnerabilidade e adaptação” e “Mitigação das mudanças climáticas” -, o relatório consiste, principalmente, numa compilação dos trabalhos científicos de pesquisadores brasileiros, publicados entre 2008 e 2012. Diversos exemplos de experiências

Livro: “Limits to Growth”

Publicado em 1972, o livro “Limits to Growth” (Os limites do crescimento) de Donella H. Meadows, Dennis L. Meadows, Jørgen Randers, e William W. Behrens III, foi um dos primeiros estudos a destacar os impactos do crescimento econômico e populacional dos sistemas humanos sobre a Terra, um planeta com recursos finitos. Utilizando cinco variáveis – população mundial, industrialização, poluição, produção de alimentos e esgotamento de recursos -, os autores exploraram possibilidades de se chegar a um padrão sustentável, que poderia ser atingido alterando as tendências de crescimento entre essas cinco

Mapeamento coletivo: revista ClimaCom convida pesquisadores para colaboração coletiva de estudos sobre a crise hídrica

A crise hídrica que estamos atravessando merece um melhor entendimento. Para isso, propomos um mapeamento coletivo de pessoas e grupos que estão estudando e tendo iniciativas de analisar e problematizar os mais diversos aspectos da crise. E você pode colaborar nos enviando o que encontrar – através do nosso e-mail climacom@unicamp.br, via inbox em nossa página no Facebook ou marcando nossa página em comentários e postagens.

Para começar, um exemplo de experimento com dados do pesquisador do DPCT/UNICAMP Mauro Zackiewicz, o

Artigos: Eduardo Viveiros de Castro e as cosmologias humanas

Um debruçar-se aguçado sobre cosmologias humanas diversas e quem sabe um caminho para compreendê-las, superá-las ou, quiçá, compor com elas novos cenários de amanhã, nas suas mais sutis ou gritantes problemáticas: é o que invocam estes três trabalhos do antropólogo brasileiro Eduardo Viveiros de Castro. Em Os Pronomes Cosmológicos e o Perspectivismo Ameríndio, o antropólogo lança as bases do perspectivismo, ideia que revolucionou a antropologia moderna ao discutir o binômio natureza/cultura nos povos ameríndios e na cultura ocidental. Em O Nativo Relativo, Viveiros de Castro explicita os pressupostos teóricos do

Encontro internacional: 2ª. Conferência Europeia de Mudanças Climáticas (ECCA)

A segunda edição da Conferência Europeia de Mudanças Climáticas (European Climate Change Adaptation Conference – ECCA, em inglês) será realizada em Copenhage, na Dinamarca, entre os dias 12 e 14 de maio de 2015. A conferência irá cobrir questões relacionadas com a adaptação às alterações climáticas e dará ênfase em compreender e avaliar possibilidades de integrar as ações de adaptação climática em ciências, políticas, práticas e negócios. Os resumos podem ser enviados até 1º . De fevereiro de 2015, no seguinte link: http://www.ecca2015.eu/

Relatório: “The Adaptation Gap”, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

Relatório: “The Adaptation Gap”, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) apresentou na Conferência das Partes (COP20), em Lima, em dezembro, o primeiro relatório que aborda as falhas nos projetos para adaptação. O “Adaptation GAP Report” (Relatório sobre Lacunas na adaptação) analisou as propostas de ações e os custos potenciais previstos para projetos de adaptação às mudanças climáticas, observando as lacunas encontradas nos países em desenvolvimento, nas áreas de fincanças, tecnologias e conhecimento e governança. De acordo com o

Estudo: “The impacts of temperature anomalies and political orientation on perceived winter warming”

Estudo: “The impacts of temperature anomalies and political orientation on perceived winter warming”

“The impacts of temperature anomalies and political orientation on perceived winter warming”, de Aaron McCright, Riley Dunlap e Chenyang Xiao, publicado na Nature Climate Change (vol. 4, n. 12 – dezembro de 2014), aponta que a percepção dos norte-americanos sobre mudanças climáticas resultantes de ação antropogênica é mais influenciada por posições políticas do que pela experiência direta com um inverno mais quente. Analisando dados coletados por pesquisas realizadas pelo National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e pelo Instituto

Crie Futuros: plataforma colaborativa que permite compartilhar ideias de um futuro desejável

Crie Futuros: plataforma colaborativa que permite compartilhar ideias de um futuro desejável

Crie Futuros é um movimento e uma plataforma colaborativa de âmbito ibero-americano. Criada em 2008 e coordenada pela especialista em economia verde, Lala Deheinzelin, a plataforma se propõe a ser um repositório de ideias sobre futuros desejáveis para os próximos anos.

No futuro, podemos ter profissionais como “desurbanizadores”, ou arquitetos que planejem sistemas urbanos primando por uma lógica mais orgânica entre ecossistemas. Ou, quem sabe, “carros-folha”, que, abastecidos por lixo orgânico, produzam água potável como resíduo. A plataforma pretende instigar

Relatório: “O Futuro Climático da Amazônia”

Relatório: “O Futuro Climático da Amazônia”

Realizado pela Articulación Regional Amazónica (ARA), “O Futuro Climático da Amazônia” é um relatório de avaliação científica preparado por Antonio Donato Nobre, pesquisador sênior do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

O relatório foi lançado em outubro de 2014 e descreve os efeitos do desmatamento da Amazônia sobre o clima. É o primeiro a reunir informações de quase duzentos estudos sobre o lugar do bioma amazônico no clima mundial e na regulação das chuvas. O documento destaca

Vídeo: “Adapting to a Changing Climate”

Vídeo: “Adapting to a Changing Climate”

“Adapting to a Changing Climate” é um documentário produzido pelo secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e foi lançado em 11 de dezembro de 2014, em ocasião da 20ª Conferência das Partes (COP20), em Lima, no Peru.

Inspirado no Fórum de Adaptação realizado pelo Comitê de Adaptação da UNFCCC em Varsóvia (Polônia) em 2013, o vídeo de 20 minutos destaca histórias de adaptação às mudanças climáticas pelo mundo e traz entrevistas com especialistas sobre o tema. A noção de resiliência e

Artigo: “Adaptation, adaptive capacity and vulnerability”

Artigo: “Adaptation, adaptive capacity and vulnerability”

“Adaptation, adaptive capacity and vulnerability”, de Barry Smit e Johanna Wandel, publicado na revista Global Environmental Change, em número dedicado à adaptação, vulnerabilidade e resiliência em mudanças climáticas (vol. 16, n. 3, agosto de 2006), evidencia algumas abordagens sobre esses conceitos, baseada em uma revisão bibliográfica que traça conexões e diferenças entre os três termos. Adaptação, aqui, é vista pelos pesquisadores da Universidade de Guelph (Canadá) principalmente como uma manifestação de capacidade adaptativa, capaz de representar formas de reduzir a vulnerabilidade de comunidades às mudanças

Relatório: “Turn down the heat – confronting the new climate normal”

Relatório: “Turn down the heat – confronting the new climate normal”

Publicado em novembro (2014), “Turn down the heat – confronting the new climate normal” é o terceiro relatório da série “Turn Down the Heat”, preparada pelo Banco Mundial e pelo Potsdam Institute for Climate Impact Research and Climate Analytics, publicada desde 2012.

O relatório traz evidências de que um aumento de 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais até o meio deste século já está em curso e analisa seus possíveis impactos na América Latina e Caribe, Oriente Médio e Norte da África,

Tese: “Transforming Data: An Ethnography of Scientific Data from the Brazilian Amazon”

Tese: “Transforming Data: An Ethnography of Scientific Data from the Brazilian Amazon”, Tese de Doutorado em Filosofia de Antonia Walford (IT University of Copenhagen, Fevereiro de 2013).

Desenvolvida no âmbito da chamada antropologia da ciência, a pesquisa consiste numa etnografia a respeito da produção de dados sobre a floresta amazônica pelo Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmofera da Amazônia (LBA). A tese busca problematizar o idioma representacional dos estudos sociais das ciências e sua impossibilidade de descrever as práticas científicas contemporâneas, como as chamadas modelagens climáticas.

Entrevista: “Matters of Cosmopolitics: On the Provocations of Gaia”, Isabelle Stengers

Entrevista: “Matters of Cosmopolitics: On the Provocations of Gaia”, Isabelle Stengers entrevistada por Heather Davis e Etienne Turpin, no livro Architecture in the Anthropocene – Encounters Among Design, Deep Time, Science and Philosophy (Open Humanities Press, 2013)

“Gaia”, “Antropoceno” e o aceleracionismo são as figuras problematizadas pela filósofa belga nessa entrevista, traçando conexões e diferenças em relação ao trabalho de outros pensadores contemporâneos das mudanças climáticas, como Donna Haraway e Bruno Latour, bem como com Deleuze, Foucault, Guattari. Noções e conceitos que perfazem a filosofia e abordagem de Stengers a respeito da

Artigo: “Sobre a invisibilidade dos desastres na antropologia brasileira”, de Renzo Taddei

“Sobre a invisibilidade dos desastres na antropologia brasileira”, de Renzo Taddei, publicado nos Cadernos de Trabalho da Rede Waterlat-Gobacit, no volume dedicado aos “Desastres relacionados à água: dos desafios transescalares à multivocalidade interpretativa” (vol. 1, n. 1, setembro de 2014)

O imaginário que ignora a ocorrência de desastres, no Brasil, está sendo revertido em diversas frentes, dentre elas, aquela da teoria social preocupada em criar outras abordagens para o tema. O artigo de Taddei afirma a relevância de se levar em conta o desastre enquanto alteração perceptiva na contemporaneidade, e