Co-criando com o chão da floresta

TÍTULO: Co-criando com o chão da floresta

 


Nossa vontade com esta oficina é de instaurar uma comunicação com a floresta, acolhendo o fato que ela já é uma comunidade minoritária em si mesma que clama porque entremos em processos de co-criação com seu chão sempre fértil e em proliferação. Um chamado a nos emaranharmos com as potências-floresta que pululam em nós e em todo lugar. Esta é uma proposta para experimentarmos coletivamente a produção de composições sensíveis (fotografias, colagens, etc.) que ativem relações que sejam capazes de celebrar potências-floresta, tais como: gerar encontros entre abundantes e diversos modos de existência (orgânicos, inorgânicos, naturais e sobrenaturais) em co-evolução e co-criação incessantes; instaurar infinitas e complexas relações sempre inacabadas; ativar forças de cura, contemplação e transformação; fazer mundos, constituir refúgios e afetar afirmativamente as dinâmicas da Terra nas mais diversas escalas; gerar um gigantesco arquivo vivo, sempre aberto à morte e renascença constantes…

 


Ficha técnica

Oficina realizada durante no 21o. COLE – Vivências Dissonantes, julho de 2018.

Concepção e coordenação: Susana Dias e Sebastian Wiedemann.

Organização: Glauco Silva, Lavínia Rangel, Maria Rita Salzano Moraes, Susana Dias e Sebastian Wiedemann.

Participantes: Adão Fernandes Lopes, Alzira Fabiana de Christo, Carla J. Moraes, Bethania Vernaschi de Oliveira, Carla Franciele Borges, Francis R. Jesus, Gustavo Grizzo Messenberge, Jéssica Fernanda Silva, Liz Angela Gonçalves Almeida, Lucas Ribeiro Mendes, Lucilia Vernaschi de Oliveira, Luiz Fernando Ribas, Mariana da Cunha Sotero, Mirele Corrêa, Michele M. S. de Freitas, Regiane Fontane, Rejane Cristine Santana Cunha, Renata Rosa Meira e Vilma Pereira da Luz Santos

Fotos: Susana Dias e Sebastian Wiedemann

Local: Gramado da Faculdade de Educação – Unicamp

 

 


Esta atividade fez parte da proposta da disciplina “Arte, ciência e tecnologia” – MDCC-Labjor-IEL-Unicamp primeiro semestre de 2018

Disciplina: JC012 Arte, ciência e tecnologia

Professora – Dra. Susana Dias

Nesta disciplina experimentaremos as florestas como parceiras de pensamento e escrita, ou seja, a transformação das florestas em material de pensamento e escrita. Um pensar e escrever (seja por imagens, palavras, sons, tintas, corpos…) que busca se afetar pelos não-humanos – uma ênfase muito importante hoje dos estudos de ciência e tecnologia, nos estudos multiespécies, nas chamadas linhas de pensamento pós-humanistas. Trata-se de ganhar intimidade com as florestas, conviver com as coisas, seres, mundos e correr o risco de ser devorado por eles. Co-evoluir perto-dentro-junto às florestas, em que nada está só e tudo se converte numa complexidade viva, numa multirelacionalidade em constante transmutação. Talvez assim, acordar uma divulgação científica e cultural que prefere não falar sobre as florestas, mas antes propor-se como encontro com as potências-florestas. Pois que seria menos pensar em comunicar florestas já dadas, e mais um entrar em comunicação com florestas que estão (e precisam estar) em constante formação e movimento. Quem sabe, deste modo, nos tornemos dignos de que as florestas entrem em comunicação conosco, nos tornemos dignos de que elas proliferem por textos, fotografias, pinturas, esculturas, criações sonoras etc., em novas e originais emoções, em novos modos de existir e afetar. A disciplina será dividida em três blocos: 1. Da intimidade com os materiais; 2. Do aprender a pensar com a Terra; 3. Da atentividade e re-ligação com múltiplos modos de existência. Em cada bloco estão propostas leituras e encontros com práticas singulares de distintos ofícios (cineasta, escultor, cientista, babalorixá e ialorixá), pois nos interessam as artes, ciências e tecnologias – com minúsculas e no plural – envolvidas em um fazer. Trata-se de um enfoque mesopolítico (Stengers) em que o foco não são as abstrações e idealizações, mas as técnicas, procedimentos e materiais. Por isso as leituras serão experimentadas nas aulas não apenas através de uma conversa/debate, mas por meio da invenção de passagens incessantes entre o ler-falar-escrever-desenhar-pintar etc. durante a criação coletiva de composições sensíveis. Uma aposta na necessidade de colocarmos o corpo para pensar e escrever, de fazer corpo com as coisas-seres-mundos. Uma aposta que levamos a sério em nosso grupo de pesquisa multiTÃO, no ateliê Orssarara e na revista ClimaCom. Uma aposta de quem trabalha com comunicação-divulgação para quem só faz sentido uma ideia de leitura ligada à escrita (ler é escrever), assim como uma ideia de escrita expandida, que passa não apenas pelas palavras, mas pelos mais diversos materiais e procedimentos, pelos mais diversos problemas.

Programa de Pós-Graduação Mestrado em Divulgação Científica e Cultural (MDCC) do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Grupo de pesquisa multiTÃO e Orssarara Ateliê

Projetos:

– Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC) – (Chamada MCTI/CNPq/Capes/FAPs nº 16/2014/Processo Fapesp: 2014/50848-9)

– “Por uma nova ecologia das emissões e disseminações: como a comunicação pode modular a mais intensa potência de existir do humano diante das mudanças climáticas?” (CNPq).

– “Imediações aberrantes: processos de pesquisa-criação entre artes, ciências e filosofia para experimentação da comunicação como ecologia de afetos” (Pibic-Faepex)

– Revista ClimaCom: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/

 

 

 

 

 

DIAS, Susana; WIEDEMANN, Sebastian (Coord.). Co-criando com o chão da floresta. ClimaCom – Diálogos do Antropoceno [online], Campinas, ano.  5, n. 12. Ago. 2018 . Available from: https://climacom.mudancasclimaticas.net.br/?p=9698


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SEÇÃO LABORATÓRIO-ATELIÊ |DIÁLOGOS DO ANTROPOCENO |Ano 5, n. 12, 2018

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