Um debruçar-se aguçado sobre cosmologias humanas diversas e quem sabe um caminho para compreendê-las, superá-las ou, quiçá, compor com elas novos cenários de amanhã, nas suas mais sutis ou gritantes problemáticas: é o que invocam estes três trabalhos do antropólogo brasileiro Eduardo Viveiros de Castro. Em Os Pronomes Cosmológicos e o Perspectivismo Ameríndio, o antropólogo lança as bases do perspectivismo, ideia que revolucionou a antropologia moderna ao discutir o binômio natureza/cultura nos povos ameríndios e na cultura ocidental. Em O Nativo Relativo, Viveiros de Castro explicita os pressupostos teóricos do perspectivismo, o que ele chama de ficção antropológica: pensar e experimentar o discurso do nativo como ativo igualitário sobre o discurso do antropólogo, ambos funcionando em conjunto, partindo da potencialização de suas disparidades para dizer outras coisas para além de narrarem-se a si mesmos. Por fim, em Há um Mundo Por Vir? Ensaios Sobre os Medos e os Fins, livro escrito em conjunto com Débora Danowski, as cosmopolíticas do fim do mundo são problematizadas em diferentes etnografias (arte, cultura, literatura, ciência), numa tentativa de, nas palavras mesmas dos autores, “tomar tais discursos como experiências do pensamento, invenções de narrativas míticas adequadas ao presente”.
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