O que se pode aprender com as florestas sobre comunicação? | Camila Ramos

O fotolivro Floresta², organizado por Susana Dias e Alessandra Penha, reúne florestas que se proliferaram em e entre uma mata urbana, uma casa de cultura de matriz africana, um laboratório de pesquisas agrícolas, uma sala de aula e uma praça e dá a pensar nas potencialidades da relação entre humanos e não-humanos, entre imagens e palavras, entre artes, ciências e filosofias.

Por | Camila Ramos

 

Onde buscamos a floresta em nós? E se uma floresta fosse uma questão de estar junto? Qual a potência das ciências? O que se abre quando damos atenção aos gestos e materiais? Essas perguntas, escritas em tecido, acompanham os 100 fragmentos quadrados de fotografias e textos que compõem o fotolivro Floresta². O livro vem dentro de uma caixa quadrada, contém ainda uma moldura quadrada vazada e um manto bordado com impressões botânicas, feito por Mariana Vilela e Alice Copetti. O livro foi lançado no primeiro dia do evento “Segundas com as florestas”, no dia 24 de agosto de 2020, dedicado ao tema “Mulheres e Ancestralidades”.

O livro, de maneira inventiva, conta a história e registra as atividades da disciplina Arte, Ciência e Tecnologia, do Mestrado em Divulgação Científica e Cultural, oferecida por Susana Dias no Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), durante o segundo semestre de 2019. A disciplina contou com vários convidados e propôs aos participantes pensar a comunicação em parceira com as florestas.

Dentre as atividades propostas na disciplina esteve a visita à Mata Santa Genebra, onde os alunos puderam aprender a técnica das parcelas (também conhecida como técnica dos quadrados) de coleta de amostras biológicas para análise do ecossistema, ensinada pela bióloga Alessandra Penha, da Universidade de Federal de São Carlos (UFSCar) de Araras. Os participantes da disciplina visitaram também a Casa de Cultura Fazenda Roseira, o Laboratório de Pesquisas Agrícolas da Embrapa e Unicamp, e, também, puderam participar de diversas oficinas realizadas na Praça da Paz da Unicamp e na sala de aula do Labjor.

“A ideia do livro era criar um estar-viver-junto entre as florestas que encontramos nesses lugares, entre as florestas que proliferaram nesses encontros. Isso porque a minha proposta era aprendermos a comunicar em parceria com a floresta, e uma floresta nos ensina que comunicar é inventar uma maneira de estar-viver-junto, um modo de conviver, colaborar, cooperar, de gerar coexistências, cocriações e coevoluções complexas”, conta Susana Dias. (Leia a notícia completa aqui)

 

Bolsista Mídia Ciência Fapesp no projeto INCT-Mudanças Climáticas Fase 2 financiado pelo CNPq projeto 465501/2014-1, FAPESP projeto 2014/50848-9 e CAPES projeto 16/2014.