BioArte: encontros e produções indisciplinares na educação básica | Mariane Schmidt da Silva, Vitória Frigo Paiva e Ana Maria Grego


Mariane Schmidt da Silva [1]

Vitória Frigo Paiva[2]

Ana Maria Grego [3]

 

“Inovação” e controle

Diversificar o ensino. Ir além da base. É preciso atualizar a escola, trazê-la para o século 21. Já está, há muito, ultrapassada. Não corresponde às expectativas dos jovens, muito menos do mercado de trabalho. “Tecnologia”, “Competências Socioemocionais”, “Eletivas”, “Projeto de Vida”. Toda uma “Parte Diversificada” do currículo que parece tentar compensar por décadas de tradicionalismo e educação bancária. Um movimento político (um tanto quanto apolitizante) se articula e reconstrói a grade curricular. 

A rede estadual paulista de educação, desde 2019, vive a implementação de uma grande e ousada reforma. Modificações curriculares, novas disciplinas entram, novas “visões de mundo”. A quantidade de minutos por aula, a quantidade de aulas semanais que cada disciplina terá em cada ciclo e em cada uma das séries do Ensino Médio. 

O denominado “Inova Educação” chega às escolas e promete uma “educação integral”, que contemplaria com mais precisão a realidade atual do jovem. A formação de um jovem “protagonista, eficiente e solidário”. De longe pode parecer um movimento necessário, mas com o Inova Educação e o Programa Ensino Integral (PEI) que se espalha cada vez mais rapidamente “o que vemos é a história de uma vertente da política de educação integral das fundações e institutos empresariais sendo construída e implementada a partir do Estado” (Goulart; Alencar, 2021, p. 340). É como se o mercado passasse a controlar a escola e, compulsoriamente, o/a professor/a.

(Leia o ensaio completo em PDF)

 

Recebido em: 25/04/2023

Aceito em: 15/05/2023

 

[1] Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Mestra em Educação pela mesma Universidade. Professora da Educação Básica na Rede Estadual de São Paulo.  E-mail: marianessh@gmail.com 

[2] Graduada em Letras pela Unianchieta e Pedagogia pela Uninove. Professora da Educação Básica na Rede Estadual de São Paulo. Email: vitoriafrigo@prof.educacao.sp.gov.br.

[3] Graduada em Arte pela FEUC (Faculdade Euclides da Cunha). Professora da Educação Básica na Rede Estadual de São Paulo. Email: gregoanamaria@gmail.com 

 

BioArte: encontros e produções indisciplinares na educação básica

 

RESUMO: Estamos na escola, professoras e estudantes. Um contexto de estruturação e controle nos permeia e a escola se faz campo de batalhas. Buscamos a criação de armas de resistência a partir dos afetos. Experimentamos sons, toques e cheiros; espiamos o microcosmo escolar; encontramo-nos com insetos esquecidos e os transformamos em poesia; colorimos de azul nossos jardins coletivos. Conectamo-nos com processos da ciência e da arte, experimentando sensações e caminhando com olhares atentos, no desejo de criar novas possibilidades de atuação dentro da escola. Mapear novos mundos em multiplicidade.

PALAVRAS-CHAVE: Educação. Micropolítica. Bioarte.

 


BioArt: undisciplined encounters and productions

 

ABSTRACT: We are at school, teachers and students. A context of structuring and control permeates us and the school becomes a battlefield. We seek the creation of weapons of resistance from affections. We experience sounds, touches and smells; we spy the school microcosm; we meet forgotten insects and turn them into poetry; we color our collective gardens blue. We connect with science and art processes, experiencing sensations and walking with attentive eyes, in the desire to create new possibilities for action within the school. Mapping new worlds in multiplicity.

KEYWORDS: Education. Micropolitics. Bioart.

 


SILVA, Mariane Schmidt,  PAIVA, Vitoria Frigo, GREGO, Ana Maria. PENACHIO, Renata Mocelin. BioArte: encontros e produções indisciplinares na educação básica. ClimaCom – Ciência.Vida.Educação. [online], Campinas, ano 10, n. 24., mai. 2023. Available from: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/bioarte-encontros-e-producoes/