Excesso | Camila Cunha | ClimaCom


Excesso | Camila Cunha

Título | Excesso

Excesso é a palavra que descreve o cotidiano na era digital. Com a publicidade aliada a psicologia, anúncios subliminares e influencers garantem a tentação de consumir. As mensagens espalham silenciosamente no ritmo ditado por algoritmos, enredando seres complexos categorizados por preferências, escolhas e singularidades. Na ânsia de suprir necessidades fabricadas, os desejos são embalados em plástico, alumínio e papelão. Entre os pecados capitais do consumo, a gula é um dos maiores vilões pelo impacto ambiental causado pelo cultivo intensivo dependente de irrigação, adubos, químicos e combustíveis fósseis. Comida industrializada e in natura embaladas, empacotadas, plastificadas são compradas e consumidas no automático. Alimentos em formatos, tamanhos e cores atípicos, próximos ou fora da data de validade, esquecidos nas prateleiras ou simples restos jogados no lixo somados impressionam: estima-se que um terço dos alimentos produzidos no mundo é jogado fora. Hoje, a meta é reduzir pela metade as pequenas perdas ao longo das cadeias que levam ao consumidor final. Para isso, ciência e tecnologia, infraestrutura, políticas públicas e consumo consciente são urgentes. Neste trabalho artístico apresento 12 imagens unidas em três cenas (também em formato mp4) que dialogam com o consumo excessivo, o desperdício e o acúmulo de lixo em nossas sociedades, que contribuem para as mudanças climáticas e a fragilização de ecossistemas naturais. O reaproveitamento de alimentos e a reciclagem de embalagens, principalmente as plásticas, são alternativas que ainda estão bem longe do ideal. O resultado é uma sociedade soterrada e ilhada pela cegueira do consumo irrefreável e irresponsável.


Ficha técnica
Artista | Camila P. Cunha
País | Brasil
Ano | 2020

 

 

 

 

CUNHA, Camila. Excesso. ClimaComFlorestas [online],  Campinas,  ano 7, n. 17. Maio. 2020. Available from: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/camila-cunha-florestas/


 

SEÇÃO ARTE | FLORESTAS | Ano 7, n. 17, 2020

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