Kalahari

Título: Kalahari


Resumo: Kalahari é uma obra poética misturadora de geografias, de ciências, filosofia, línguas extintas: fluxos intermináveis, corpos escarificados, forças em problematização, feiticeiros multímodas, entre-caos, agramaticalidades, errâncias, cartografias singulares, nomadismos, animalidades ritmáveis, variações contínuas, simultaneidades, transmutações, miscigenações, subducções híbridas contaminadas pelas expressões migradoras escritas na sombra do deserto, sem mapas: potências da vida, forças metamórficas, composições afectivas-paradoxais impulsionadas pelo Daimon-caleidoscópico da estética do laharsismo, avalanche do impensado e do anorgânico!


Autor: Luís Serguilha, poeta português

UGARÍTICA

                                      LOBA- bolwerk/bolwark

Um hóspede rubrica a rendição nos patamares-caninos e os anzóis de gema trepam na decomposição sombria dos grânulos-das-enfermidades: pinças prematuras e abrasadoras a ruminarem nas marquises-de-terra-batida: corvos capilares a recuarem vagarosamente nas instruções de KHEI-ÁT: pintoras de tecidos restituem os polimentos olfactivos entre o cobre-camuflado-dos-predadores e as pautas petrificadas da memória (pirómanos latejam nos confins do síndrome de COTARD): esquadrinhar os polígonos dos cardumes pré-históricos com os lingotes da cavilação: um golpe de fisionomias entre as bolsas dos assombros e a exalação da vigilância corpórea_____toda a anatomia-traumática suspeita dos coágulos adustivos dos respiradores e os garrotes volvem-se nos membros da experiência atè à idade da escuridão: quando a vocação efervescente da placenta-homérica se ramifica nas insónias dos catadores de xilofones-equatoriais o delírio é bloqueado pela extrema estátua que nos leva para os pólos subterrâneos_____ (cauterizar as antícopes com as medusas articuladas à plasticina tubular onde as vespas-ondulásticas assombram a ressaca dos hímenes das cisternas): titânico OÓLITO rompendo os trombones estelares com as contorções dos ESTOMAS e um ensinamento dos abismos circunda minado sobre a exaltação óssea das galáxias: Loba-galáxia a mastrear as colmeias freáticas com as sílabas da intempérie onde um submarino de safras é rendilhado pelos latidos das ferragens das sentenças indecifráveis: o desvairamento do dissector atravessa o epicentro das gravuras IMPREGNADAS na propulsão das espáduas e o cálcio das cortinas serpenteia nos perpétuos telescópios (emborcar e gosmar o nácar dos incêndios nos mercadores apofânticos). Manusear os ofícios das faringes electrostáticas onde o estilhaço infindável grasna debaixo do vulcão (MALCOLM LOWRY): a papoila já é o orifício que manobra a queimadura e a cabeça encharca a velocidade no extravio vocabular

A LOBA ARRANCA OS REMOS CICLÓPICOS DO PRÓPRIO CORPO_____o corpo desloca-se, mancha-se e transmuda-se na traição da sombra das candeias, das candeias mais próximas da ossatura-trepidante e torce as armadilhas dos mergulhadores faciais alçando a velocidade do velamento numa configuração de vazios-cromáticos (músculos da alucinação embainhados nas hastes da luz-em-ressaca) onde os perímetros dos nervos se transferem desvairadamente:_____uma expansão extasiada de mães-possíveis (flechas sufocadas nas portas). O jogo do caçador das germinações cinemáticas fragmenta-se nas crateras giratórias, extravasa-se nas varizes trançadas dos chacais e torna-se imóvel e ágil simultaneamente entre outras fisionomias tremendamente silenciosas, outras maviosidades e tudo se desgarra, se intersecciona nos palatos dos galopes mitológicos (erupções à superfície das gargantas das sombras): tudo se emaranha, se transfigura, se lapida com a velocidade de coabitar as engenharias dos eclipses (efervescências dos estandartes desmantelados): uma esfera de trepadeiras-em-contractura, um formigueiro nas rédeas da decomposição (astro de cabeças inigualáveis evacuando utensílios): narcoses migrantes racham-se em mergulhos, em ouvidores de naufrágios até ao colossal espanto do cinematógrafo (desmoronado saxofone das águas que cantam as épocas espalhadas sobre gigantescas cartilagens): corpo centrípeto, arrebatador, desordenado, incontrolável onde as catástrofes-em-vazantes são repetições cavernosas, alienígenas que se desligam de outras ferocidades, de outros assombros, de outros vasos-de-texturas e se emancipam nos choques das singraduras, nos zeladores impensados sobre a menstruação dos silabários: esta maleabilidade luzente dos lugares gravados e desgrenhados no ricochete histérico que dilacera os ventres do mundo e os degraus das salamandras inscrevem-se nas víboras cubistas construindo vacuidades orbiculares, vibratórias, resgatadoras e deformadoras de escarpas como se a loucura habitasse o ciclope, deformasse o desassossego do ardil e se congeminasse no desvario dos vindimadores de antinomias (crinas abertas ao esquecimento): os êxtases das sombras caminham nas orlas dos alabastrinos bloqueados onde a invisibilidade se curva em forma de chifres com intervalos-de-esforço ou em moldes de esguichos, de intensidades-de-girândolas (vulcanólogas-FÉLSICAS-imprevisíveis): proliferação das diferenças que desdobram árvores trágicas onde os andarilhos animalescos semiabertos convidam as pautas indiscerníveis para os colapsos piroclásticos e fazem resvalar as lajes das mulheres-rendeiras-da-imanência: fantasias corpóreas a dilatarem-se nas entranhas da cantaria (ofegantes anatomias indizíveis) ou serão corpos-animais a entrarem estonteados na orquestra-epidérmica de outros corpos para se reconhecerem entre os pórticos dos mapeamentos das florestas ou nos pélagos das câmaras magmáticas: perfurar vontades com os portadores-de-confins de um corpo-sem-repouso (infinita disposição dos núcleos criptogâmicos ondula nas fechaduras dos instantes subterrâneos (turbilhão incircunscrito).

Múltiplos hiatos arborescentes, diabólicos que afectam as gravitações do corpo( hiantes úteros superam as gavinhas dos precipícios):braçadas e golpes das varandas que se desfraldam nas temeridades, nas modelações, nas variações fotográficas e tudo se incarna nos exercícios das fendas faiscantes onde os vídeos da inexactidão das próteses se exara_____a arte dos eixos matriciais paralisa, explode, refaz e desfaz o informe, as simulações da vida ou a queimadura do exercício dos fulcros sobre a desarrumação secreta das.superfícies (os fluxos ressuscitam no ensimesmamento das bocas ilusionistas dos deuses): um contorno de forças imperceptiveis, consanguíneas envenena a fundura circulatória dos espelhos dos domadores de ravinas (geometria da fascinação transfigurada): as constelações escapam-se trançadas nas sumptuosas raias vertebrais e os laços magnéticos dos pulmões devoram-se em contágios, insónias, mestiçagens, partículas, conexões (tronco luciferino de diafanidades) e tudo se encontra em fluxos diversos, se desdobra-prolonga-mistura e mergulha na carnagem do mundo ampliando incessantemente a pigmentação indomável_____receber uma infinidade submersa de percepções: desmembrar na luminosidade as escadarias meteorológicas e as talhas das ciências parecem os bafos das tonalidades sanguíneas em colisões estranhas (emergir na biografia dos gritos e repercutir o silêncio na translação das janelas): minerologia das memórias escorando os riscos antropogénicos e o marfim das veias estriadas entre os pulverizadores de cerâmicas que enfloram as jubilações das mandíbulas absolutas: esta imprevisibilidade de embaimentos, de circunferências fulgurantes, de íngremes caleidoscópicos desentranha as reacções em cadeia dos holofotes de diamantes verbais:_____vórtice que se liquefaz em cada campânula onde se enclaustra as extremidades do domínio do fôlego e o olhar-Loba-refulgente é uma babel dissimulada que desvenda em si forças que percorrem meridianos imprevistos_____em redor do espectro faiscante os uivos-antropofágicos desembarcam entre idiomas cauterizados como se os contornos dos núcleos acústicos experimentassem a matéria dos espasmos e resvalassem nas áreas das voltagens inomináveis (limalhas das artérias cambiantes): os refluxos das sombras inventam as combinações do dentro, os ocos dos madeiramentos, as fornaças das cores onde os estendedouros da visão se decompõem e se turvam (profundeza das feridas translúcidas)_____tudo se ressumbra para sugar os ímanes e os pneumas num entrelaçamento de espiráculos ou ataduras que rebentam nos alvéolos do incorpóreo: desacorrentar o olhar nas labaredas do invisível, na transversalidade das oficinas (escoamento rotacional): eco da íris, eco do germe, eco atalhado, eco brilhando e as câmaras das palavras engolfam-se no sorvedouro, no inacabado, na areia dos ramais, nas capturas das têmporas, nos deslocamentos poligonais como correntes circumpolares antárticas)_____a palavra-LOBA-zoonose desmonta-se na fluxibilidade que encharca a soberania do tempo sem raios axiomáticos mas com ondas de superfícies, com forças de fricção e de tensão metamórfica  (loucamente): recolhimentos sónicos, fábulas sussurrantes, mediadores de falas anónimas e de interrogações ilimitadas onde os uivos reabilitam a visageidade, a inscrição da tragédia e os nutrientes dos sismógrafos (enxurrada de caçadas hipnóticas): a LOBA experimenta os rompimentos através dos labirintos nómadas e das singularidades cénicas-corporais onde as bifurcações cartográficas criam catervas modulares, implantes ciclónicos-autofágicos (deformidade das órbitas): esta insistência volúvel e fracturada regressa ao eco do olhar-corpo-mutante que arrasta expressões inesperadas e tudo se rasga até aos acenos moventes do infinito: um acidente do design das lavras circulares a devorar as faíscas dos simulacros, as contaminações imperfeitas-multicelulares, as eclosões polispérmicas, as espirais magnéticas como a magia que se masturba entre os equilibristas e as exalações cartográficas (uma cavalgada de transmigrações de cristais entrega-se ao mênstruo anatómico do despenhadeiro). Esculpir as torceduras internas num deslocamento infinito e os acoplamentos são foices a refluirem nos tramas externos): estas aranhas transferem-se nos abatimentos, nos eclipses das memórias tatuadas e o uivo incessante sustenta a errância da sismologia: rastos dos mosaicos das incertezas: a memória é uma gigantesca onda-fenda de ressonâncias indeterminadas tateadas pelos uivos-do-impensado e tudo se acopla e se alastra nas tremuras, nos escâmbios dos subterrâneos que são fecundações extrínsecas que se arrancam ao corpo (bastidores dos engolfamentos dançantes arrastando as interacções dos espectros até ao cibercorpo mutante-em-suspensão: tudo acontece nos interstícios, nas segmentações intensas onde as espessuras são atravessadas pelas nervuras rodopiantes que desmontam estéticas, raios-graníticos, comutações cranianas com o corpo que sonda os desequilíbrios e faz da emboscada a resposta fissurada do olhar-grito [nanoernergia malabarista dos corpos híbridos_____deslizes e malhas dionisíacas (falhas tectónicas): reflectores de cápsulas devastadoras, de moldes das matérias das criaturas que reflectem os sulcos microfísicos do assombramento ou a espessura das migrações escavadoras dos circuitos da floresta-corporal e os á-bê-cês nómadas são auscultados pelos escaladores atmosféricos que se desdobram em delirantes montagens intermináveis como gritos órfãos  a devorarem os espaços mais interiores do caos: SONARES]: a Loba se recusa em transição ao desejar as rotações e os descentramentos, ela se aprofunda e se irrompe ao metamorfosear-se noutro corpo de intercorrências mutiladas e o uivo se transpõe e se assimila nas coreografias intensas de Kalahari (ONDA que REBENTA na SEDE): a CAVALGADA e a Loba geram silêncios acústicos como um contágio de núcleos cavernosos-policromáticos ou transferências que se levantam em ápices tracejados por outros corpos microscópicos, outros corpos cravados no refluxo das manadas astrais,  outros intervalos abrasadores entre afluências transversais: aqui o abismo oscilatório infiltra-se no corpo cheio de abstracções, de imanências e tudo se retraça na respiração do eco ou do vazio em forma de pensamento-uivante: esta velocidade do tempo atinge o alvo em desenrolamento estético, em medonhos derramamentos de moléculas escarpadas (superfícies dos assombros, epígrafes solfejadas, instalações pulmonares, ilimitações idiomáticas, cicatrizes encrespadas, orifícios transitórios): o corpo se arremessa nos sustentáculos rudimentares, absorve as congeminações, os afastamentos e se torna sombra-a-gravitar_____uma obscuridade cosmológica que se arvora e impulsiona sobre espáduas psicóticas-ígneas-intrusivas (com o seus fragmentos metamórficos se retira e se aproxima das crepitações do mundo): louco deslocamento distorcido e outro UIVO se emancipa para o corpo se libertar. Sismicidade das zonas inacessíveis_____as redes da potência do ARRASTO incandescem os dínamos invisíveis da LOBA: a placenta abismada verga,carboniza os ganchos incessantes da SOMBRA.

CIRCULOS do VENDAVAL: próteses caóticas a fermentarem tatuagens dos fungos-gnómicos. Rasura a estacar os utensílios restauradores dos patins hipocondríacos e um porteiro-do-pânico dedilha a naftalina dos bazares

(guarda-freio dos rumores dos corvos e o letreiro-do-grito das fronteiras é apedrejado pelo fogo dos epicentros da-balsa-da-medusa). Chusmas a definharem entre as narinas astronómicas de ENCELADUS e Craig Amstrong sorve o atlas das espirais lendárias: um cavalo de plúmbeas musica nos antípodas da execração (convergência dos fazedores de vagidos e de bisturis de enxofre e a face do bicho é uma confessora da ambição lancinante onde uma assinatura do piche revisita o diadema eléctrico dos charcos-das-PLEURAS: elenco tresmalhado entre os combustíveis da genealogia e a atracção dos poços vocais: dissipar as mandíbulas-DASEIN no lago de Kinereth. Restam as vigas clássicas espalhadas nas vésperas das cinzas-Nhengatu e uma escarpa seminal colide nos ferrolhos das residências da LEVITAÇÃO).

Tapetes-de-vermes-farmacêuticos raspam as confluências das masmorras, os pilares CARDÍACOS nos calabouços visionários, as clivagens das incertezas como golpes de cítaras numa sementeira de vertigens e as vírgulas dos grifos amotinam-se no gnómon das albugens: alvíssaras rastejantes despem os ecos dos subúrbios, os aros taquigráficos da astrologia espacializam-se nas resinas boreais e as sonâncias rupestres ritualizam as incubações dos estames acrobáticos: esta iminência das mandíbulas psicóticas revoluteia-se nos apêndices da lábia magnificada pelos cornos universais (profusão intangível dos pórticos ou devastação exposta no arquipélago circulatório) onde as rédeas da povoação forjam animais elípticos entre os luzeiros das criptas_____a deflagração dos corsas enviesa-se no rímel atmosférico: refrigério da curvatura a coreografar a presteza dos caules: eis o talhador das circundações da ourivesaria-do-esquecimento (geometria na busca do simulacro ao longo das gigantescas janelas augurantes): um combate vermelho no aleitamento dos fascículos-URANORAMA: cápsulas boiando na ignificação dos lanhos e nos cornos dos giroplanos vacilam os diamantes dos bólides como excrescências da alvura a enlaçarem os polegares das ofídias expansivas. Sempre quiseram interromper as faúlhas das multiplicidades psicóticas que paralisam e expandem as têmporas dos reflexos-das-escadarias para balancearem as anfíbias cartas dos respiradouros entre as veias prometedoras dos guindastes-da-obscuridade (os plasmas zodíacos a escoltarem os convulsivos meridianos). Vibrantes dobradiças a precipitarem as urdiduras do granito sobre as abstracções dos trópicos e os cronómetros atlânticos são assoprados pelo esvaziamento do mundo-vertebral_____eis a dentina intemporal das exaltações, o grito inegável do fracasso, os brônquios-pedúnculos-das-urticárias sobre as varandas-do-uivo-da-hecatombe (o uivo refundiu-se no silêncio da LOBA-LOBA). Os quadris vertiginosos anunciam o magnésio das gerações-das-janelas onde as vespas se vergam como pestanas dos calendários a polvilharem-se entre as escavações-heráldicas (vergônteas do hipnotismo a dilatarem os cascos intraduzíveis sobre os mensageiros-coloidais da existência e a casa-rústica-da-parteira é um centro magnetizado pelos acordeonistas-da-anunciação. Aqui amamentam-se os búzios voltaicos, os pássaros dissonantes, as distinções das pistas da arqueologia de Tadeusz Rozewicz (fisiologia dos moradores do mito de Tântalo).

As fachadas febricitantes desentranham a deriva das polaróides, já se inclina o entrecorte das fábulas e os anéis-das-vozes dos hortos sobre os gráficos da possessão. (Aqui as bailarinas-leitoras ligam-se às palpitações de alétheiadóxa-de-Parménides de Eleia). Cortejo das fendas cítricas a riscar os desastres das multidões-epónimas, os pedais solidificados pelas redes das poeiras e as dobraduras dos neófitos ressurgem no jogo infinito/giratório das comportas da adrenalina. Os desnivelamentos dos oóforos enforcam-se nos cubos metálicos da radicalidade onde os grunhidos-de-vidro orbitam num escultor de vesículas ou será um assoprador de redemoinhos a coagular a intimidade das águias? ou será uma representação azulada a carregar os alvéolos das áscuas, a magnificência da goma arábica, as membranas congenitais até às patas transparentes dos felinos? (há um estúdio de fogueiras mecânicas e uma dança de íris panorâmicas na gruta de Alvados). Os seios das venezianas resplandecem no ecrã das zonas férteis onde as esporeiras retocam as lacunas dos objectivos-silábicos das cartilagens. O mosaico mutante e um arco em ressonância-química são ejaculados pelas maunças compulsivas e um torniquete de polpas axiomáticas entra em curto-circuito numa galeria de envoltórios-astrais. Planalto a rugir, a grifar, a difundir, a desmanchar, a sorver os algares das cerejas de loucos bastidores_____as ervas electrocutadas, os coices desviados, as onças abertas-de-luz_____os anátemas das forjadoras que lançam hélices nas visões-rústicas e as vedações das sagas rolam no assanhamento dos dicionários minerais: uma canana inabalável desmonta os orifícios fotográficos da desocultação (estojo farejado pelos gatilhos do alfabeto dos répteis): retinas a hibernarem nas variações dos corpos genitais: indefinidamente os átomos da LOBA-LOBA a embriagarem os crivos das imagens operadoras do leopardo de LAMPEDUSA: a espiral do olhar é uma força-tubular do diadema de HELENE-MIMAS-DIONE: (seguimentos mediúnicos sintetizados na MORABEZA-MIMEÓGRAFA onde uma pontuação nadadora desmembra os coleccionadores de têmporas para transviar-se até às aeronaves das segaduras dos mitos: glosas das plateias assentam arames nas réstias-do-espanto e os anúncios das craveiras enceram as barcas do LAGO-VITÓRIA como uma teia fosforosa a desfilar nas pirâmides oclusivas dos tubarões-de-TROIA). Ornatos da tauromaquia intumescem as vitrinas dos ostensórios e uma escultura de sesmarias extingue-se no arcaz de ARCHIPENKO: os cenógrafos dos amanuenses recompõem os leitos hiperbóreos, as antitoxinas da plenitude, as insígnias das milhas metálicas, as rebentações soalheiras, as framboesas dos comboios urbanos (losangos lascados pelas febres dos exílios) e a LOBA TRANSFORMA-SE NUM GUINCHO de COBALTO da PRADARIA para bifurcar as pólvoras dos estivadores do mato-SARANZAL: estuários da mineração a esboroarem-se entre limalhas amazónicas onde os espaldares-da-irascibilidade são escavados pelas lanças das protecções da COBRA-DE-VIDRO.

Pedra retorcida: escalfo de artelhos na imensidão das cordilheiras (arco magnífico da Loba e uma roseira de punhais descobre os supedâneos das cantatas como fólios das órbitas a diluírem-se nas esteiras bizantinas). Forros de PERÍFRASES a acelerarem a extracção das rugas das cavernas e a senda dos instrumentos fulminam as circunferências (códigos-morse no deserto de Kalahari: cédulas cósmicas dos bosquímanos): aqueles acordeões dos minotauros nas fronteiras da tragicidade descem como cascas-de-ferida na alucinação costurada dos vitrais labirínticos. Uma amarra rasante enrijece os abalos da sufocação das monstras onde uma mariposa cravejada de azul injecta as erráticas amputações nas hélices das incertezas: as manobras dos interstícios depositadas nas espadas dos electro-choques. Milenares sais das estátuas estampam-se nas roldanas-cardiais (pulsos reacendendo a infinitude das linguagens coloidais) e as quedas da dilatação-das-olheiras entrançam-se nos cálcios intermitentes que impulsionam as penugens minúsculas das palafitas: as caudas em espiral-biotônica filiam-se nos atoleiros ferroviários e a vénia das medulas da percepção é polida pelos ladrilhos dos antepassados. As ampolas dos claustros realçam os extravios das povoações, as triagens das alfombras, o clangor das espreguiçadeiras, as suturas das moagens e os galhos da extremunção talham os vultos que perscrutam a voracidade de CARAVAGGIO como morros de quaresmeiras nas lavras eriçadas pelos cativeiros das tonturas: proa de galopes incessantes a lenhar-se com as louças-célticas em riste: retorcem as fantasmagorias das piruetas-da-predação e as inchações das geometrias esterilizam-se no vai-vém das cicatrizes dos astrolábios: a endentação dos ascos molda-se nas bobines da escarlatina e as pústulas das escavadeiras retrilham as sobras centrípetas das hormonas-hieráticas: tudo está sobre o calor axadrezado do portátil disforme dos sobressaltos e sobre os degraus epistémicos que soletram esféricos soalhos glandulares (caçadas vocabulares na deiscência das morcelas onde os signos da cosmovisão são gárgulas a intensificarem os hiatos dos confessionários): vendavais no transverso da alucinação, no aço inumerável da sombra das heranças da dança-do-boi: há os horticultores dos ateliers astrais onde as patas dos vultos fílmicos são ventanas invocadoras das últimas electricidades que plantam lampadários torácicos no Hurácan:Siroco-Nietzsche.   

Lanho-branco vibrante a eclodir nos circuitos dos interruptores das queimaduras e as divisões dos poros eriçam-se nos tragadouros dos pulmões onde os corvos se ajoelham batidos pela CRUVIANA.

Laboriosa folhagem nesta combustão flutuante das artimanhas (PLACAS dos INAUDÍVEIS CARVÕES) e uma poça de vergastas projecta o açoitador da fixidez dos passageiros (insectos das encruzilhadas dos cavalos) um instrumento de linfas a restaurar-se nas cenas campestres que chocalham em surdina os saqueadores de pânico): motores espessos abraçados às albugens das feridas, à MANDIBULAÇÃO dos calhaus que inserem o sal-aluviónico nas batidas do animalesco e as lajes impalpáveis do asfalto sinistro assombram incestuosamente a percussão das bigornas, as crias vulcânicas, a crispação dos gatilhos dos sorvedouros onde os arquivos da visão se fendem para exalarem os bólides das leituras alienígenas ou dos impactos dos ventres nas sentenças do subsolo:

(o rufar do orquidário embrecha gengivas histéricas entre os limnologistas) e a virescência dos utensílios entorpece os filamentos dos vidros como áreas marcianas na arquitectura escolar. As gralhas glaciares flagelam os breviários das trevas onde uma empunhadura de imagens se embriaga defronte da maternidade da evidência (epidemiologia das pontas-brancas ou será um refeitório dos tubarões? ou a oxidabilidade das arcarias silábicas?): anatómica rosácea a electrificar-se na cávea como uma rotação finíssima de nervos, de bátegas, de excrescências e o macadame da LOBA-Perfuratriz desenraíza o basalto dos morcegos (lapidar o pau-sangue dos calendários) compilador de diques agachado na refracção dos rolamentos filamentosos (tálamos da exumação). Plasmas das lareiras a absorverem as torturas da luz sobre as maratonas das jaulas onde um escadório de retinas se encrava na enfermidade dos coros que gravitarão nas lanças sónicas dos KUIKURUS e um trilhador de estátuas genuflecte-se no polimento das aluviões-etílicos e nasala as memórias anestesiadas para domar as aspas da atonia, as chispas dos grifos, a repetição bífida do sigilo: o desassossego uivante atrás da expectativa do covil que inventa a solidão auscultadora do corpo da Loba: ansarinha-malhada acumula os clorofórmios na obliquidade dos roedores, das escalas da avalanche e as transposições dos cardos são varadas pelas geometrias convulsivas onde os disparadores das crinas desabam na magnitude das gorjas da abóbora-do-mato: encontraram os archotes das dissimulações da Loba-Loba e a tecedura do astro continua a oscilar em direção às CENTRAIS – ELÉCTRICAS para se entrincheirar nos redemoinhos da vinosidade (BOIAS polidas pelos sésamos das serpentes das horas): as cordas heliciformes dos canteiros são vigílias na inclinação dos espectros ou dos ângulos dos sismógrafos. A lanosidade dos baluartes fundam correntes de sílex na astronomia que se desloca sobre a vibração dos penhascos periféricos e as versões onomásticas resplandecem nos pólipos cavernosos-em-decomposição onde uma roldana de GIORGIO AGAMBEN abrevia/pluraliza os cromoplastas das lupas do bestiário: empolgadura dos grafites-mentais a enroscar-se nos almanaques opalinos. O Esboço dos cadafalsos entoa nas escamas da melatonina e um golpe incendiário engendra drenos lancinantes no pasto das vacuidades (sonata aniquiladora dos mercadores das sedimentações. Ornamento das herbolárias a bibliografar as construções halícolas e nas abas da cercadura apiciforme as gárrulas calcificam os alveários que cartografam as geologias como temperídeos nos ritmos híbridos… serão bolsas de carbono do fonofilme?).

Os quiasmas milenares das valsas tatuam os alcatruzes com as narcoses das matronas e os goles das citologias desmancham os relógios dos alicerces metereológicos onde os mantos oblíquos evidenciam a ferropeia da efervescência: revelam-se vedores de penínsulas como legendas das lavouras a orbitarem na Nebulosa-Orion de Georges Moustaki e a locomotiva lítica camufla as criaturas na devolução dos estanhos dos embarcadouros. Endentação dos tapumes de luteolina e o bolwerk/bolwark sibila nas acrobacias peristálticas dos painéis das artérias: exasperação nos antídotos de SARAH KANE: uma LAMPIANISTA despolariza as herbáceas com as estirpes dos guardadores de siglas e as tribos de PIERO DELLA FRANCESCA emalam globos BIZANTINOS nos altares da conflagração: os hiatos dos plaustros estelares vibram nas espadas de David Herbert Lawrence como visões na jusante da cuspideira-de-fogo ou GUARACI nos relógios bordados pelo deserto ou a carnadura nos astrolábios que transversalizam os arquipélagos ou a celebração dos mapas tribais: os fluidos eléctricos calcificam as ressacas das trombas estranguladas pelas radiações dos morfemas (minúsculas virilhas de gingko-biloba a forrarem de incandescências os solavancos dos pergaminhos-da-infância-do-mundo): a LOBA do devir vasculariza a presença da intemporalidade, as travessias holísticas e os territórios estéticos. A LOBA das cosmogonias, das origens microfísicas, das fusões involuntárias, das composições oscilantes, INFLAMADAS, das formas de vida, das entranhas dos habitats, dos seixos desalinhados das fendas, da electricidade das memórias, dos teatros dos corpos babélicos, das gestações-dos-VOLTEADORES. A LOBA dos palcos escancarados dos metabolismos-cosmogónicos, das cicatrizes das migrações iridescentes,das convulsões dos desejos, das vertigens entrelaçadas, dos planos de fuga, das fusões enfeitiçadas, das intermináveis semioses-magias. A LOBA das TRANSUMÂNCIAS_____e nas confidências do COVIL há um centro da imprevisibilidade, há uma exactidão dos espelhos cósmicos, há uma navegação indizível e outra morada faísca dentro de outra morada: uma translação do desconhecido (MARATONAS LUNARES). Aqui as traves-mestras das matilhas devoram o fogo: uma hipnose absoluta. A LOBA perscruta, desoculta, balança, potencia, desvenda, interroga, cruza, exterioriza: como dizia EINSTEIN “não há pontos fixos no espaço” e uma substância descomunal trilha as incinerações dos portadores de biozonas-de-miósporos: louca submersão rítmica da vida absoluta. Louca luminosidade da incompletude, louca sensação dos regressos, louca fissura da dramatização:_____uma úvula desova na maternidade dos vídeos da metamorfose: gatilhos obcecados a desdobrarem-se num frontispício planetário: catarse VOYAGER-umbilical a romper os fólios mamários das transfusões hidrotermais e um violão dos Himalaias turva-se com os orifícios dos polvos propulsores de lentes estelíferas: curvas de MEFISTO levitam nas bilhas de fogo de STRAVINSK  e na relojoaria-petrológica dos orixás forma-se um vendaval de hortos anunciadores de teares quânticos e de catedrais de bagas peregrinas sobre a ressurreição dos eixos das galáxias (resina espiralada dentro da náutica MATHESIS)

A erosão incandescente da PARALAXE: a LOBA cromática-alcalina-boxeadora sobre os limites das acumulações historiográficas dos aulicanos: mandrágoras omnipresentes nas tuberosidades das soleiras e Jonathan Culler estremece nos deslocamentos das estações ópticas. Os opúsculos da apicultura figuram-se nos anélitos dos domicílios gástricos das metrópoles e as rocas das latrinas escorcham os vestíbulos dos périplos (RASGOS retornam às crateras transparentes): assaltos ronceiros a lapidarem as baterias das cártulas: o uivo escarva o avanço do espectro: surgem cabeças imprevistas nas palhas de enxofre e os bagos da voragem segmentam a originalidade dos solavancos das casas: os metais, as albuminas ressaltam na respiração da Loba-Loba: tóraxes de amoníaco a ressurgirem na metempsicose da astrologia: gravadores de asfaltos pendurados nas redes ultrassónicas dos cárceres e as bactérias dos refrigeradores avassalam as tralhas das estéreis escadas onde as acendalhas das taças congénitas do reumatismo derramam as vigilâncias das pegadas dos anuários porque a energia

                                              e a consciência se copulam

como vozes alérgicas num turbilhão de patas minerais: estilhaçamento dos uivos

como a exuberância ontológica a unir as placas das pleuras nas colunas transparentes

(a LOBA esgota-se na voltagem dos arcos-lúdicos-em-transmudação: uivar-entre-uivos-uivantes: reverso do não-uivo que se desmonta e encaminha o covil para a distorção cromática do mundo). Afiar os nódulos vertebrais com os ácidos resgatados ao estrangulamento dos chifres dos enredos das pirâmides-parábolas e a ossatura da incerteza mói os estojos da adrenalina, os dispensatórios das matas, o arcaboiço das transfusões. Mói os pólipos do calcário, os cronómetros das ervanárias que rolam abruptamente nas corolas cranianas. Mói as conferências focalizadas nas ruínas das arcadas: ali a fêmea contorce-se irrompendo os retângulos dos chifres luzentes_____tempestuosa teia dos vídeos flutuantes: interfaces dos rastreadores magnéticos lançados entre barbatanas expectantes e matrizes que acasalam prodigiosos insectos

(carcereiro verão terráqueo): estrondo das ampulhetas a recortarem o basalto das lagartixas e o arbúsculo das saltadoras rebobina-se no ócio dos semáforos: uma minúscula súcia a pôr-se rusticamente no himeneu do esvaziamento

(serão esculpidores alógenos ou roupagens das perambulações ou guilhotinas hemisféricas ordenhadas pelos corvos místicos? OU pára-raios a  abaganharem os lagartos dos lamegueiros_____o cepo secular da órbita feito de nós das tempestades e os olhos se arrastam até aos endereços da claridade empalhada)

Fabril ascensão dos testamentos das anopsias, dos utensílios dos lançadores de fisionomias (cântico metereológico dentro das gráficas do olhar como nervo de asfalto dilacerante). Cantores quadrilaterais germinam nas gigantescas córneas semióticas: balidos e absintos em consonância sobre os fungos espectrais das víboras e um tablado de campânulas devassa os aros homocêntricos da genitura: roldanas rutilantes coalham-se nos ecos intransponíveis dos ascensores dos ofícios e o alfabeto da SARNA fragmenta as épocas dos actores galopantes e os consertadores de hordas dobram-se no escalpo falciforme: aparições dançantes na excreção do mercúrio das neuroses. Será a inflação anémica dos berlindes? Ou serão êxtases dos aposentos das matilhas num radiação lanugenta? (corpúsculos do sub-rés-do-chão estrumam vertiginosamente as aparições dos metais e um arqueólogo dos interstícios geométricos balança sobre as clorofilas dos lemes e das arcas atmosféricas das esfinges): as seduções das águias fixam-se nas narrativas sulfurosas: corrupios das apóstrofes manietadas pelas chispas dos salvo-condutos e um tormento homérico tresmalha-se nas células do chumbo-brilhante das bailarinas-de-ANTARES: era a devastação do pintor num teto-do-deserto de Tenneessi Williams. Eram as incrustações dos casulos dos hipocampos. Eram as vacilações perifrásticas numa bordadura faunígena onde os parietais das onomatopeias desfolham os seixos das fundações para renunciarem as células turmalinas de azul intenso entre os silos da antiguidade geodésica (os vespões de quase-granito, as gralhas herméticas cintilam na hipnose dos historiadores-de-tragédias) e as cúpulas das antíteses simbolizam-se na infindável hialurgia): Antígona ecoativamente interioriza os motins das bicicletas cerebrais, das onças em erupção, dos vitrais do abismo: uma turbina de monções auriculares intricada nos centeios da visão: anfiteatros vendados por cerzidores de cantantes-iguanas: hipótese aromática a exilar-se na esquadria das matilhas e a Loba-Loba escala na airosidade dos pedúnculos dos tradutores de hidras. A GRAFIA do obelisco insiste nas oscilações insuladoras porque antevê no fonambulismo o ciclópico das dublagens-cartográficas (o violinista eleito pela baba dos campanários é esmaltado pelos combates intemporais das crisálidas).       

Antefaces, receptores de comportas, sobrancelhas poemáticas, poços bidimensionais, espátulas afásicas_____hipocentros dos remadores dos sudários das metamorfoses (enlouquecida cabeça dos touros rés às pegadas rodopiantes e ensanguentadas onde os tambores assassinam rostos astrológicos) _____e uma ária-mantra que vem do OKEANÓS é incicatrizável, é povoada pelos influxos milenares: coices das bestas no envoltório da devastação onde as estilhas dos eucaliptais fortificam o bolor das oscilações das batalhas: punção assombrosa de W.S.BURROUGHS a traçar as saliências dos carbonos das abelheiras: passagens-JUS SANGUINIS couraçadas pelos peregrinos de AFRÓSIA e as romãs maceradas das encruzilhadas mapeiam os caracóis batismais dos metais, as vozes emaranhadas de cio e ferrolhos, as armaduras zigue-zagues das fêmeas, os jugos insondáveis. Transpiradeiro sísmico cravado na oval faina de Jean Genet e os espetos de carvão interpolam as cogitações das alfândegas onde as cortaduras das Asteráceas insinuam opérculos faiscantes nos roteiros dos batedores metálicos (os micro-sons das salamandras lançados na engenharia das derivações, na turbulência da alvenaria lendária encobrem as estirpes infecundas onde o marfim das foices se esfacela sobre as fórmulas luminosas dos bichos): entoação nas espadanas nucleares. Redes dos carrascos a desvendarem as profusões dos remorsos sob os transplantes das crostas e os tentáculos dos retábulos detonam as eiras do sigilo das enchentes (batidas dos letreiros a rolarem nos estados mediúnicos: ancestrais víveres na performance dos amansadores de jaguares e um choque séptico unta os actores dos balneários_____zona estética dissipa-se entre as esponjas-hematomas da latência e translada-se nos eclipses ou serão oblíquos apagadores do isomorfismo que se prendem às semioses terrestres? (um diamante uiva nos antípodas dos cais): trajectórias dos holofotes embutidas na hospedagem das narrações dos séculos (mecânicas traições, ângulos garimpados e sulcos dos tubarões entre as linhas do eléctrico das cores de Georges Pérec)

Laboratórios lambuzados, ascendências evaporadas das ciências, anzóis derramados nos engenhos_____o malacozoário entrelaça os sinos agonizantes das esfinges_____anáguas traçadas a congregarem os bulícios dos talos hasteados pelos agouros das trilhas dos limpadores asmáticos: zumbido das adagas, esfoladuras de câmeras, correspondências geometrais e Donka (Tchekov) figura nas sentenças das baleias que desmontam as cinturas das exéquias dos anfiteatros equatoriais: canais opalescentes enxugam os rastos alvejantes e bruscamente um cabo hemorrágico fica em decúbito-dorsal para amolar as secreções das rochas intrusivas diagramando o éter das composições das jazidas (gigantesca bigorna NASAL): os polímeros urticantes dobram-se no camaleão-dos-ladrilhos e um órgão-cacto desliza na vaselina do esquecimento, nas transmissões de Hermes. Fixa-se carnalmente nas fasquias do ensurdecimento, nas aranhas guardadoras de vertigens: FIXA-SE nas lascas odoríferas, na opacidade do delírio, na exposição das coifas e dos ritmos dos perpendículos). Banhistas deprimidos na mudez do colapso. Banhistas extasiados na esterilidade da alvenaria: a fuligem das hipérboles escapa-se dos passaportes expiatórios e os contentores filarmónicos cristalizam-se no rascunho da Nebulosa-Esquimó_____as órbitas dos animais imobilizam-se no GERMOPLASMA MILENAR.

A linhaça roça nos chocalhos do Centauro-Quíron e a naftalina dos mosaicos cicia na desfocagem homérica (estancamento dos tubérculos de febre e os ângulos das esfinges avançam nas cesuras vadias): rupturas coronárias dos touros enceradas pelas fundições cíclicas das partituras da simbologia e as frontarias trespassam-se nas contracurvas movediças: solos eólicos a traçarem pecíolos elegíacos nas serigrafias. Multiplicação andrógina da ignescência dos insectos subterrâneos, bactérias-luvas-guelras-rebocos numa só ESTILHA da fossilização. As omoplatas e as margens dos úteros transformam-se em anagramas de enxofre e na fricção dos hieróglifos as espumas dos cachos vacilam na exposição de uropígios. Vasos faciais a inclinarem-se para colidirem nas raspaduras escoriáceas, nos guinchos das formigas. Irisações, aglutinações sobre as forquilhas-de-tártago e os filtros das ressacas das aguarelas imobilizam-se nos nichos da Nebulosa-da-Água. ÓNIX escancarado na torcedura de PÁRTENOPE e a descentração do olfacto pontua as filigranas das larvas agrárias (carnadura da sublimação a definhar nas escoras INDIANAS de George Sand e uma guilhotina de pahoehoe transfigura-se lunarmente nos braços das caravanas que matizam as minas das sibilas entre os hinos de OXÓSSI-OGUM): fendas minguantes coagulam-se sincopadamente nos apêndices dos barcos-romanos e os ladrilhos monstruosos dissecam-se nos raios prodigiosos das cordas estelares: um relâmpago desliza nas PIRÂMIDES incrustadas e nas retinas intumescentes de Ferlinghetti como fúrias fendidas nos pilares zenbudistas: caçadores de mapas luciferinos e de atmosferas-amnésticas a depositarem crostas ubíquas, pilares das campânulas, placas das evaporações, sepulcros das cordilheiras, cóleras ressoadas, inércias assépticas nas interferências da granitização devoradora dos lances polifónicos das catedrais: centro de afasias e o alumínio sangrento nas gares da balneoterapia conserva o mutismo dos caminhantes-siameses e as lenhas dos estábulos lancetam-se no plangor dos asterismos onde os canais dos ventres-hidrópicos parecem flechas de ditongos numa cascata de aféreses (alforra viscosa nos lóbulos das géneses. Flagrante lente na plataforma do tectonismo_____estrebaria radiante das metrópoles e a gigantesca tumba encharca-se de colheitas): Fagulhas das soleiras escalam as fantasias das avenidas e o GILVAZ aramaico-hebraico-eslavo enruga-se no laser-guepardo de Charlie Parker: os monumentos gigantescos a submergirem nos lagos de Kelimutu (um elefante-do-fulgor-do-real acolhe a entre-poeira SEPTUAGINTA e os guizos das performances constroem lombadas nas câmeras-estatuárias de Houdon): este rastilho da memória nos dédalos caniculares onde os detalhes vulcânicos-sedimentares alongam as teclas intermitentes das legendas do astronómico meridiano de corvos-marinhos. O centro das tubagens-sal-gemas é sorvido pelas escorrências mutiladoras de naus onde a salinidade virulenta resguarda os estilhaços do icebergue vítreo. Subsiste os mercúrios dos cascos, os coágulos das medulas, as espinhas das poldras, as acendalhas cambaleantes dos mastros, os monogramas das escaleiras e a insanidade é estridente, é ácida, é anabólica num cenário tocador de sonolências, de matrizes vociferantes onde as teclas impermeáveis do espectograma galgam (aforismo dos suicídios provençais) aventais vastíssimos de cal lançados contra o motim dos úteros das serpentes. O homem decanta-se nas cúspides da Atropa Belladonna e uma poupa-anósmica tremula desastrosamente numa enxada-transitiva: eis o aritmógrafo das trepidações dos calabouços onde os saibros parecem faíscas dos morcegos a entalharem vácuos sonoríssimos na ressaca dos povoamentos (ovo espumante-polifónico nos ofícios dos pêndulos astrológicos). 

Hérvum e Kandinsky entre as estâncias do vinil sardónico e as cirurgias da barbárie onde as guelras de granizo chamejam lapidarmente sobre as artérias da contagem das escrituras dos lugares: gravitação das ferramentas dos avantesmas: a demência das estantes tabela nas entranhas da celebração dos táxis metalúrgicos que mimetizam as veias das ruínas, das martas ibéricas, dos versículos dos arqueólogos interestelares (gigantescos escaravelhos dos alfabetos triangulam num carrossel movediço e o gládio sepulcral é inestancável: idiomas cegos friccionam-se na ressurreição das geografias): PÚLPITOS NÁUTICOS_____: soalhos embrulhados, dribles transfigurados, venenos geométricos, instrumentos a ressoar, alterações das faces, radiografias a flutuarem, bússolas-em-dispersão, lanças-dos-incêndios, riscos-dos-bosques, íncolas, súmula do cais, talhadores da unicidade, degraus da fermentação, hesitações das raspas, trasladações das fisionomias, ângulos torturantes, acreções dos óbolos, esgotamento do orgônio, visitadores de górgonas, espasmos dos canaviais, magrezas descontínuas, siameses a pulverizarem-se, saques das samambaias, patas cilindradoras, absolvição dos pirilampos, esferas de Eclisiastes, reumatismo do ouriço-cacheiro, descalabro dos edemas, héveas detonadoras de placas, cróceo, coadores de poros, piche diluviano, nascentes velocíssimas, sudação dos engenhos_____DADAÍSTAS  a  esmerilarem os gorjeios dos CETÁCEOS (dadaístas-biosonares)_____Calcários jurássicos a efervescerem nos pêndulos da contraluz e os detalhes das roldanas pulsam na dicção dos vidros escultóricos (sal ultravioleta no cinzel de Kaváfis) oscilação dos esquadros, descamar esporas, babujar nos mostradores das abduções dos telégrafos , rasurar as madeixasEchinodermatas, esfregar implosões cibernéticas nos diâmetros capilares, esteios dos falcões-vermelhos, púcaros escultóricos, ligamentos dos dialectos, alvéolos cirúrgicos  na imensidão cromática, periferias calcificadas pela excitação dos búzios, campânulas dos homunculus de penfield, ramificação das cavidades, estrangulações dos chocalhos, apneias dos antepassados, torres descoradas pelas inoculações… (GRITA GRITAAAAAAAAAAA)_____SÉPTUOR_____: náiades entre ORIKI e as ervas de OXUMANÉ onde um trono SHIKI e SAIMARO funde-se nas córneas indevassáveis de ÉDIPO, LAIO,ARES, HEBE,ILÍTIA,ANTÍGONA formando as estacas de Kilimanjaro. Orbitam Kalapana, Kapoho, Keawaiki ( reactores dos ursos-polares formam hologramas maciços e coros-de-poiein_____ANDOA): incomensuráveis vasilhames de diáforas coordenam as mordeduras das trepadeiras e os moluscos das cataratas que fracturam as cortinas umbilicais das intempéries: perfurações circulares nas matrículas dos embriões estelares: roedores do ciberespaço a invadirem os telégrafos esqueléticos de HIDRAZINA e os lanços do láudano de Sydenham descarrilam os Adágios dos Espartanos como radiografias a tremularem nas têmporas de VATEU e as teclas do piano derramam cataventos-de-satélites: eis os araus-gigantes a granularem as vias-lácteas do PARANÁ. Loba-Loba-lactescente entre as ÁSPIDES do PARANÁ.    

            

TEXTO DO LIVRO KALAHARI ( OFÍCIO DAS PALAVRAS EDITORA e ESTÚDIO LITERÁRIO, SÃO PAULO-BRASIL 2013)