A queda do céu – quando inflexão de vozes florestam | Marta Catunda e Laura de Aro | ClimaCom


A queda do c̩u Рquando inflex̣o de vozes florestam | Marta Catunda e Laura de Aro


 

Marta Catunda [1]

Laura de Aro [2]

 

KOPENAWA, Davi; ALBERT Bruce. A queda do céu. São Paulo: Companhia das Letras, 2017, 527pgs.

 

Nesta resenha, quase um breve ensaio, propomos compor inflexão de vozes como se estivéssemos ouvindo-as. Lemos em voz alta. Vozes do autor Davi Kopenawa, seus intercessores ou interlocutores, Bruce Albert e Viveiros de Castro, como citações no texto, para deixar transparecer as passagens dinâmicas movimentadas na leitura do texto e como provoca comunhão, amizade, confiança, pensamento conferindo a obra um caráter inédito de aliança, ressoando entre a antropologia, as ciências sociais e a cultura milenar yanomami. Não incluímos as datas, apenas páginas nas citações já que todas elas pertencem ao livro resenhado. Não resistimos em inserir duas iluminuras. No começo e no fim do texto para dissipar um pouco da emoção que os desenhos nos trouxeram enquanto resenhávamos, durante todo o ano de 2020, marcado por uma pandemia que ora adentra 2021. O livro é composto por vinte e quatro capítulos, com o total de 511 páginas mais o Prefácio, o Post scriptum, com Anexos e os Glossários etnobiológico e geográfico Yanomami, perfazendo um total de 729 páginas, uma obra referência da complexidade dos tempos que vivemos. Um livro na cabeceira do sonhar e ouvir a floresta viva e em pé.

 

PARTE 1 – O recado da mata

 

Optamos por escanear a resenha em três partes, uma vez que a obra exige apurado sentido não linear na leitura. A transcrição xamânica polimórfica, tem simetria e ressonância interna dividindo-se em três partes; seguindo as pistas deixadas por Eduardo Viveiros de Castro que prefacia o livro. O Recado da mata mapeia os elementos que serão encontrados nas imagens que flutuam e delineiam a floresta em um panorama caleidoscópico de possibilidades. Cada um pode construir a sua floresta como entendimento.

 

(…) um homem do mato que firmou um pacto com duplos invisíveis da floresta -, com os xapiris que transmitem os recados cifrados da mata. Um recado ominoso, um aviso, uma advertência (Viveiros de Castro, p.41)

(Leia a resenha completa em PDF).

 

Recebido em: 20/03/2021

Aceito em: 15/04/2021

 

[1] Docente do Ensino Fundamental e do Segundo Ciclo da Secretaria Estadual de Educação Sorocaba- SP, Doutora em educação, PPGE-UNISO, Sorocaba , SP, Brasil,catunda@prof.educacao.sp.gov.brlatteshttp://lattes.cnpq.br/5155964148633046

[2]Psicóloga, Pontifícia Universidade Católica – São Paulo, SP, Mestranda, PUC, São Paulo SP, lauradgalera@gmail.com lattes:http://lattes.cnpq.br/8432354536505029

 

CATUNDA, Marta; ARO, Laura de; A queda do céuquando inflexão de vozes florestam [Online], Campinas, ano 8, n. 20,  abril.2021. Available from: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/a-queda-do-ceu/