Escola Comunitária: gerar conhecimento coletivo a partir de estudo do meio e pesquisa-ação como ferramenta para ativismos urbanos | Fernanda Eiras Rubio, Pedro Luiz Stevolo e Fabio Pereira dos Santos


 

Fernanda Eiras Rubio [1]
Pedro Luiz Stevolo [2]
Fabio Pereira dos Santos [3]

 

Quando nossa experiência vivida da teorização estáfundamentalmente ligada a processos de autorrecuperação, de libertação coletiva, não existe brecha entre a teoria e a prática. Com efeito, o que essa experiência mais evidência é o elo entre as duas– um processo que, em última análise, é recíproco, onde umacapacita a outra.(bell hooks)

 

Escola Comunitária – GERAR: pesquisa-ação coletiva para investigação de rios urbanos e dinâmicassocioterritoriais

 

A Escola Comunitária – Integração Escola e Comunidade [4]é um trabalho independente de pesquisas eexperimentações atuando desde 2016 no bairro da Aclimação em São Paulo, buscando transformaçõespositivas com parcerias e colaborações. As ações transitam pelos pilares da arte, educação, território esustentabilidade, exercitando a construção de uma cidadania participativa de modo a contribuir para odesenvolvimento local. O objetivo do projeto é promover processos de engajamento e aprendizagem não-formal com enfoque para o desenvolvimento local através de pesquisa-ações, mobilizando pessoas dacomunidade para a realização de atividades coletivas como mutirões, oficinas, estudos do meio e debates,nos quais fomenta-se a aproximação entre escolas públicas da região da Aclimação e a comunidade localpara compreender as necessidades do território e assim pensar caminhos possíveis de melhorias,dialogando de forma autônoma como também inserindo-se e participando de processos nas políticaspúblicas.

 

A participação social e aprendizagem coletiva (GOHN, 2014; PATEMAN, 1992) tem papel fundamental noativismo, insurgências e lutas urbanas (HARVEY, 2014). São processos na construção do conhecimento, naluta pelo direito à cidade (LEFEBVRE, 2008) e bens- comuns ou commons (HARDT & NEGRI, 2018) [5]. Opressuposto aqui estabelecido, conforme Carole Pateman (1992), é o de que a principal função daparticipação é educativa, ou seja, a partir da mobilização de indivíduos em processos coletivos é possível aconstrução do conhecimento e visão crítica para as lutas sociais, bem como “quanto mais os indivíduosparticipam, melhor capacitados eles se tornam para fazê-lo” (PATEMAN, 1992. p.61).

 

De acordo com David Tripp (2014), a pesquisa-ação situa-se entre a prática rotineira e a pesquisacientífica. Embora tenda a ser pragmática, ela se distingue pelo exercício de reflexão orientada sobre aprática, e limita a análise científica pelo contexto ético da participação e engajamento entre sujeitos.

 

(Leia o artigo completo em PDF).

 

Recebido em: 20/03/2021

Aceito em: 15/04/2021

 

[1] Licenciatura em Pedagogia pelo Instituto Singularidades, graduanda em Artes Visuais pela Universidade de Taubaté
e professora na E.E. Dr. Murtinho Nobre. E-mail: fernandarubiohc@yahoo.com.br.

[2] Graduado em História (PUC-Campinas), em Filosofia (USP) e mestrando em História Social pela FFLCH-USP. E-mail:
pedro.stevolo@gmail.com.

[3] Arquiteto Urbanista, mestre em Planejamento e Gestão do Território pela UFABC. E-mail:
fabio.psantos@gmail.com.

Escola Comunitária: gerar conhecimento coletivo a partir de estudo do meio e pesquisa-ação como ferramenta para ativismos urbanos

 

RESUMO: O presente artigo apresenta a experiência do coletivo Grupo de Estudos dos Rios daAclimação e Região (GERAR) no município de São Paulo com atuação orientada para ofortalecimento do engajamento e participação comunitária, no âmbito do projeto EscolaComunitária, de modo a possibilitar a construção coletiva da compreensão do território e suasdinâmicas, seus problemas e desafios comuns a partir das águas urbanas da região. Por meio daexperiência em Pesquisa-Ação, se analisa os limites e possibilidades da participação como indutorde processo educativo e mobilizador para as lutasurbanas.

 

PALAVRAS-CHAVE: Ativismo urbano. Águas urbanas. Pesquisa-Ação.

 


Community school: generating collective knowledge from the study of the environment and action research as a tool for urban activisms

 

ABSTRACT: This text is the result of the theoretical work carried out in the discipline Theory of HumanSciences, taught by professors Marco Antonio Valentin and Juliana Fausto in 2020 at the Paraná FederalUniversity. In it I present the trajectory taken by Lévi-Strauss in his work The Savage Mind, due to his breakwith classical anthropology while attributing to the wild thought the qualities of modern philosophy, untilhis apparently domestication of such thought with regard to his criticism of the practice of sacrifice. Thetext ends with perspectives that potentiate wild thought expressed by Eduardo Viveiros de Castro andCarlos Castañeda.

 

KEYWORDS: Urban activism. Urban waters. Action Research.

 


RUBIO, Fernanda Eiras; STEVOLO, Pedro Luiz, e SANTOS, Fabio Pereira dos. Escola Comunitária: gerar conhecimento coletivo a partir de estudo do meio e pesquisa-ação como ferramenta para ativismos urbanos. ClimaCom – Coexistências e cocriações [Online], Campinas, ano 8, n. 20,  abril. 2021. Available from: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/escola-comunitaria/