Por | Camila Ramos
Editora | Germana Barata
Nos últimos meses, a Covid-19 fez com que a população mundial diminuísse o ritmo nas cidades. Com menos trânsito de pessoas, comércios fechados e indústrias com produção reduzida foi possível notar uma melhora na qualidade do ar e uma visão do céu mais limpo, já que houve uma queda nas emissões de gases poluentes e causadores do aquecimento global – como o dióxido nitroso (NO²) e o dióxido de carbono (CO²) – que são liberados na queima de combustíveis fósseis.
No entanto, essa percepção pode dar margem à ideia errônea de que estamos mitigando os efeitos das mudanças climáticas. Apesar da baixa emissão dos gases poluentes, a atmosfera já acumula uma quantidade massiva de CO² e essa concentração continua batendo recordes em 2020. O setor energético é um dos grandes responsáveis por essa liberação e “nesse sentido, as fontes renováveis de energia são uma das melhores alternativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa”, comenta Roberto Schaeffer, professor titular de Economia de Energia do Programa de Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo especialistas, a súbita queda do preço do barril de petróleo, observado entre os meses de abril e maio, pode gerar um maior interesse econômico no uso de combustíveis fósseis pós-pandemia, deixando as energias renováveis em desvantagem.
A solução das mudanças climáticas, apontam especialistas, não é a pandemia da Covid-19 ou a reclusão humana, mas sim a preservação de florestas e a descarbonização de diversos setores da economia. Para isso ocorrer, é necessário substituir o uso de combustíveis fósseis por fontes sustentáveis. No entanto, a quarentena pode tornar essa troca mais complicada, principalmente na geração de energia.(leia reportagem completa em PDF).
Reportagem produzida no âmbito do Projeto Lab-19.
Bolsista Mídia Ciência Fapesp no projeto INCT-Mudanças Climáticas Fase 2 financiado pelo CNPq projeto 465501/2014-1, FAPESP projeto 2014/50848-9 e CAPES projeto 16/2014.